Conheci a Ruth um ou dois dias antes dessa entrevista, quando participávamos do IV Seminário Docomomo Chile, na cidade de Concepción, em novembro do ano passado. Lá, nossas ideias, pensamentos, concepções e propostas em relação à Arquitetura chocaram-se. Um choque positivo: Ruth é uma das raras investigadoras do Brasil determinadas a desbravar os caminhos da investigação projetual (ou projeto científico), um âmbito ou viés ainda nebuloso em todo o mundo. Desde Concepción, seguimos em contato, nos encontramos em outros seminários, e continuamos procurando imaginar novos modos de se aproximar à Arquitetura. Porém, ela insiste em se esquivar (como sempre).
Ruth Verde Zein é arquiteta e urbanista pela FAU-USP, mestre e doutora em Teoria, Historia e Crítica de Arquitetura pelo PROPAR-UFRGS, e pós-doutora pela FAU-USP. É autora, entre outras publicações, do livro "O Lugar da Crítica.Ensaios Oportunos de Arquitetura", de 2002; co-autora do livro "Brasil: Arquiteturas após 1950" com Maria Alice Junqueira Bastos, de 2010; e organizadora da antologia "Projeto como Investigação".
Ruth é pesquisadora e professora de graduação e pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie desde 1997. Dentro de suas pesquisas em curso, destaca-se Brutalist Connections, que investiga em todo o mundo obras de arquitetura que se enquadrem no termo Brutalismo.
Em dezembro do ano passado, publicamos o seu ensaio "Quando documentar não é suficiente: obras, datas, reflexões e construções teóricas".
Desfrutem da entrevista. Nela, Ruth Verde Zein procura pôr em xeque a suposta separação entre teoria e prática em Arquitetura, contando um pouco da sua experiência.