Espaços urbanos estão em constante processo de transformação social, política e econômica. Neste contexto é impossível falar de redesenvolvimento urbano sem mencionar os consequentes processos de gentrificação, um fenômeno complexo que engloba uma variedade de diferentes questões, desde melhorias na infra-estrutura urbana, incentivos à economia local até o deslocamento forçado e a transformações do perfil demográfico das comunidades de uma determinada região da cidade. Por um lado, redesenvolver significa revitalizar, ou seja, “trazer o desenvolvimento ou a vida de volta” para um espaço que teoricamente deveria estar exaurido de vitalidade—o que nem sempre é verdade; por outro lado, a consequente gentrificação provoca o aumento dos preços das propriedades e dos aluguéis, além do custo de vida nestas regiões—expulsando as comunidades de mais baixa renda que se veem forçadas a migrar para outros bairros e cidades. Dito isso, seria o deslocamento das comunidades mais pobres um “efeito colateral” insanável do processo de desenvolvimento urbano de uma cidade? Existiria uma outra forma possível de se repensar o espaço construído de nossas cidades?
Nesta edição do Editor's Talk, nossos editores da Argentina, Líbano, Brasil, Chile e Tanzânia compartilham suas opiniões sobre o papel do desenvolvimento urbano no agravamento dos processos de gentrificação das cidades.