O Pavilhão de Israel apresenta Cloud-to-ground, uma instalação imersiva que explora a natureza das redes de comunicação modernas na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. A exposição, que tem curadoria do arquiteto Oren Eldar e das arquitetas Edith Kofsky e Hadas Maor, tem como objetivo iniciar uma discussão ampla sobre os aspectos físicos das redes virtuais: os centros de dados (data centers) e as centrais telefônicas comumente referidas como "caixas-pretas". O tema escolhido é relevante para Israel devido à sua localização estratégica no cruzamento de continentes e culturas. O pavilhão nos Giardini permanecerá aberto para visitantes até 26 de novembro de 2023.
No dia 5 de junho, a Apple lançou o Apple Vision Pro, um novo tipo de computador espacial que utiliza óculos de realidade aumentada para permitir aos usuários experimentar uma mistura entre os mundos digital e físico. O dispositivo promete oferecer aos usuários uma tela infinita para aplicativos, maior e mais imersiva do que as telas tradicionais, permitindo que permaneçam presentes e conectados com outras pessoas. Ele conta com o visionOS, o primeiro sistema operacional espacial para criar esta nova forma de interagir com o conteúdo digital. Conceitos anteriores como o metaverso já prometeram transformar a forma como experimentamos os mundos digitais, e os arquitetos aproveitaram a oportunidade para mergulhar no design de espaços virtuais sem restrições. A pergunta agora é se este novo dispositivo poderá trazer novas formas de vivenciar espaços tridimensionais, para melhor integrar a arquitetura com ambientes digitais.
Está aqui! A renascença digital do século XXI acabou de produzir sua última debutante, e sua entrada chique e sensacional enviou o mundo a uma histeria impressionada. Agora, sambando sem esforço na disciplina da arquitetura, brilhando com a promessa de ser imaculada, revolucionária e invencível: o ChatGPT. O mais recente chatbot da OpenAI foi recebido com uma recepção frenética que parece tudo muito familiar, quase um dèjá vu de algum tipo. A razão é esta: toda vez que qualquer inovação tecnológica aparece no horizonte da arquitetura, ela é imediatamente empurrada para um holofote cegante e anunciada como o "próximo grande acontecimento". Mesmo antes de ser entendida, absorvida ou ratificada, a ideia já atraiu uma multidão de defensores e uma horda ainda maior de detratores. Hoje, enquanto todos se preparam para serem varridos pela enxurrada de uma nova descoberta, voltamos nosso olhar introspectivo, desembrulhando onde a tecnologia nos levou e o que mais está por vir.
Cidades são uma tela para a criatividade arquitetônica e o dinamismo da vida urbana. Nos últimos anos, elas assumiram um papel adicional: o de laboratórios vivos para uma arquitetura e um urbanismo inovadores. Cidades internacionais tornaram-se terrenos experimentais para a tecnologia arquitetônica, com práticas sustentáveis e princípios de design centrados no ser humano sendo testados e refinados. Essa mudança de paradigma não apenas transformou os aspectos físicos dos ambientes urbanos, mas também redefiniu a relação entre arquitetura, comunidade e o ambiente construído.
À medida que percorremos a partitura de pilares de madeira, paredes verdejantes e a cobertura plissada, seguindo os veios do piso e as vigas do teto que convergem numa entrada de luz, parece que o espaço sempre pertenceu a este local. Parte do parque, o pavilhão complementa a natureza ao seu redor, refletindo seus padrões, e propõe um espaço central composto por um conjunto concêntrico de mesas e bancos que inspiram as pessoas a se sentarem, dialogarem e se conectarem umas com as outras. Essa é a narrativa do Pavilhão Serpentine deste ano, projetado pela arquiteta franco-libanesa Lina Ghotmeh.
Intitulado “À table”, ele se inspira na conexão da arquiteta com a natureza e lembra do apelo francês para que todos sentem juntos à mesa, compartilhando uma refeição e conversando. Ele destaca a mesa como um laboratório de ideias, preocupações, alegrias, conexões e, essencialmente, reúne pessoas. Reflete ainda sobre os ideais arquitetônicos que podem provocar e acolher momentos de conversas coletivas.
Encontrar soluções eficazes e valiosas para o gerenciamento de resíduos agrícolas tem sido um desafio inspirador para pesquisadores. Subprodutos provenientes de monoculturas, como os resíduos da produção de soja, sabugos de milho, palha, sementes de girassol e celulose, são frequentemente destinados à compostagem de solo, utilizados como ração animal ou mesmo convertidos em energia, com o intuito de reduzir o desperdício e mitigar os impactos ambientais associados às atividades agrícolas. A produção de cana-de-açúcar, por exemplo, gera uma quantidade significativa de resíduos, totalizando cerca de 600 milhões de toneladas de resíduos de fibra de bagaço a partir de uma produção anual de dois bilhões de toneladas de cana-de-açúcar. Esses resíduos apresentam um potencial promissor para substituir sistemas de construção com alto consumo de energia, como o concreto e o tijolo, ao proporcionar materiais de construção que combinam sustentabilidade e eficiência estrutural.
