Integrar a água no paisagismo de modos ímpares e sustentáveis tornou-se uma abordagem cada vez mais relevante nos projetos contemporâneos. A utilização adequada desse recurso natural agrega valor estético aos espaços verdes e também pode promover respostas ecologicamente positivas para a obra. Em busca de diferentes perspectivas e soluções inovadoras, apresentamos projetos que apresentam diferentes abordagens que integram a água e a paisagem.
Sustentabilidade: O mais recente de arquitetura e notícia
O paradoxo da arquitetura sustentável: durabilidade e transitoriedade
Para transmitir o poder e prestígio de seu império, os romanos construíram uma arquitetura duradoura como símbolo de seu reinado longevo. Os imperadores empregaram grandes obras públicas como afirmações de seu status e reputação. Por outro lado, a arquitetura japonesa há muito abraça ideias de mudança e renovação, evidente na reconstrução ritualística de santuários Xintoístas. Uma prática conhecida como shikinen sengu é observada em Ise Jingu, onde o santuário é propositadamente desmontado e reconstruído a cada vinte anos. Em todo o mundo, filosofias sobre permanência e impermanência permearam as tradições arquitetônicas. Em meio à crise climática, como esses princípios se aplicam ao design arquitetônico moderno?
Qual é a pegada de água do seu projeto de arquitetura?
À medida que cresce a conscientização sobre escassez, estresse hídrico e a sustentabilidade ambiental no mundo, o conceito de pegada de água se torna cada vez mais relevante. Diferentemente do seu primo mais popular “pegada de carbono”, que se concentra nas emissões de gases de efeito estufa, a pegada hídrica fornece uma visão holística da água usada durante todo o ciclo de vida de um produto, processo ou atividade. Mensura a quantidade de água consumida (direta e indiretamente) e poluída, levando em consideração diferentes tipos de recursos hídricos, além de servir como uma ferramenta valiosa para empresas, formuladores de políticas e indivíduos para entender e abordar seus impactos relacionados à água. Inclusive, há calculadoras online que mensuram as nossas pegadas individuais através de perguntas simples sobre nossas casas, eletrodomésticos e mesmo hábitos alimentares.
Projetando para o futuro: a arquitetura focada em inovação de Henning Larsen
O propósito da inovação é promover mudanças positivas e progresso em vários aspectos da vida. Isso envolve criar, desenvolver e implementar novas ideias, métodos, produtos ou processos que melhorem os existentes ou introduzam conceitos totalmente novos. A renomada empresa de arquitetura e design Henning Larsen, fundada em 1959 na Dinamarca, tem um sólido compromisso em abraçar a inovação como um elemento fundamental de sua obra. Com ênfase na excelência do design, sustentabilidade, colaboração e abordagens centradas no usuário, a inovação desempenha um papel fundamental em sua busca por criar marcos arquitetônicos icônicos e sustentáveis. Através de pesquisas e desenvolvimento dedicados, eles estão constantemente explorando novas ideias, materiais e tecnologias para melhorar a funcionalidade e elevar a experiência do usuário de seus edifícios. Para saber mais sobre essa abordagem visionária e seu impacto na eficiência arquitetônica, conversamos com Jakob Strømann-Andersen, que lidera um departamento especializado que combina inovação e sustentabilidade, destacando o compromisso da empresa em ultrapassar os limites da arquitetura sustentável.
Arquitetura emocional: como soluções contextuais podem combater a "epidemia do tédio"
Em seu mais recente TED Talk, Thomas Heatherwick lamenta uma condição que afeta áreas da cidade definidas por edifícios monótonos, ou o que ele chama de "epidemia de tédio". Reconhecendo a funcionalidade que impulsionou esses projetos, ele afirma que essa característica por si só não pode garantir que as estruturas se tornem partes ativas da vida urbana, pois muitas vezes não conseguem provocar uma resposta emocional nas pessoas. Heatherwick explica que, em sua opinião, essa função emocional, ou a capacidade dos edifícios de significar algo para seus usuários e visitantes, é essencial. Quando bem-sucedida, a arquitetura pode contribuir positivamente para a qualidade de vida e bem-estar de seus moradores, promover a coesão social e contribuir para um senso de identidade. Então, como a arquitetura pode provocar uma conexão emocional positiva e fornecer um pano de fundo agradável para as comunidades que atende?
