Esse artigo foi publicado originalmente pela Metropolis Magazine sob o título "The Enduring Lives of Saša Machtig's Modular Creations."
Mesmo em idade relativamente avançada, o Quiosque K67 - um sistema de estruturas modulares em fibra de vidro - se mantém ativo. Um quiosque em Kromberk, na Eslovênia, na antiga Iugoslávia tornou-se um espaço para criar abelhas. Outro, usado por um vendedor de alimentos da Bósnia e Herzegovina, recebeu uma adição de alvenaria. Na Liubliana, um quiosque que, anteriormente abrigava os atendentes de um estacionamento, agora suporta uma máquina de bilhetes automatizada.
Estas podem não ter sido as adaptações que o designer esloveno Saša J. Mächtig tinha em mente quando concebeu pela primeira vez o K67, há 50 anos. Mas contabilizar todos elas teria sido impossível. Em teoria, o sistema permitiu configurações e variações ilimitadas. Quando a produção parou em 1999, cerca de 7.500 unidades do K67 tinham sido fabricadas. Enquanto a maioria permaneceu na Iugoslávia, alguns foram exportados para o exterior - entre outros lugares, para a Polônia, Japão, Nova Zelândia, Quênia, Iraque, a antiga União Soviética e os Estados Unidos. Em todo o mundo, eles foram adaptados para usos que vão desde as estações de patrulha de fronteira a estandes de esqui, cabines para varejo e fast-food. Ninguém está realmente certo de quantos ainda estão em uso hoje ou que outros tipos existem, mas essa capacidade interminável de surpresa está entre suas maiores qualidades. A K67, uma recente retrospectiva do trabalho de Mächtig no Museu de Arquitetura e Design na Liubliana, conseguiu restaurar seu brilho original. E o fez sem suprimir os desvios. Como Maja Vardjan escreve em seu ensaio de catálogo, o que distingue o K67 é "a sua posição entre a arquitetura e o design industrial, o encaixe na moldura de uma cidade e sociedade modernas, nos rituais da vida cotidiana e, por último, mas não menos importante, sua persistente capacidade de reinventar-se". Enquanto os esquemas arquitetônicos visionários das décadas de 1960 e 1970 podem inspirar anseio nostálgico (o que poderia ter sido!), os quiosques K67, mesmo que desapareçam, provocam uma pergunta: por que eles persistiram por tanto tempo?