Vilanova Artigas: O mais recente de arquitetura e notícia

Organizada como parte da Ocupação Vilanova Artigas - série de eventos realizada no Itaú Cultural que marca as comemorações do centenário de João Batista Vilanova Artigas - a palestra exibida acima, que ocorreu no dia 1 de julho, traz um dos arquitetos mais influentes em atividade no Brasil, Paulo Mendes da Rocha, para falar de Artigas, seu amigo e mentor.

Em uma apresentação que durou pouco mais de meia hora, Paulo Mendes revisitou episódios da vida de Artigas que exemplificam a visão do arquiteto em relação ao ensino e à prática da arquitetura, bem como sua visão em relação ao que considerava uma sociedade mais justa.

Durante o II Workshop ArchDaily Brasil, realizamos um texto a doze mãos sobre a Rodoviária de Jaú, Clássico da Arquitetura de Vilanova Artigas. Um texto criado em voz alta a partir da observação de doze arquitetos a um único detalhe: o encontro das vigas com o pilar. Em seguida, os participantes aprofundaram a observação através de novos textos complementares e novos desenhos.

Os resultados desse experimento você lê a seguir.

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Um dos principais ícones da arquitetura paulista, Vilanova Artigas, completou seu centenário nesta semana. Sua família planejou uma homenagem para comemorar os 100 anos do arquiteto através de uma exposição, dois livros, acervo digital e o documentário: “Vilanova Artigas: o arquiteto e a luz”.

Do alto do miradouro do morro do convento se vê a praça histórica, implantada aos seus pés, local de fundação da cidade por Martim Afonso há quase cinco séculos. Dessa época colonial são testemunhos os edifícios da Igreja Matriz e da Casa de Câmara e Cadeia –brancos, caiados–, colocados em posição de destaque na ágora. Encostada ao morro, a ferrovia passa entre os elegantes arcos que estruturam a rampa de subida ao convento, dividindo a cidade em duas e marcando o fim do centro histórico.

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Por Jamile Weizenmann

O edifício é formado por um volume único retangular organizado por uma malha regular cujo módulo é um quadrado de nove metros de lado. Na sua totalidade possui treze módulos no sentido longitudinal e quatro módulos no sentido transversal.

Essencial para o urbanismo brasileiro e prestigiado internacionalmente, Vilanova Artigas tinha como base a convicção de que a arquitetura tem uma função social e de que a profissão nasce do vínculo entre arte e técnica – um projeto, um “desenho”, é tanto funcional quanto expressivo. Preocupava-se com a integração das construções com a cidade – elas não deveriam se isolar, mas dialogar com o espaço urbano.

Foi fundador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1948, na qual liderou, mais tarde em 1962, um movimento para a reforma de ensino que influenciou outras faculdades de arquitetura no Brasil inteiro. Foi militante dos movimentos populares e, por isso, perseguido pela ditadura militar, tendo sido cassado em 1969, juntamente com outros professores das universidades brasileiras, por força do AI-5.

Em homenagem ao centenário de um dos arquitetos mais influentes do Brasil, compilamos a seguir alguns eventos que acontecerão no Itaú Cultural, em São Paulo: uma rara oportunidade de aproximar o público da vida e obra desta figura que marcou direta e indiretamente a construção da paisagem urbana de muitas cidades brasileiras.

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Desde o início do ano temos publicado periodicamente alguns trechos do documentário sobre Vilanova Artigas produzido em comemoração ao centenário do arquiteto. Uma das quatro iniciativas desenvolvidas para a celebração – juntamente com o site oficial do arquiteto, o livro e a exposição – o filme apresenta algumas personalidades da arquitetura e de outras áreas relembrando obras e momentos compartilhados com Artigas.

Lembranças, anedotas, observações sobre projetos, cada trecho do documentário é um pequeno fragmento da pesquisa realizada em função dos 100 anos de um dos maiores arquitetos e educadores do século XX no Brasil.

Como singela homenagem, compilamos a seguir todos os fragmentos do filme que já foram publicados em nossa página.