Arquitetura para comunidades resilientes no Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2023
O Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 é um convite aos arquitetos de todo o mundo para se encontrarem em Copenhague de 2 a 6 de julho e explorar como a arquitetura influencia os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Há mais de dois anos, a Science Track e seu Comitê Científico internacional analisam as várias formas pelas quais a arquitetura responde aos ODS. O trabalho resultou na formulação de seis painéis científicos: arquitetura para Adaptação Climática, arquitetura para Repensar Recursos, arquitetura para Comunidades Resilientes, arquitetura para Saúde, arquitetura para Inclusão e arquitetura para Parcerias e Mudanças.
Uma chamada internacional de trabalhos foi divulgada em 2022 e 296 das mais de 750 inscrições de 77 países foram convidadas a participar do Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 em Copenhague. O ArchDaily está colaborando com a UIA para compartilhar artigos relacionados aos seis temas como preparação para a abertura do Congresso.
Neste terceiro artigo, nos reunimos com os co-presidentes do painel arquitetura para Comunidades Resilientes, Anna Rubbo, Pesquisadora Sênior, Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável (CSUD), The Climate School, Columbia University, e Juan Du, Professor e Reitor da John H. Daniels Faculty of Architecture, Landscape and Design Universidade de Toronto.
Neurodiversidade, arquitetura e inclusão no ambiente corporativo: princípios e estratégias de design
De fato, a principal responsabilidade do arquiteto é proteger a saúde, a segurança e o bem-estar do público, que inclui uma população diversificada com graus variados de habilidades físicas e intelectuais.
A neurodiversidade refere-se a essa variabilidade intelectual e cognitiva que incluem uma mistura de pessoas neurotípicas e neurodivergentes. Os “divergentes” são normalmente conhecidos como aqueles com diferenças na comunicação, aprendizado ou comportamento. Logo, o objetivo de um arquiteto não é projetar um edifício exclusivamente para populações neurotípicas ou neurodivergentes, mas sim um edifício onde todos os usuários se sintam bem-vindos e confortáveis.
Campinas integra soluções baseadas na natureza em planos ambientais
Campinas revisou seus planos ambientais e formalizou as soluções baseadas na natureza (SBN) como parte central das políticas, ações e metas para o meio ambiente do município. Instituída por decreto municipal, a revisão fortalece o compromisso da cidade paulista com a adaptação climática, resiliência, visão de longo prazo e priorização de um desenvolvimento urbano sustentável, equitativo e inclusivo.
Snøhetta e MADWORKSHOP criam instalações para a mostra "Time Space Existence" na Bienal de Veneza 2023
Na Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano, o Centro Cultural Europeu (ECC) apresentou a sexta edição de sua extensa exposição de arquitetura intitulada Time Space Existence. A edição de 2023 da mostra coletiva chama a atenção para as expressões de sustentabilidade em suas várias formas, abrangendo desde o foco no meio ambiente e paisagem urbana até debates sobre inovação, reuso, comunidade e inclusão. 217 projetos de participantes renomados como Snøhetta ou MADWORKSHOP e profissionais emergentes como Urban Radicals ou ACTA estão atualmente em exibição até 26 de novembro de 2023, nos Palazzos Bembo e Mora, e nos Jardins de Marinaressa em Veneza.
Em resposta às mudanças climáticas, as instalações apresentadas investigam novas tecnologias e métodos de construção que reduzem o consumo de energia por meio de design circular e desenvolvem materiais de construção inovadores, orgânicos e reciclados. Os participantes também abordam a justiça social ao apresentar soluções habitacionais idealizadas para comunidades deslocadas e minorias, enquanto outros examinam as tensões entre o ambiente urbano construído e a natureza que o cerca para identificar oportunidades de coexistência.
5 Mudanças para acelerar a reintegração da natureza em cidades brasileiras
Com os impactos cada dia mais frequentes e intensos das mudanças climáticas sobre as cidades, as soluções baseadas na natureza (SBN) têm despontado como parte da estratégia de adaptação a essa realidade.
A natureza e os ecossistemas prestam serviços valiosos às pessoas, da regulação do clima à promoção da saúde e do bem-estar. Reintegrar esses serviços à paisagem urbana é parte da transformação necessária para que cidades enfrentem desafios complexos, como os impactos das chuvas cada vez mais intensas, o calor extremo e a poluição. Ao mesmo tempo, pode ampliar a resiliência e o acesso das populações mais vulneráveis a infraestruturas essenciais, espaços para o lazer e oportunidades econômicas.
