Imagine Lagos, na Nigéria, uma cidade de 22 milhões de pessoas. O que uma vez foi uma pequena cidade costeira, há apenas algumas décadas explodiu em uma megacidade dispersa que se estende por mais de 1.170 quilômetros quadrados. O rápido crescimento pressionou os serviços municipais ao máximo: menos de 10% das pessoas vivem em casas conectadas às redes de esgoto; menos de 20% têm acesso à água encanada. Muitas casas estão em favelas ou assentamentos informais na periferia da cidade.
Agora imagine Lagos duas vezes maior.
https://www.archdaily.com.br/br/911313/cidades-estao-crescendo-na-horizontal-e-nao-na-vertical-3-razoes-por-que-isso-e-um-problemaJillian Du e Anjali Mahendra
Diante da urgência climática a qual estamos vivenciando hoje, nosso modelo de cidade ditado pelo crescimento acelerado e desordenado que favorece a segregação social e impacta negativamente o meio ambiente precisa ser substituído.
Em meio a este cenário, o conceito DOTS, Desenvolvimento Urbano Orientado ao TransporteSustentável, surge para romper com os padrões de planejamento territorial vigentes. Como o próprio nome diz, o DOTS propõe estratégias de atuação que integram o desenho urbano e o planejamento de transportes e mobilidade podendo ser concretizadas por meio de políticas públicas ou de projetos urbanísticos.
Em 1936, a Academia Brasileira de Imprensa instituiu um concurso para o projeto de sua nova sede no Rio de Janeiro. Hebert Moses, presidente da Associação estava, segundo Cláudio Pereira (2002), sincronizado com as correntes vanguardísticas internacionais, tendo mesmo sido intérprete de Frank Lloyd Right na ocasião de suas conferências no Rio de Janeiro em 1931. Ele quem escolheu os integrantes do júri, o qual era composto por associados à A.B.I., arquitetos e membros de órgãos especializados.
https://www.archdaily.com.br/br/952944/propostas-colagens-contexto-urbano-e-o-edificio-sede-da-abiThiago Santos Mathias da Fonseca
Revoltada com a contínua onda de violência policial no país, a população da Nigéria decidiu se manifestar tomando as ruas da maioria das grandes cidades para protestar. Indignados com os métodos antiquados ainda utilizados pelas Forças Especiais Anti-Roubo (SARS), uma unidade policial criada em 1992 para combater assaltos à mão armada na Nigéria, os manifestantes anti-SARS estão solicitando a extinção da unidade conhecida por sua arrogância, assassinatos extrajudiciais, extorsão e inúmeros abusos contra os direitos humanos mais elementares.
Tragicamente, os protestos chegaram a um clímax brutal no último dia 20 de outubro. Homens armados—que muitos acreditam ter sido agentes do governo nigeriano—dispararam contra os manifestantes reunidos na Estação de Pedágio de Lekki na cidade de Lagos. Muitas pessoas ficaram feridas e o governo admitiu que duas pessoas foram mortas; grupos como a Anistia Internacional insistem que estes números são muito maiores.
https://www.archdaily.com.br/br/952034/protestos-publicos-e-o-legado-urbano-do-colonialismo-e-ditadura-militar-na-nigeriaMathias Agbo, Jr.
O planejamento urbano é um importante meio para reduzir a desigualdade e promover a equidade em uma cidade. No Brasil, a priorização destes objetivos é ainda mais evidente dado não só a profunda desigualdade social na nação como um todo, como a evidente desigualdade no acesso a oportunidades e a infraestrutura e serviços urbanos, o que pode ser traduzido como verdadeiro acesso à cidade.
No entanto, embora muitos acreditem que a desigualdade urbana é fruto de um cenário onde cidades não tiveram planejamento, praticamente resultado do acaso, a realidade é que o planejamento urbano, historicamente e até hoje, vem contribuindo para agravar as desigualdades ao invés de mitigá-las.
Fernando Cuenca Goitia em seu livro “Breve História do Urbanismo” afirma que a cidade da época medieval surge no começo do século XI e se desenvolve somente entre os séculos XII e XIII. Segundo o autor, esse crescimento esteve devidamente atrelado ao desenvolvimento do comércio que possibilitou ocupações laborais fixas, fazendo com que a cidade não fosse mais composta majoritariamente por viajantes. Ou seja, formou-se uma sociedade burguesa desenvolvida a partir das mais diversas atividades – como artesãos, feirantes, ferreiros, armadores de barco – que serviu de estímulo à cidade medieval.
Não necessariamente de pequena escala, mas sim pontuais e estratégicas, as intervenções de acupuntura urbana são rápidas de executar, reversíveis e, muitas vezes, de baixo custo. A prática tem se consolidado como uma possibilidade frente às transformações urbanas que exigem processos extensos e burocráticos não apenas na tomada de decisões, mas também na sua execução, o que muitas vezes exclui os habitantes do desenvolvimento dos projetos em suas diferentes etapas.
