O ambiente aquático sempre fascinou sonhadores e pesquisadores. Por volta de 1960, em meio à acirrada corrida espacial da Guerra Fria, o explorador francês Jacques Cousteau desenvolveu equipamentos para desvendar as profundezas do mar - como o Aqualung - que permaneciam tão ou mais inexploradas que o próprio espaço sideral. Ele chegou a afirmar que em 10 anos poderíamos ocupar o fundo do mar como “aquanautas” ou 'oceanautas”, onde seria possível passar períodos longos, extraindo recursos minerais e até cultivando alimentos. Sessenta anos depois o fundo do mar ainda é reservado a poucos, e a humanidade tem se preocupado mais com as enormes quantidades de plástico nos oceanos e o aumento do nível dos mares por conta do aquecimento global. Mas estar próximo de um corpo d’água continua fascinando grande parte das pessoas. Seja por interesse ou pela necessidade de ganhar espaço em cidades com riscos de inundação ou populosas demais, propostas utópicas e exemplos interessantes de arquiteturas flutuantes têm figurado no arquivo de projetos do ArchDaily. Mas quais as diferenças fundamentais entre construir casas em terra e casas na água e de que forma esses edifícios permanecem na superfície e não afundam?
Taboa: O mais recente de arquitetura e notícia
Como as arquiteturas flutuantes não afundam?
Piedras Bayas BeachCamp / MORAES
O que estudantes de arquitetura podem aprender em uma comunidade nos andes peruanos?
Por ocasião da recente edição do Workshop Social Latino-americano em Chucuito, Peru - XV TSL Puno -, o ArchDaily em Espanhol e o Coordenador Latino-americano de Estudantes de Arquitetura (CLEA) convidaram todos os alunos participantes do encontro a refletir sobre sua experiência pessoal em uma recente chamada de artigos. O texto originalmente intitulado "Construyendo Lazos" (Construindo Laços), de Indira Fernández e Diana Hernández, membros do Taller Puma, de Lucio Torres e estudantes da Universidade Veracruzana, no México, foi eleito como vencedor desta chamada.
Indira e Diana se concentraram no desafio que a TSL enfrentou em seus últimos anos: ela não é mais simplesmente uma oficina de construção, mas também uma instância para que futuros arquitetos exercitem diferentes metodologias de participação e integração cidadã no momento do projeto, o mesmo momento em que se discute os desafios e ameaças da chamada arquitetura social.
Fazer parte de uma equipe interessada em entender sentimentos, tradições e culturas torna-se muito reconfortante, mas por sua vez convida a questionar qual é o propósito de fazer arquitetura. O que poderíamos esperar de uma oficina social em um país diferente do nosso? O que se pode aprender em uma comunidade localizada a 3.870 metros acima do nível do mar? O que podemos contribuir como estudantes?
Mirante "Kaymanta": arquitetura participativa no Equador
Em 2015, três arquitetas italianas - Agnese Grigis, Chiara Oggioni e Marta Petteni - viajaram ao Equador para desenvolver um projeto participativo junto à comunidade de Cachiviru, localizada no Lago de San Pablo, em Otavalo. O nome do projeto é 'Kaymanta', que no idioma Kichwa significa "daqui", e se trata de um molhe-mirante que tem como objetivo ativar uma série de processos que gerem benefícios em longo prazo para a comunidade.
"Cubo de Totora" no Equador: fortalecendo a identidade local com um projeto flexível
Desenvolvido pelos arquitetos do Archquid think-act tank, em parceria com a comunidade indígena e outras instituições da freguesia de San Rafael de la Laguna (Otavalo, Equador), este projeto gira em torno da pesquisa material da totora, implicando o entendimento profundo da arte e ofício com que têm sido trabalhadas estas fibras deses dos tempos incas.
O resultado é uma estrutura experimental que, além de promover o artesanato local e estimular a consciência sobre sua própria cultura, apresenta um alto grau de flexibilidade que permite o funcionamento de diferentes programas.