O ser humano está castigado a olhar para a frente caminhando sobre suas pernas. Com este simples feito se estrutura todo o nosso espaço, e nossas cidades. Compostas por ruas, pontos de fuga distantes que potencializam o caminhar. Olhamos ao céu apenas em espaços livres na urbe como parques e miradores. A conquista da cidade é reduzida sempre a esses vazios, as ruas, os pátios, as praças. Vazios que são cada vez mais estreitos na cidade contemporânea.
Essa delineação do espaço livre onde pisamos ou observamos muitas vezes nos oprime, mas também remarca uma vista limitada, irregular, que se altera a cada ponto de vista, para ser preenchida pela imaginação dos sonhadores. Como uma criança vê os animais nas nuvens, que se movem com o vento e devoram uns aos outros, o artista francês Thomas Lamadieu completa o céu com os personagens desenhados pela sua mente.
"Meu objetivo artístico é mostrar uma percepção diferente da arquitetura urbana e o meio ambiente que nos cerca todos os dias, o que pode ser construído com uma imaginação sem limites".
Assim, utilizando os estreitos espaços que existem entre os edifícios de Paris, onde os resquícios do céu, azul, branco, cinza, se convertem em papel de fundo para uma série de ilustrações intitulada SkyArt. Esta constrói uma interação entre o espaço bidimensional da fotografia e o desenho, com o tridimensional do meio, num jogo de formas para reviver e habitar o vazio com personagens imaginários.
"Desde criança a arte me fascina; sobretudo, me fascina a ideia de poder criar sem limites".
Lamadieu expôs seu trabalho em grandes cidades europeias e é reconhecido por sua paixão pela arte. Todas suas exposições, assim como sua obra completa pode ser visitada no portfólio online Roots-Art do artista.