O conjunto da Tecelagem Parahyba e da Fazenda Santana do Rio Abaixo, em São José dos Campos (SP), é o mais novo monumento a integrar definitivamente o Patrimônio Cultural Brasileiro. A decisão foi tomada por unanimidade no dia 10 deste mês, durante a 98ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O conjunto já havia sido tombado provisoriamente pela Autarquia e agora recebe a proteção em caráter permanente.
Projetada por Rino Levi e Roberto Cerqueira César em 1949 e concluída em 1951, a Residência Olivio Gomes se localiza em São José dos Campos, interior do estado de São Paulo, e é resultado de uma encomenda feita pelo industrial Olivio Gomes, então proprietário da Tecelagem Parahyba. Situada em meio a um parque que reunia algumas estruturas industriais da tecelagem, a residência é envolvida pelo projeto paisagístico de Roberto Burle Marx e conta, ainda, com amplos murais de azulejaria desenvolvidos pelo célebre paisagista e pelo próprio Rino Levi.
Rino Levi entendia que o projeto de hospitais deveria prescindir de modelos preestabelecidos e que as formas deveriam resultar da organização adequada de três diretrizes: programa funcional, circulações e flexibilidade física. Esses ensinamentos foram transmitidos durante o curso Planejamento de Hospitais, realizado em abril de 1953 pelo IAB-SP e organizado por Levi, Jarbas Karman e Amador Cintra do Prado.
https://www.archdaily.com.br/br/943652/iph-e-iabsp-disponibilizam-para-download-o-livro-planejamento-de-hospitais-com-ensinamentos-de-rino-leviErick Vicente e Renata Baralle
O Itaú Cultural promove, a partir do próximo sábado, 29 de fevereiro, a 49ª edição do programa Ocupação, que desta vez homenageia o arquiteto Rino Levi. A instituição convida o público para um percurso pela vida e pela obra do arquiteto e urbanista que atuou no processo de modernização de São Paulo, marcando a paisagem da cidade a partir do final da década de 1920.
O fotógrafo Rafael Schimidt compartilhou conosco uma recente série de fotografias do Edifício Prudência, projetado por Rino Levi em 1944. Localizado na Avenida Higienópolis, próximo à região central de São Paulo, "este prédio de apartamentos apresenta, para a época, alto padrão de conforto por suas dimensões - quatro dormitórios e grandes salas -, pelos materiais empregados e equipamentos de água quente e ar condicionado centrais, constituindo uma iniciativa sem paralelo em seu tempo", comenta Simone Barbosa Villa em artigo sobre os edifícios de Rino Levi.
A Romano Guerra Editora lançou uma campanha de financiamento coletivo no Catarse para reeditar o famoso livro RINO LEVI – arquitetura e cidade, resultado do doutorado de Renato Anelli e da pesquisa iconográfica da equipe liderada por Abilio Guerra e é repleto de fotografias de Nelson Kon.
Novembro de 1943, faltando ainda ano e meio para o encerramento da grande tragédia do século XX, a 2ª guerra mundial e aqui no Brasil o mesmo tempo para o fim da ditadura do Estado Novo, um grupo de notáveis arquitetos da cidade de São Paulo, liderados por Vilanova Artigas, criam o Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo. Cotizados, compram o terreno de 300 m² localizado na esquina das ruas Bento Freitas com General Jardim, a duas quadras da estação de metrô da Praça da República, novo centro da cidade de São Paulo, sucedendo ao antigo centro colonial, do outro lado do Vale Anhangabaú. Em 1945, organizam o 1º Congresso Brasileiro de Arquitetos realizado nesta capital. A seguir, a ação extraordinária foi a construção de seu edifício sede, cuja primeira etapa foi a realização em outubro de 1946 de um concurso, para o qual foram recebidos treze projetos. O júri, constituído de arquitetos cariocas Oscar Niemeyer, Firmino Saldanha e Hélio Uchoa também teve a colaboração de Gregori Warchavchik e Fernando Saturnino de Brito, decidiu pela reunião das equipes que apresentaram as três melhores propostas – equipes chefiadas por Rino Levi, Miguel Forte e Abelardo de Souza. Projetos de arquitetura moderna nesta cidade que antecederam o projeto da sede para o IAB-SP, foram para os edifícios Esther (1935), Prudência (1944), Louveira (1946) e a sede do jornal O Estado de SP (1946).
https://www.archdaily.com.br/br/906850/classicos-da-arquitetura-iab-sp-edificio-sede-rino-levi-miguel-forte-abelardo-de-souza-e-equipeMaria Helena Flynn
O projeto de transformação da residência Castor Delgado Perez, criada por Rino Levi em 1958, na nova sede da Luciana Brito Galeria recebeu o prêmio Preservação de Patrimônio Moderno na categoria Arquitetura daAPCA(Associação Paulista de Críticos de Arte), em 2016. No vídeo, a galerista Luciana Brito, o arquiteto José Armênio de Brito Cruz e a paisagista Klara Kaiser - todos premiados - revelam detalhes do processo. O vídeo, realizado pela APCA e pela Editora Monolito, foi dirigido por Fernando Serapião e contou com a parceria de fomento do CAU/SP.
Rino Levi teve sua carreira interrompida prematuramente em 1965, aos 63 anos de idade. Porém deixou um vasto conjunto de obras construídas, principalmente no estado de São Paulo, como a sede da FIESP e o Banco Sul-Americano, em plena Avenida Paulista, ou Residência Olivo Gomes, em São José dos Campos, e notáveis propostas não executadas, como o projeto para o concurso do plano piloto de Brasília. Hoje, último dia do ano de 2015, seria seu 114° aniversário.
O importante legado arquitetônico de Rino Leviestá perdendo mais uma de suas obras. O discreto edifício Nicolau Schiesser, localizado na Rua Augusta, em São Paulo, de 1933 começa a ser demolido.
Com 81 anos de idade, esta obra de Levi imergiu no anonimato durante os anos 80, após 50 gloriosos anos em que foi reconhecido pelas suas sacadas curvas e linhas delicadas. Acompanhando o frenesi da Augusta dos anos 80, os donos dos apartamentos começaram a estabelecer comércios voltados para a calçada, descaracterizando o desenho original de Levi.
Em 1957, no final de três décadas de prática arquitetônica intensa e, conquistada já, larga maturidade do processo de projetação, Rino Levi e sua equipe[1] têm a oportunidade de realizar um projeto completo de cidade: participa do concurso - obtendo o 3º lugar[2]- para o plano piloto da nova capital brasileira, uma cidade para 500 000 habitantes a ser localizada no planalto central do Brasil, junto ao lago Paranoá - construído artificialmente para criar condições ambientais mais amenas à árida região.