O protagonista indiscutível dos últimos anos tem sido o metaverso. A notícia já está inundando o mundo dos videogames e da tecnologia. Hoje, arquitetos e designers estão cada vez mais conscientes da responsabilidade que têm na condução dessa construção virtual. Mas o que é realmente a arquitetura do metaverso? Como ele é projetado? Como é construído?
A arquitetura do metaverso (até agora)
Metaverso e oportunidades profissionais para arquitetos e engenheiros
Desde que Mark Zuckerberg, CEO do Meta, mudou o nome da sua empresa e anunciou um maior investimento no chamado “metaverso”, as buscas por esse termo aumentaram consideravelmente. E, apesar de não ser um conceito novo, os temas da tecnologia que margeiam o assunto explodiram nos últimos anos.
7 Entrevistas com profissionais que estão liderando o debate sobre digitalização, arquitetura e o metaverso
A arquitetura, enquanto profissão, é profundamente enraizada no passado e, ao mesmo tempo, voltada para o futuro. Durante os últimos anos, vimos a tecnologia avançar em um ritmo sem precedentes, desenvolvendo ferramentas e sistemas que mudam a maneira como entendemos o mundo. Os espaços digitais estão se tornando uma realidade acessível e o metaverso promete potencializar a interação humana. Outras ferramentas digitais, como tecnologias de construção robótica, imagens geradas por IA e equipamentos imersivos de realidade virtual, possivelmente terão um impacto direto na indústria da construção.
O metaverso será o fim da engenharia?
Imagine o dia a dia de um arquiteto hoje. Surge a demanda de um novo projeto, uma tela em branco repleta de inúmeras possibilidades. O deleite criativo prestes a ser iniciado. Estabelece-se as condicionantes principais: programa de necessidades, análise do terreno e entorno, orientação solar e ventos predominantes. Criam-se os primeiros esboços, sempre aliados com um conhecimento estrutural, mesmo que básico, fundamentalmente determinante para quem vive na aceleração gravitacional de 9,807 m/s².
É possível criar espaços públicos no metaverso?
O metaverso promete revolucionar a maneira como vivemos. Ao integrar tecnologias imersivas como realidade virtual e aumentada (VR e AR), a expectativa do metaverso é adicionar outra camada à maneira como vivemos cotidianamente. Sugere-se que o metaverso crie espaços virtuais onde as pessoas possam se encontrar e compartilhar experiências independentemente das restrições geográficas. As possibilidades parecem infinitas: trocar conhecimentos, incentivar a colaboração profissional, desenvolver e democratizar a arte, a educação, a cultura e até mesmo possibilitar o engajamento político. As interações sociais estão no cerne da ideia de metaverso. Isso levanta a questão: como os novos espaços virtuais podem adquirir as propriedades dos espaços públicos?
Projetando para a realidade virtual, aumentada e o metaverso
A arquitetura molda nossas vidas todos os dias, mas como ela pode ser descentralizada? No centro dos esforços para projetar ambientes de realidade estendida (XR) está o desejo de tornar esses projetos mais humanos e mais relacionáveis. À medida que tecnólogos, arquitetos e os próprios usuários desenvolvem novas ferramentas para o metaverso, bem como espaços aumentados e virtuais, novos projetos são cada vez mais democratizados e de código aberto. Ao mesmo tempo, o processo de design está sendo reimaginado.
A transformação do museu: do gabinete de curiosidades às exposições
Abrigando objetos de importância artística, cultural, histórica e científica, o termo ‘museu’ é derivado do latim. No que diz respeito à antiguidade clássica, em grego antigo ‘mouseion’, que significa ‘conjunto de musas’, era uma instituição filosófica, um lugar para contemplação e pensamento. Essas musas referem-se às 9 musas da mitologia grega, as deusas das artes e das ciências e patronas do conhecimento. As origens dos primeiros museus vêm de coleções particulares de famílias, indivíduos ou instituições ricas, exibidas em “gabinetes de curiosidades” e muitas vezes em templos e locais de culto. Entretanto, estas “coleções” são antecessoras do museu moderno. Elas não buscavam categorizar e exibir racionalmente suas coleções, como as exposições que vemos hoje.
ZHA inaugura Museu de Design em Seul com exposição sobre meta tecnologia
Dongdaemun Design Plaza (DDP) colaborou com Zaha Hadid Architects (ZHA) para a exposição 'Meta-Horizons: The Future Now' em Seul, Coreia do Sul. Projetada pela ZHA para promover a instigação, o intercâmbio de novas ideias e para mostrar tecnologias e mídias inovadoras, a exposição inaugural do novo Museu de Design do DDP explora o trabalho da ZHA em múltiplos campos, da tecnologia digital à inteligência artificial e realidade virtual, apresentando os recentes projetos, processos e pesquisas do escritório que incorporam tecnologias imersivas e novas técnicas de fabricação. A exposição estará em exibição de 26 de maio a 18 de setembro de 2022.
