Esta noite, como de costume, os vencedores do Prêmio Pritzker se reúnem para o debate "Pritzker Laureates' Conversation". Este ano, a conversa leva o título de Challenges Ahead for the Built Environment [Desafios Futuros para o Ambiente Construído] e acontecerá às 19h30 (horário de Brasília).
Prêmio Pritzker 2016: O mais recente de arquitetura e notícia
Acompanhe ao vivo o debate com os ganhadores do Prêmio Pritzker
Concurso internacional de ideias UNFINISHED: Pavilhão da Espanha na Bienal de Veneza 2016
Intitulada "Unfinished", a mostra do Pavilhão da Espanha para a Bienal de Veneza 2016 pretende refletir sobre as arquiteturas inacabadas, buscando descobrir algumas virtudes que possam ser convertidas em estratégias de projeto. "Unfinished" pretende mostrar especulações criativas sobre a subversão da condição do passada em uma ação contemporânea positiva.
O Pavilhão da Espanha, afim de receber a maior quantidade de exemplos de arquiteturas que respondam a esta temática, promove uma chamada para a seleção de obras construídas para sua exposição.
Em paralelo ao processo de seleção de obras construídas, o objeto deste concurso de ideias é a elaboração de um projeto inédito que responda ao argumento levantado pelo Pavilhão da Espanha: "Unfinished".
Quando as habitações sociais "de autor" dão errado: Os problemas do projeto Centre Village em Winnipeg
Os desafios envolvidos no projeto de habitações sociais são complexos. De acordo com declarações recentes de Martha Thorne ao The Guardian, "não basta fazer um espaço comunitário e dizer: 'as pessoas poderão ver umas as outras'... Os arquitetos realmente têm que compreender o contexto do cliente - o contexto cultural, o contexto mais amplo, econômico, o futuro dos moradores que viverão ali." Sobre o bem intencionado projeto Centre Village em Winnipeg, do escritório 5468796 Architecture, Thorne acredita que muitos destes desafios são novos aos arquitetos.
Com apenas cinco anos de funcionamento, o Centre Village foi projetado como uma pequena vila voltada para a comunidade; 25 famílias em uma das áreas urbanas mais pobres do Canadá. Desde sua conclusão, o conjunto se tornou um foco de crimes, com os pátios sendo usados para atividades ilícitas e as famílias tentando estabelecer suas vidas nos minúsculos cômodos de cada unidade residencial.
(Não) é Elemental: sobre a arquitetura de Alejandro Aravena
Ler sobre o trabalho de Alejandro Aravena pode às vezes parecer duas discussões distintas: uma sobre suas inovações na habitação social, amplamente elogiadas, e outra sobre seus impressionantes (embora mais convencionais no âmbito de aplicação) edifícios para as universidades e municípios. Neste post originalmente compartilhado em sua página no Facebook, Hashim Sarkis, reitor da MIT School of Architecture and Planning, conecta aparentemente os dois segmentos distintos da arquitetura de Aravena, descobrindo as crenças subjacentes que orientam o vencedor do Prêmio Pritzker deste ano.
Grande parte do trabalho de Alejandro Aravena, projetado individualmente ou no grupo ELEMENTAL, incorpora um momento eureka, um momento em que, após um interrogatório cuidadoso do programa com o cliente, o arquiteto surge com uma resposta contra-intuitiva, porém simples, para o problema. (Para o centro de informática da Universidade Católica, os laboratórios tinham que ser simultaneamente escuros e bem iluminados. Para a habitação social em Iquique, em vez de uma boa casa inteira que você não pode pagar, você recebe a metade de uma boa casa). Por sua vez, essas equações são incorporadas em edifícios que adquirem normalmente formas tão simples. Os clientes e ocupantes repetem o "aha" com mesmo tom e realização de Aravena. "Se eu não posso, de forma convincente, transmitir a ideia do projeto por telefone, já sei que é uma má ideia", ele disse.
Entrevista exclusiva com Alejandro Aravena, Prêmio Pritzker 2016
Pela primeira vez o Prêmio Pritzker de Arquitetura foi concedido a um arquiteto chileno. Um país de 17,4 milhões de habitantes que há vários anos vem se destacando pela qualidade do trabalho de seus arquitetos. Como apontava há alguns meses um artigo do Los Angeles Times, a arquitetura chilena começou a exercer uma ampla influência em outros arquitetos ao redor do mundo através de uma série de obras pontuais, apresentando um uso impecável dos materiais e uma sensibilidade notável para com o entorno.
Alejandro Aravena é também o terceiro laureado da América do Sul, juntando a ninguém menos que Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006). Aravena é também o curador da Bienal de Veneza deste ano, que tem como tema "Reporting from the Front".
Assista, acima, à entrevista exclusiva que realizamos com o mais recente laureado do Prêmio Pritzker de Arquitetura.
15 imagens de obras do Alejandro Aravena, Prêmio Pritzker 2016
Alejandro Aravena é o primeiro arquiteto chileno a receber um Prêmio Pritzker. Elogiado por reviver o engajamento social na Arquitetura, o diretor executivo do ELEMENTAL provou a capacidade do arquiteto em resolver assuntos globais através de um portfólio diversificado. Veja os 15 projetos que exemplificam a contribuição de Aravena ao campo arquitetônico.