O documentário "Vilanova Artigas: o arquiteto e a luz" une passado e presente. A trajetória do icônico arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas é costurada pelas lembranças de familiares, amigos, alunos, por imagens do seu arquivo pessoal e por relatos inéditos do arquiteto. Enquanto suas principais obras, tais como o Edifício Louveira, o Estádio do Morumbi e a FAU-USP, são reveladas pelo olhar de seus atuais frequentadores.

O lançamento oficial será no dia 25 de junho e estará em cartaz até o dia 22/07/15 nas Salas Itaú de Cinema.

Assista aqui o trailer oficial:

À medida que o centenário de Vilanova Artigas se aproxima, os produtores da cinebiografia do arquiteto vão compartilhando conosco alguns trechos do documentário, e desta é o diretor de cinema Luiz Villaça que presta homenagem a uma das obras mais conhecidas do arquiteto, o Edifício Louveira, localizado em São Paulo

Vizinho do edifício, Villaça conta como a obra de Artigas está enraizada no bairro, agindo quase como um respiro para os moradores da região. Se os cariocas tem vista para o mar, conta o cineasta, os habitantes do bairro do Pacaembu podem se orgulhar da vista para o emblemático edifício de Vilanova Artigas.

Os produtores do documentário sobre Vilanova Artigas, que está sendo feito em comemoração ao centenário do arquiteto este ano, compartilharam conosco mais um trecho do filme que mostra, desta vez, os arquitetos Alvaro Puntoni, Ciro Pirondi e Shundi Iwamizu comentando sobre a influência de Artigas enquanto educador.

A partir do relato dos três arquitetos, percebe-se que a influência de Artigas vai muito além da exercida sobre seus alunos e amigos próximos; sua herança é vista na obra de muitos arquitetos contemporâneos e no ensino transmitido em várias escolas e faculdades de arquitetura em todo o Brasil, com especial ênfase em São Paulo.

Na sequência de fragmentos do documentário sobre Vilanova Artigas que estamos publicando em nossa página, compartilhamos desta mais um trecho do filme que está sendo realizado em comemoração ao centenário de um dos arquitetos mais influentes da história brasileira.

Desta vez é Marco Artigas que fala sobre a primeira casa que se avô construiu para si: a Casinha. Projeto de 1942, a construção é bastante simples e tinha como objetivo servir de residência de final de semana para Artigas e sua esposa, Virgínia, que moravam no centro de São Paulo e buscavam a tranquilidade das regiões mais afastadas para dar sequência a seus processos criativos.

Ao passo que o centenário de Vilanova Artigas se aproxima, os produtores da cinebiografia do arquiteto vão compartilhando conosco alguns trechos do documentário, e desta vez quem lhe presta homenagem é o ator Juca de Oliveira.

No vídeo, o ator conta um pouco sobre os momentos que passou com Artigas, relembrado os jantares e conversas que tiveram. “Ele era uma grande paixão. Eu tinha uma admiração enorme pelo Artigas, pela sua inteligência, pela sua gentileza, pela sua absoluta e total simplicidade.”

Na sequência da série de trechos da cinebiografia de Vilanova Artigas que estamos publicando em nossa página, apresentamos mais um fragmento do documentário, realizado em homenagem ao centenário de nascimento do arquiteto, que acontece este ano.

Desta vez quem fala é o fotógrafo Cristiano Mascaro, que entre 1964 e 1968 vivenciou, na condição de estudante, o emblemático edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Os produtores do documentário sobre Vilanova Artigas, que está sendo feito em comemoração ao centenário do arquiteto este ano, compartilharam conosco mais um trecho do filme que mostra, desta vez, Rosa Artigas contando uma breve anedota sobre a infância de seu pai em Curitiba.

Abordado pela polícia enquanto criança por ter construído um rádio em sua casa e, supostamente, ouvido informações que não lhe cabiam - algo inaceitável no contexto da época, quando a Revolução de 30 havia acabado de irromper - a estória contada por Rosa Artigas nos oferece a imagem de um rapaz inventivo que, num ato de curiosidade, acabara, mesmo que sem saber, "fazendo um ato de subversão". Décadas mais tarde, já em São Paulo, aquele jovem curioso se tornara um dos profissionais de maior presença na prática e ensino da arquitetura brasileira, cuja subversividade quase ingênua da infância pode ser vista, agora intencionalmente, em algumas de suas obras - a exemplo, o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.