O que é mineração urbana?
A mineração urbana busca explorar e recuperar recursos valiosos presentes nos resíduos descartados nas cidades. Enquanto a mineração tradicional extrai matérias-primas diretamente da terra, o conceito em questão concentra-se naquelas ocultas nos produtos descartados pela população, como plástico, vidro e metais ferrosos e não-ferrosos (ferro, ouro, prata, alumínio, cobre etc) reutilizáveis pela indústria.
Para simplificar, enquanto a atividade realizada tradicionalmente foca nos minerais virgens, a mineração urbana reciclae coloca novamente em circulação esses materiais, a partir dos itens que foram entregues pelos consumidores após o uso. Quando eles são destinados inadequadamente (no lixo comum ou no meio ambiente), podem acabar indo para lixões ou descartados a céu aberto e com isso prejudicar a flora, a fauna e a saúde humana.
Como construir sem água?
Como construir edifícios usando menos água? O processo de construção consome uma grande quantidade de recursos hídricos e é hora de pensar em como reduzir esse impacto no meio ambiente.
O que é madeira engenheirada?
A madeira é o concreto do futuro. Provavelmente você já deve ter ouvido essa frase, visto que, as apostas nas construções em madeira estão cada vez mais altas. Entretanto, não estamos falando das técnicas construtivas tradicionais que utilizam madeira, mas sim, desse conhecido material aliado à tecnologia de ponta.
A história da maior ilha de plástico flutuante do mundo (e o que fazer com ela)
A urgência das pautas ambientais e do aumento da temperatura do planeta não são novidade. São muitos os fatores que contribuem para o desgaste ambiental corrente, mas existem dois que podem ser tomados como representantes de pontos críticos do sistema de funcionamento do mundo atual: o plástico e o descarte de resíduos — mais conhecidos como lixo.
Não se deve tomar esses dois exemplos como os maiores e nem os únicos fatores problemáticos da crise ambiental, eles serão usados aqui como exemplos para mobilizar questões que envolvem agentes múltiplos, materiais e métodos diversos e que se desdobram em consequências por ora devastadoras, e cada vez mais próximas de irreversíveis.
Arquitetura aquática: 5 casas que defendem a vida na água
Seguindo as descobertas de um estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution em abril, tornou-se conhecimento público que a ilha artificial de lixo plástico conhecida como Great Pacific Garbage Patch (uma área de mais de 1,6 milhões de quilômetros quadrados entre a Califórnia e o Havaí) serve como lar de um ecossistema costeiro inteiro. A vida marinha está usando a enorme área aglomerada de resíduos plásticos humanos como habitat flutuante, e os cientistas ficaram chocados com o número de espécies que conseguiram estabelecer vida nesse ambiente hostil.
A notícia mais uma vez traz à tona não apenas questões urgentes de mudanças climáticas e poluição do oceano, mas também a questão da migração induzida pelo meio ambiente, mesmo em nível microbiano. A arquitetura está se movendo cada vez mais para reinos experimentais quando se trata de considerar locais para as comunidades do nosso futuro. O aumento do nível do mar colocou a água ao topo da lista desses locais. Mas essas deliberações não são tão recentes quanto se poderia pensar: cidades flutuantes existem há séculos e casas na água são comuns em áreas do Benin, Peru ou Iraque, entre outros.
Bem-estar como medida de qualidade: o movimento “wellness” na arquitetura
Na teoria, a sensação de bem-estar pode ser definida como um estado de satisfação plena das exigências do corpo e do espírito, evocando sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade. Na prática, a sensação de bem-estar pode ser fomentada por diferentes estratégias, desde hábitos individuais até a forma como o ambiente é construído.
Arranha-céus: a solução é crescer para cima com térreos amigáveis
Singapura, China, Dubai (Emirados Árabes Unidos), Londres (Inglaterra), Toronto (Canadá), Hong Kong, Nova York (EUA) e Paris (França) são exemplos de lugares que vêm se verticalizando mais intensamente nos últimos anos e adotando uma série de medidas para conter a expansão de seus territórios ao mesmo tempo em que buscam atender à demanda por mais moradias e infraestrutura. Nesse sentido, essas regiões têm visto crescer cada vez mais o número de arranha-céus ou prédios altos — como também são chamados — sendo construídos em seus bairros, inclusive em áreas centrais e históricas.