Vídeo: Três anos em Villa Verde, a habitação progressiva do ELEMENTAL
Todos que viviam no Chile em 2010 e presenciaram o terremoto e posterior tsunami (conhecido como 27F) têm uma estória para contar. Cada vez que se este assunto é mencionado em uma conversa, é inevitável a pergunta: "onde você estava naquela hora?"
Oriana Pinochet Villagra e sua família estavam em Constitución, uma cidade na costa chilena onde o rio Maule finalmente deságua no Oceano Pacífico. Uma cidade cuja economia depende da madeira, rodeada de colinas verdes e voltada para o mar e para o rio, parece, à primeira vista, estar numa cota inferior ao curso fluvial.
Senso Comum em Arquitetura Sustentável
Há poucos céticos que questionariam a importância de reforçar a sustentabilidade na arquitetura. O elevado valor social através de melhores condições de vida, o valor físico em um ambiente mais saudável e menos poluído, o valor monetário a longo prazo por meio de redução dos custos operacionais e de manutenção e o valor ético através da justiça para com as gerações futuras são evidentes.
Mas, apesar deste acordo, a inércia das autoridades em finanças e política que estão preocupadas com os ciclos de curto prazo diminuiu o ritmo da mudança e distraiu os arquitetos e engenheiros da missão de integrar melhor o desempenho sustentável em seus projetos.
Alejandro Aravena vence o Prêmio Pritzker 2016
Destacando sua capacidade de ampliar o campo de ação do arquiteto para alcançar soluções que permitam melhorar os contextos urbanos e fazer frente à crise mundial de habitação, o júri selecionou o arquiteto chileno Alejandro Aravena como vencedor da edição de 2016 do Prêmio Pritzker. Aravena é o 41° primeiro laureado do prêmio e primeiro arquiteto chileno a receber a honraria.
Com 48 anos de idade, Aravena não apenas apresenta uma grande produção de obras privadas, públicas e educacionais no Chile, EUA, México, China e Suíça, mas também conseguiu construir através do escritório ELEMENTAL mais de 2.500 unidades de habitação social, envolvendo-se em políticas públicas habitacionais e tomando as regras do mercado como uma oportunidade de gerar um impacto real de grande alcance.
“Alejandro Aravena sintetiza o renascimento de um arquiteto mais socialmente engajado[...]. Ele tem um profundo conhecimento tanto da arquitetura como da sociedade civil, algo que se reflete em seus escritos, seu ativismo e seus projetos. O papel do arquiteto está agora sendo desafiado a servir a necessidades sociais e humanitárias maiores, e Alejandro Aravena tem respondido a este desafio de modo claro, generoso e pleno”, diz a citação do júri.
Os leitores do ArchDaily opinam: quem vencerá o Prêmio Pritzker 2016
Há mais de trinta anos, o Prêmio Pritzker tem premiado alguns dos arquitetos mais inspiradores e influentes do mundo, ajudando a moldar a discussão pública sobre as atuais tendências e ideias na arquitetura. Os anos recentes não são exceção; em 2014, por exemplo, o júri selecionou Shigeru Ban como vencedor por seu trabalho humanitário, o que acabou fomentando uma discussão a respeito dos deveres sociais dos arquitetos.
No entanto, assim como a escolha do vencedor pode moldar o debate, ela também é influenciada pela opinião pública. Então, com a divulgação do vencedor do Prêmio Pritzker marcada para a próxima quarta-feira, pedimos mês passado que nossos leitores que compartilhassem suas opiniões sobre qual arquiteto deveria ser o laureado deste ano. Veja, a seguir, os resultados em cada uma de nossas páginas.
Luis Felipe Vera: Urbanismo Efêmero
Nossos parceiros da Escola da Cidade compartilharam conosco mais um vídeo do seu Baú da Escola, desta vez mostrando o arquiteto Luis Felipe Vera que fala sobre o fenômeno do urbanismo efêmero, estabelecendo um contraponto à noção usual de arquitetura estática e permanente. A partir de análises temporais de alguns sítios urbanos, ele exemplifica que a forma física das cidades está se flexibilizando, e defende a prática de soluções temporárias para problemas temporários. Para ele, o efêmero deve ser, cada vez mais, considerado parte do discurso do urbanismo contemporâneo.
Tema da Bienal de Veneza oferece uma esperança para o futuro da profissão
No final de agosto, a Bienal de Veneza 2016, que será dirigida pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena, anunciou o tema de seu evento. O provocativo título escolhido por Aravena - "Reporting From the Front" - é carregado de implicações de uma batalha contra o que ele chama de "inércia da realidade."
"Mais e mais pessoas no planeta estão em busca de um lugar decente para viver e as condições para alcançá-lo estão cada vez mais difíceis", explica Aravena em seu comunicado. "Mas ao contrário de guerras militares, onde ninguém ganha e onde há um sentimento predominante de derrota, na linha de frente do ambiente construído há uma sensação de vitalidade, porque a arquitetura consiste em olhar para a realidade com uma proposta."