Transformações geradas ao mesclar ambientes virtuais e realidade
Como descreve Antoine Picon em Architecture and the Virtual Towards a new Materiality?: "Um projeto arquitetônico é de fato um objeto virtual. É tanto mais virtual que antecipa não uma única construção, mas toda uma gama delas [...] Ao passo que o arquiteto costumava manipular formas estáticas, agora ele pode brincar com fluxos geométricos. As deformações topológicas de superfícies e volumes adquirem um tipo de evidência que os meios tradicionais de representação não permitiam.”
O futuro da visualização pode ser o passado
Lidamos com edifícios todos os dias. Nós dormimos neles, trabalhamos neles, vivemos nossas vidas usando suas acomodações. Mas como uma música ou uma pintura, uma pessoa geralmente ajuda a criá-los, juntamente com quem os usa e constrói. Mas antes de serem construídos, os edifícios são apenas ideias.
Tecnologia para quem? Os custos para acessar as ferramentas de representação arquitetônica
Dois mil e quinhentos reais é o preço médio de um bom óculos para realidade virtual. Se você optar pela experiência completa, desembolse mais quatro mil reias e adicione sensores e controles. Esses modelos precisam ser conectados a um computador de alto desempenho para processar as informações e transformar os espaços em modelos 3D que custará pelo menos cinco mil reais. Além dos óculos, sensores e computador, será necessário também um software, com licenças anuais que atingem igualmente a casa dos milhares. Ou seja, é um tanto quanto oneroso ser tecnológico hoje em dia.
A arquitetura dos ambientes virtuais: projetando para o metaverso
Nos últimos dois anos, o metaverso vem ganhando destaque, levando os arquitetos a considerar suas implicações para nossa relação com o ambiente físico e como a arquitetura pode contribuir para este novo espaço virtual. A arquitetura no metaverso não é mais um assunto marginal, tendo sido abraçada por escritórios consolidados. "O metaverso é onde grande parte da ação e inovação arquitetônica acontecerá no futuro", diz Patrick Schumacher. Sem restrições físicas, propriedades materiais e custos de construção, o metaverso desbloqueou um novo reino de expressão arquitetônica. A seguir, apresentamos algumas das várias maneiras pelas quais a profissão se envolve com o campo em expansão dos ambientes digitais.
Design de mapas e espaços nos videogames: explorando o mundo de Valorant
O design dos mapas e a importância dos ambientes construídos continuam a ser essenciais para a experiência dos jogadores dentro dos mundos virtuais dos videogames, principalmente no gênero de tiro em primeira pessoa (FPS), como em Valorant, da Riot Games. A Riot, que tem como característica tentar romper paradigmas que a indústria dos videogames usa há décadas, continua a surpreender e a desafiar as expectativas de seus antecessores no gênero de tiro.
Como o uso da realidade virtual na arquitetura está se tornando cada vez mais significativo?
A importância do uso de tecnologias avançadas, tais como a realidade virtual no cenário da arquitetura, está se tornando cada vez mais necessária. Por mais bonita que seja uma imagem renderizada, sempre faltará a capacidade de transmitir plenamente o escopo e a sensação do projeto como um todo, perpetuando ainda mais a necessidade de incorporar o uso dessas tecnologias a um nível de prática profissional.
Como o metaverso será projetado?
Michael Beneville abriu seu estúdio no distrito de Flatiron, na cidade de Nova York, há uma década. O escritório reformado de dois andares tem pé-direito de 6 metros, móveis sob medida e uma parede de janelas em arco que miram a 19th Street. Beneville e sua equipe não têm estado no estúdio juntos de maneira regular há meses – pelo menos não fisicamente. Os funcionários do pequeno estúdio criativo, conhecido por seu trabalho de design em experiências imersivas como o megacomplexo de entretenimento AREA15, em Las Vegas, estão todos espalhados pelo país por conta da pandemia, mas se reúnem frequentemente em uma réplica virtual do estúdio para reuniões, sentando em torno de uma mesa digital, seus avatares segurando copos digitais de café.
Projetando espaços físicos para receber um mundo virtual
Todos os aspectos da sociedade estão se tornando cada vez mais digitais. A interconexão e velocidade com que somos capazes de pesquisar e transferir informações nos deixaram acostumados a explorar novas maneiras pelas quais a tecnologia pode impactar nossas vidas. Nos últimos anos, a ascensão do bitcoin, do blockchain e agora do metaverso, fez com que arquitetos e designers reconsiderassem a noção de espaço físico e virtual. Mas, além disso, existe um "meio-termo" entre os espaços que serão projetados para receber o escapismo tecnológico que o metaverso e a web3 oferecem. Embora esses mundos virtuais estejam na fronteira da digitalização de tudo, os arquitetos desempenharão um enorme papel na concepção dos espaços físicos do mundo real que podem suportá-los.