Diante da iminente crise climática e da busca pela sustentabilidade, os conceitos de renovação e reutilização surgiram como estratégias cruciais na busca pela descarbonização na indústria da arquitetura. Esses princípios pregam que criar novas estruturas pode ser sustentável, mas incentivam os arquitetos a minimizar sua pegada ecológica reativando e reciclando recursos existentes. Este ano, projetos inovadores alinhados a esses temas foram exibidos como parte da 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. O objetivo principal deste evento de renome mundial é servir como uma plataforma para arquitetos, designers e pensadores abordarem coletivamente a sustentabilidade, a descarbonização, a conservação de recursos e o futuro da indústria.
Pavilhão Alemão: O mais recente de arquitetura e notícia
Ressignificar e reviver: explorando o reuso em pavilhões e bienais
Demolido e reconstruído: a identidade das réplicas na arquitetura
O direito de reconstruir a icônica Nakagin Capsule Tower de Kisho Kurokawa está atualmente à venda em um dos maiores sites de NFT. Embora a demolição da torre tenha começado no início deste ano, o leilão vende o direito de reconstruir a estrutura tanto no metaverso quanto no espaço real. A ideia de recriar o edifício Metabolic em um espaço virtual parece natural, já que isso poderia permitir que mais pessoas explorassem e experimentassem essa peça icônica da arquitetura - uma ideia alinhada aos ideais do Metabolismo. Por outro lado, a ideia de reconstruir um edifício histórico demolido no mundo físico suscita um conjunto de emoções conflitantes. Réplicas arquitetônicas não são a norma, mas sua existência levanta questões quanto à identidade e autenticidade da arquitetura.
Redescobrindo o Pavilhão de Barcelona através de suas inovações materiais: aço, vidro e mármore
O Pavilhão alemão de Mies Van der Rohe e Lilly Reich para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929 é conhecido como o edifício moderno que mais foi escrito sobre. Mas não importa quantas vezes o pavilhão seja redesenhado para análise, sempre existem novos ângulos para interpretá-lo. Identificar sua capacidade de redefinir a imagem alemã, enquanto genuinamente introduzindo novas estratégias que continuam presentes nos projetos de arquitetura contemporânea são dois elementos-chave das intenções dos arquitetos por trás de sua estratégia projetual.
'Temos que nos afastar da frieza do funcionalismo. É um erro acreditar que, para entender o problema da arquitetura moderna, é suficiente reconhecer uma necessidade de soluções racionais. A beleza na arquitetura, que é uma necessidade e finalidade para o nosso tempo e para períodos anteriores, não pode ser alcançada, a menos que possamos ver além da simples utilidade quando construímos.' - Mies van der Rohe
Arquitetura efêmera: inovação, experimentação e entretenimento
Além do “turismo de experiência” e da arquitetura de entretenimento, construções efêmeras e temporárias também podem ser um terreno fértil para se testar novas ideias, soluções e tecnologias. Assumindo uma ampla variedade de diferentes tipologias e formas, desde estruturas emergenciais a instalações lúdicas, estruturas temporárias têm a capacidade de nos projetar no futuro, questionando as regras estabelecidas além de pôr à prova novas tecnologias e sistemas construtivos. Ainda assim, a arquitetura temporária muitas vezes é vista como um passo atrás em relação à sustentabilidade, por isso, a seguir discutiremos alguns dos principais valores da arquitetura efêmera seja como um veículo de experimentação de novas soluções e tecnologias seja como uma oportunidade para engajar comunidades.
Luftwerk e Iker Gil projetam instalação luminosa na Casa Farnsworth de Mies van der Rohe
Geometry of Light é uma intervenção multimídia concebida pela Luftwerk em colaboração com Iker Gil, exibida na Casa Farnsworth em outubro deste ano, durante a terceira edição da Bienal de Arquitetura de Chicago.
Intervenção no Pavilhão Mies van der Rohe explora a potencialidade reflexiva de seus espaços
Dificilmente poderíamos associar a figura de Mies van der Rohe à filosofia zen, muito menos se tratando do projeto do Pavilhão de Barcelona. Ainda assim, o artista estadounidense Spencer Finch está tentando precisamente estabelecer esta conexão através do seu projeto de intervenção chamado de "Fifteen stones (Ryōan-ji)".
Finch é o mais recente artista convidado pela Fundação Mies van der Rohe a "explorar novos pontos de vista e reflexões através de intervenções no icônico Pavilhão de Barcelona, potencializando-o como um espaço experimental e inspirador para artistas e arquitetos". Assim, Finch será o mais novo artista a integrar um seleto grupo daqueles que já interviram no pavilhão de Mies, somando-se a artistas e arquitetos como SANAA, Jeff Wall, Ai Wei Wei, Enric Miralles, Andrés Jaque e Anna & Eugeni Bach, entre outros.