A busca pela cidade ideal sempre permeou a história da humanidade constituindo uma utopia perseguida por governantes, artistas, filósofos e, na história mais recente, por nós, urbanistas. Desde o século XIX foram propostos – e, por vezes construídos, - diversos modelos de cidades ideais, passando das cidades-jardim de Howard, às cidades mecanizadas, às radiais, às caminhantes do grupo Archigram, às nômades como a Nova Babilônia de Constant Nieuwenhuis, às modernistas, entre outras.
O chamado "traçado urbano radioconcêntrico" é conformado por ruas que partem de determinado centro e dirigem-se radialmente para o limite mais externo da cidade, além de ruas dispostas de forma concêntrica, que estabelecem a conexão entre as vias radiais e os lotes. Este padrão está presente, ao longo da história, desde a antiguidade até os dias atuais.
A depender do contexto histórico, localização ou proposta do planejamento da cidade, o elemento presente no centro da cidade pode variar. Praças, igrejas ou centros político-administrativos estão entre os elementos mais comuns e a sua localização central, assim como o desenho urbano destas localidades, não é por acaso. Em linhas gerais, a delineação feita pela distribuição radial das ruas tem como objetivo evidenciar um determinado elemento ou local que possui grande importância política, religiosa, econômica ou simbólica para o conjunto urbano.
O Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) está com inscrições abertas para a 58ª Premiação Anual – Rumo ao Centenário do IAB e para o 37º Prêmio Arquiteto do Amanhã. O primeiro tem como objetivo premiar a produção intelectual e profissional dos profissionais associados ao Departamento, enquanto o Arquiteto do Amanhã é voltado à premiação de trabalhos acadêmicos produzidos nos cursos de Arquitetura e Urbanismo do estado do Rio de Janeiro. Os Trabalho de Conclusão de Curso vencedores das oito categorias do Arquiteto do Amanhã concorrerão, ainda, ao Prêmio Grandjean de Montigny, promovido pelo CAU/RJ.
Criando novos padrões para uma cidade mais conectada e habitável, o escritório Henning Larsen projetou um novo plano diretor para Wolfsburg, Alemanha. Selecionada em 2019 através de um concurso que contou com a participação do UNStudio e do Bjarke Ingels Group, a proposta de Henning Larsen terá sua primera fase concluída até 2023.
São Paulo é imensa e cheia de desafios. Com doze milhões de habitantes, a maior cidade da América Latina sofre para prover uma boa qualidade de vida aos seus moradores. Os congestionamentos são implacáveis. O funcionamento do transporte público ainda está longe do ideal. O Centro Expandido concentra um volume de empregos desproporcional à sua população. Não é surpresa que o deslocamento até o local de trabalho seja uma das principais reclamações dos paulistanos.
Nesta quarta-feira, 11 de novembro, às 19 horas, o canal do UIA2021RIO no YouTube apresenta, com exclusividade, um programa especial comandado pelo cineasta Eduardo Goldenstein, diretor da série Cidades Possíveis, que estreou na semana passada no Canal Curta!
Publicado em 1960, seu texto foi considerado um dos marcos da escrita feminina e negra no Brasil e já foi traduzido para mais de treze idiomas. Os registros de Carolina trazem uma perspectiva única das condições de vida extremamente precárias de uma moradora de favela no final da década de 1950 no Brasil, uma narrativa até então ignorada ou simplesmente desconhecida do público em geral, quiçá dos gestores públicos.
Paul Romer, economista americano ganhador de prêmio Nobel, acredita que um fator importante para o sucesso das aglomerações urbanas é a clara definição do que é espaço público e privado antes do início da construção de um bairro ou de uma grande cidade.
O autor exemplifica o sucesso dessa estratégia com um caso clássico, o da grelha viária de Nova York. Muito antes da ocupação construída da ilha de Manhattan, seja de ruas ou de edifícios, em 1807 se definiu o chamado Comissioner’s Plan, que delineava o xadrez de espaços públicos e privados que definiriam o futuro da cidade.
Viver, trabalhar e experimentar cidades com ruas, centros e parques vibrantes, passeios com dimensões adequadas, transporte público eficiente e um baixo nível de congestionamento são desejos de muitas pessoas ao redor do mundo. Atingir estas condições não é uma tarefa fácil, e cidades que possibilitam tais situações certamente não as obtiveram através de um planejamento orientado ao automóvel.
Frente a uma população que experimenta diariamente maus exemplos de como uma cidade deve operar, alguns paradigmas, fenômenos e medidas dificultam o planejamento e funcionamento de “cidades para pessoas”.
Segundo registros, os traçados urbanos ortogonais, que hoje correspondem a uma das formas mais comuns de planejamento do traçado urbano, existem pelo menos desde a antiguidade. Por meio do cruzamento de ruas perpendiculares entre si, este tipo de desenho tem como resultado uma grelha reticulada – ou grid, termo em inglês pelo qual também são conhecidas – composta por ruas, avenidas, blocos, quadras, praças, parques, entre outros espaços compreendidos nas cidades.