Com essa perspectiva em mente, a Universidade de East London (UEL), em parceria com os arquitetos da Grimshaw e a fabricante de açúcar Tate & Lyle Sugar, desenvolveu um material inovador de construção denominado Sugarcrete™. O objetivo principal desse projeto é explorar soluções sustentáveis de construção por meio da reciclagem de resíduos biológicos provenientes da cana-de-açúcar, com o intuito de reduzir as emissões de carbono na indústria da construção, ao mesmo tempo em que se prioriza a sustentabilidade social e ambiental durante a produção e implementação desses materiais de construção.
Aproveitando o poder da fabricação sem moldes por meio da impressão 3D robótica em larga escala, a pesquisa na ETH Zürich, em colaboração com a FenX AG, explora o uso de espuma mineral sem cimento feita a partir de resíduos reciclados. O objetivo é construir sistemas de parede monolíticos, leves e imediatamente isolados, minimizando o uso de materiais, mão de obra e custos associados.
Profissionais das indústrias de arquitetura, engenharia e construção estão bem cientes dos problemas que afetam o ambiente construído. A indústria da construção civil ser a maior consumidora de materiais e também responsável por 40% de todas as emissões de carbono é um fato conhecido. O trabalho de construção também é um grande gerador de resíduos e poderia se beneficiar muito dos princípios do design circular. Quase três quartos de todos os projetos de construção tendem a exceder o orçamento, e quase metade dos gastos em edifícios são destinados às despesas gerais. Em um mundo acelerado com desafios multifacetados, a tecnologia e a digitalização buscam fornecer soluções significativas.
“Você pode me ajudar a projetar minha torre residencial? São 30 andares e está localizada no Brooklyn, em Nova York.” A resposta do ChatGPT pode ser surpreendente. Dado que o robô não tem experiência em arquitetura e certamente não é um arquiteto licenciado, ele foi rápido em listar considerações para o meu edifício. Códigos de zoneamento, funcionalidade da planta, códigos de construção, materialidade, design estrutural, espaços de comodidades e medidas sustentáveis foram apenas alguns dos tópicos sobre os quais o ChatGPT compartilhou informações.
Sede da Symantec. Certificado por WELL. Imagem Cortesia de Little
Na teoria, a sensação de bem-estar pode ser definida como um estado de satisfação plena das exigências do corpo e do espírito, evocando sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade. Na prática, a sensação de bem-estar pode ser fomentada por diferentes estratégias, desde hábitos individuais até a forma como o ambiente é construído.
Singapura, China, Dubai (Emirados Árabes Unidos), Londres (Inglaterra), Toronto (Canadá), Hong Kong, Nova York (EUA) e Paris (França) são exemplos de lugares que vêm se verticalizando mais intensamente nos últimos anos e adotando uma série de medidas para conter a expansão de seus territórios ao mesmo tempo em que buscam atender à demanda por mais moradias e infraestrutura. Nesse sentido, essas regiões têm visto crescer cada vez mais o número de arranha-céus ou prédios altos — como também são chamados — sendo construídos em seus bairros, inclusive em áreas centrais e históricas.
https://www.archdaily.com.br/br/1001430/arranha-ceus-a-solucao-e-crescer-para-cima-com-terreos-amigaveisSomos Cidade
Podemos entender a tecnologia verde como um conjunto de instrumentos que permitem o processo produtivo de forma sustentável. Isso significa que é possível conduzir o ciclo de vida dos produtos com mais responsabilidade, sempre em busca do mínimo impacto ambiental.
As etapas para produção começam na extração de matéria-prima, passam pela fabricação, pela distribuição, pelo uso até a fase de descarte. Assim, todo o ciclo pode contar com a aplicação de tecnologias verdes, que ajudam a tornar o processo menos impactante usando os recursos naturais de maneira sustentável e consciente.
As tecnologias atuais de desenho e fabricação podem ser incorporadas às técnicas de construção vernaculares e tradicionais? No campus da IE University, em Segovia, um grupo de pesquisadores da IE University, Princeton University e University of Bergamo construíram uma estrutura de alvenaria não reforçada chamada innixAR que demonstra como as tecnologias digitais podem contribuir com os trabalhos artesanais. Este experimento emprega as últimas inovações em realidade aumentada (AR) para auxiliar a construção de uma estrutura de alvenaria sem a necessidade de guias físicas e gabaritos temporários.