Aravena terá um grande desafio pela frente. A Bienal anterior, de 2014, que teve como curador Rem Koolhaas, foi extremamente bem sucedida e muito elogiada pelos críticos. Ela também foi considerada como o evento mais esperado da história da Bienal, após anos de tentativa em convencer Koolhaas. Mas se a Bienal de Koolhaas foi o evento em que as pessoas olhavam para a frente, eu acredito - ou melhor, espero - que Bienal de Aravena será aquele evento em que as pessoas olharão para trás nas próximas décadas.
Vídeo: Rio Academy promove debate sobre mobilidade urbana e o espaço dos veículos na cidade
Os organizadores do Fórum Rio Academy compartilharam conosco o vídeo do evento Debates & Provocações, que reuniu, na manhã de terça-feira, os arquitetos Jaime Lerner, Alejandro Aravena e Gustavo Penna, e contou com a mediação de Marcelo Moura, editor da revista ÉPOCA.
O debate se centrou na redução do espaço dos carros em favor de ciclovias e calçadas mais largas, abordando temas como a extrema valorização dos carros nas cidades contemporâneas e sua grande dependência neste modal. Aravena, por exemplo, destacou que parte dos problemas de mobilidade urbana são causados pelas grandes distâncias entre moradia e trabalho, falta de qualidade nos transportes públicos e incentivos ao transporte individual, como muitos estacionamentos. Também foram apontadas questões em relação ao contato entre pedestres, que pode tornar a convivência na cidade mais rica, reconstruindo a humanidade neste ambiente urbano.
Paulo Mendes da Rocha, Bjarke Ingels e Alejandro Aravena marcam presença no Forum Rio Academy para discutir o futuro das cidades em países emergentes
Poucos lugares no mundo seriam tão ideais como o Rio de Janeiro para discutir o futuro das grandes cidades em países emergentes. Com toda a sua diversidade, prestes a sediar as Olimpíadas e à espera de grandes mudanças, o cenário oferece conteúdo suficiente para uma ampla reflexão sobre a produção de arquitetura e urbanismo de uma forma global.
TED Talk: Minha filosofia de arquitetura? Trazer a comunidade para o processo / Alejandro Aravena
“Se há algum poder no projeto, é o poder da síntese.”
Nesse TED Talk o arquiteto chileno Alejandro Aravena, fundador do escritório ELEMENTAL, fala sobre alguns dos desafios que enfrentou no Chile e sua abordagem inovadora para solucioná-los. Enfatizando a necessidade da simplicidade no projeto, Aravena fala sobre três de seus projetos: a habitação social Quinta Monroy, para a qual desenvolveu a tipologia da "casa semi-concluída"; seu projeto "inside-out" para o Centro de Inovação UC - Anacleto Angelini; e seu masterplan para a reconstrução de uma costa resiliente após o terremoto de 2010.
Aravena também enfatizou a importância da participação da comunidade em seus projetos, dizendo: "Nunca resolveremos os problemas a menos que usemos a capacidade das próprias pessoas de construir." Assista à palestra completa de Aravena no vídeo acima.
Centro de Inovação UC - Anacleto Angelini / Alejandro Aravena | ELEMENTAL
- Área: 8176 m²
- Ano: 2014
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Fabricantes: Hunter Douglas, Dermetall, Nuprotec
Obra em destaque: Centro de Inovação UC Anacleto Angelini / Alejandro Aravena | ELEMENTAL
O Chile é um país reconhecido internacionalmente por sua arquitetura de qualidade, contudo, as obras de maior valor raramente se encontram em contextos urbanos. Num momento que a arquitetura chilena parecia em débito com suas cidades, o escritório ELEMENTAL propõe uma obra de peso e densidade conceitual, localizada na Comuna de San Joaquín, em Santiago.
Neste vídeo exclusivo para o ArchDaily, Alejandro Aravena explica os conceitos que deram origem à forma do edifício e que definiram o processo de projeto do Centro de Inovação UC - Anacleto Angelini. Indo contra as tendências tecnológicas e inovadoras - que acabam quase sempre resultando em edifícios de vidro e aço - Aravena propõe o uso do concreto, da hermeticidade e do peso para construir a imagem de uma edificação que seguramente transcenderá o tempo.
A explosão internacional da arquitetura chilena
O Leão de Prata concedido ao Pavilhão do Chile na Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano, o Prêmio MCHAP Emerging Architecture para a Casa Poli do escritório Pezo von Ellrichshausen e a recente inauguração do pavilhão de Smiljan Radic para o Serpentine Gallery não são casos isolados, mas um reflexo de uma arquitetura chilena - já madura - que consegue afastar o país da imagem de uma nação rural no fim do mundo ocupada por residências unifamiliares salpicadas sobre uma geografia acidentada; uma arquitetura que se reconcilia com seus centros urbanos, projetando-os na cena mundial.
Neste contexto, o jornal britânico Financial Times dedicou um artigo a este boom de arquitetos já consolidados, como Smiljan Radic, Mathias Klotz, Pezo von Ellrichshausen e Elemental. O que ocasionou esse impulso da arquitetura chilena?