Proposta premiada com o primeiro lugar. Autoria de André Augusto Prevedello. Image via Concurso EcoParque Itaipu
A Itaipu Binacional, empresa pertencente ao Brasil e ao Paraguai que administra a Usina Hidrelétrica de Itaipu, lançou um concurso nacional de arquitetura para o desenho do EcoParque Itaipu, em Foz do Iguaçu. O edital, publicado em dezembro de 2022, previa a criação de um parque urbano que "contribuirá para a conservação de uma das áreas verdes mais relevantes de Foz do Iguaçu, associada a utilização pública e sustentável".
As propostas arquitetônicas apresentadas deveriam estar preparadas para receber as mais distintas tecnologias, sejam elas digitais ou soluções baseadas na natureza, com o intuito de transformar o parque em um laboratório de soluções para enfrentar os problemas cotidianos de uma forma mais feliz e eficaz.
Library of Muyinga. Image Courtesy of BC Architects
Atualmente, o entendimento da cultura de construção e a aplicação de métodos construtivos locais podem parecer um conceito distante e obsoleto, dado o papel da industrialização e da globalização na indústria. Podemos obter quase qualquer material de todo o mundo apenas pesquisando na Internet um distribuidor em nossa região. Mas essa prática tem implicações para a nossa sociedade, desde a perda de identidade arquitetônica até os custos ambientais relacionados a altas emissões de CO₂ associadas aos processos de extração, fabricação, transporte e descarte desses materiais.
A crescente necessidade global de reduzir nossas emissões de carbono e utilizar materiais de maneiras mais eficientes tem nos levado a pesquisar e aprender sobre a origem dos recursos de nossas regiões, levando ao melhor entendimento de suas aplicações dentro de uma abordagem de economia circular. Mas por que não olhar bem debaixo dos nossos pés? O solo é um dos materiais mais comuns do planeta e, quando é de origem local, não gera quantidades consideráveis de CO₂ incorporado. Parece que, após a industrialização, esquecemos que a construção com terra foi por muitos anos um método viável para nossos ancestrais em diferentes partes do mundo. Conversamos com Nicolas Coeckelberghs, um dos quatro fundadores da BC Materials, uma cooperativa com sede em Bruxelas que trabalha com terra, redescobrindo seu uso e compartilhando seu conhecimento em escala global através de uma consciência local.
https://www.archdaily.com.br/br/999688/construindo-com-residuos-transformando-solo-escavado-em-arquiteturaEnrique Tovar
Antigamente, as pessoas mapeavam suas carreiras de maneira muito linear. Você planejava cursar arquitetura, fazia faculdade, conseguia um emprego em uma empresa importante e, em vários anos, trabalharia para se tornar sócio.
Mas nem sempre as coisas saiam como o planejado. Talvez você tenha se formado em arquitetura, mas não conseguiu faixa salarial que sonhou. Ou você se junta a uma grande empresa e é demitido depois de um ou dois anos por causa da queda nos lucros e aumento das despesas. Você pode até se tornar um arquiteto apenas para descobrir depois de alguns anos que não é sua paixão. O que é então? É aí que entram as carreiras não lineares.
Você pode imaginar poder prototipar uma peça de mobiliário com o toque de um botão e testá-la em apenas algumas horas? Isso pode se tornar uma prática comum mais cedo do que podemos pensar. Alimentado pela inovação material, automação e tecnologia de ponta, uma nova era está surgindo; onde a impressão 3D abre um mundo de possibilidades criativas que transcendem os limites do design tradicional. Sim, móveis ainda são produzidos em massa usando os métodos convencionais - moldagem, corte, dobras -, mas a impressão 3D continua a romper com os aspectos tradicionais da indústria. À medida que a tecnologia revolucionária evolui e se torna mais acessível, isso desencadeou um nível incomparável de expressão e eficiência criativas. O conceito é simples: um design digital é criado usando o software de modelagem 3D e, em seguida, impresso, camada por camada, na forma de um objeto físico, dando vida a geometrias complexas. É um tipo totalmente novo de artesania digital.
Pré-montados, os painéis são removíveis. Imagem: Sun-Ways
A energia solar é uma das fontes energéticas que mais cresce no mundo. Indo além das instalações em telhados ou grandes usinas, diversas inovações têm surgido para aproveitar o potencial energético da luz solar. Uma iniciativa recente, neste sentido, vem sendo implementada pela startup Sun-Ways, que vai implantar painéis solares removíveis ao longo de trilhos ferroviários na Suíça.