Igor Fracalossi

Arquiteto, Mestre em Projeto e Crítica da Arquitetura e candidato a Doutor em Projeto Arquitetônico pela PUC-Chile

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Em foco: Affonso Eduardo Reidy

Hoje, Affonso Eduardo Reidy completaria 109 anos de idade. O arquiteto nasceu em 1909 em Paris, porém cresceu e viveu toda sua vida no Rio de Janeiro, onde se formou arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes, em 1930. Como estudante, foi estagiário de Alfred Agache e assistente de Gregori Warchavchik. Reidy trilhou toda sua carreira como funcionário público concursado da Prefeitura do então Distrito Federal e como professor universitário. Em 1936, Integrou a equipe responsável pelo projeto do Ministério de Educação e Saúde, liderado por Lucio Costa. Sua obra maior, uma peça fundamental da arquitetura moderna brasileira, é o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, construído em 1953, uma das primeiras obras em concreto armado aparente do Brasil.

Em foco: Hans Broos

Hoje, o arquiteto de origem alemã radicado no Brasil Hans Broos, completaria 97 anos de idade. Nascido no dia 10 de outubro de 1921, em Gross-Lomnitz na Áustria (atualmente Eslováquia), Hans Broos titulou-se engenheiro-arquiteto pela Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, em 1948. Trabalhou como assistente do Professor Friedrich Wilhelm Kräemer, na cátedra de Grandes Composições e também após sua formação na reconstrução de edifícios e conjuntos urbanos. No ano seguinte, mudou-se para Karlsruhe onde trabalhou como assistente do professor Egon Eiermann - arquiteto de grande projeção no cenário da arquitetura moderna alemã - na Universidade Técnica de Karlsruhe e em grandes projetos como na Indústria Têxtil de Blumberg e na Usina Experimental da Universidade de Karlsruhe.

Em foco: Vilanova Artigas

Um dos maiores arquitetos da história do Brasil completaria hoje 102 anos. João Batista Vilanova Artistas nasceu em Curitiba, Paraná, e titulou-se engenheiro arquiteto pela Escola Politécnica de São Paulo em 1937. Desde aí trilhou uma carreira singular sempre vinculada à produção projetual, ao ensino e a militância política.

Em foco: Lelé

João Filgueiras Lima, o Lelé, nasceu no Rio de Janeiro no dia 10 de janeiro de 1932. Estou na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, onde se formou arquiteto em 1955. Durante a construção de Brasília, no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, Lelé desenvolveu vários projetos ao lado de Oscar Niemeyer, e outros de autoria própria. Foi professor da recém concluída UNB até 1965.

Em foco: Rino Levi

Rino Levi teve sua carreira interrompida prematuramente em 1965, aos 63 anos de idade. Porém deixou um vasto conjunto de obras construídas, principalmente no estado de São Paulo, como a sede da FIESP e o Banco Sul-Americano, em plena Avenida Paulista, ou Residência Olivo Gomes, em São José dos Campos, e notáveis propostas não executadas, como o projeto para o concurso do plano piloto de Brasília. Hoje, último dia do ano de 2015, seria seu 114° aniversário.

Os 7 artigos mais lidos de 2015

Temos o prazer de apresentar os artigos mais lidos de 2015. Ficamos muito felizes com a seleção, porque ela reúne quatro das nossas linhas de publicação: os editoriais, as traduções inéditas ao português, as re-publicações de textos de arquitetos brasileiros destacados, e as colaborações dos nossos leitores, que aumentaram exponencialmente este ano.

A seguir os melhores artigos do ano.

Que Clássico da Arquitetura você gostaria de ver publicado em 2016?

Sabemos que os Clássicos da Arquitetura são parte fundamental do saber da arquitetura: eles compõe sua história, destacam seus grandes artistas, inspiram e concretizam teorias, e são os exemplos maiores para sua prática. Desde seu início, o ArchDaily Brasil dá muita importância e atenção ao trabalho com os Clássicos, procurando publicar fotografias de época, planimetrias originais e descrições inéditas desses grandes exemplos da história, permitindo assim o acesso irrestrito a estudantes em busca de fontes e materiais para seus trabalhos e a arquitetos em busca de inspiração.

Ao longo dos nossos quatro anos de trajetória, publicamos mais de 150 Clássicos, grande parte deles Clássicos da Arquitetura Brasileira. E ainda nos falta muito! É por isso que queremos saber dos nossos leitores: que Clássicos da Arquitetura você gostaria de ver publicado no ArchDaily Brasil em 2016 (e nos próximos anos)? Que obra mestra da sua cidade ou do seu estado ainda não publicamos? Que grande arquiteto brasileiro ainda teve poucas ou nenhuma de suas obras publicadas?

Experiência e Conhecimento / Walter Benjamin

É possível manter as mais elevadas determinações do conhecimento que deu Kant e, no entanto, contradizer sua concepção teórico-cognitiva da estrutura sobre conhecimento natural ou experiência. Estas supremas determinações descansam no sistema das categorias. Mas como se sabe, Kant não estabeleceu tais determinações como únicas, senão que fez dependente a validez das categorias para a experiência da natureza de sua relação com respeito aos contextos determinados espaço-temporalmente. Nessa explicação da dependência da validez das categorias descansa a contraposição de Kant à metafísica. A afirmação sobre a possibilidade da metafísica pode ter agora realmente pelo menos três significações diferentes, das quais Kant afirmou a positiva possibilidade de uma e discutiu a das outras duas.

Ver através: uma conversa sobre fotografia com Germán del Sol

Cada vez que converso com Germán não traço nenhuma rota a seguir. Nunca defino uma pauta para a conversa. Essa é a graça, não tenho perguntas feitas; apenas conversamos. Ou melhor, apenas escuto. Esse dia, como de costume, nos encontramos em seu escritório ao meio-dia. Germán sabe do meu interesse pela literatura e pela arquitetura; me perguntou se eu havia visto no jornal um material sobre Nicanor Parra. Disse a ele que eu era muito mal para as notícias e que não leio jornal nem vejo televisão. Germán fez um sinal de que entendia... “as notícias são o que mais te mata”, porém logo completou dizendo que uma vez por semana, talvez, é possível encontrar algo de bom, como esse texto sobre Parra. Conversamos vários minutos sobre literatura, sobre um esquema que havia feito seu filho sobre um livro de Todorov, e sobre outras coisas. Logo lhe propus que nos centrássemos na fotografia y sua relação com a arquitetura, o tema que, contra nosso costume, agora tínhamos como determinado.

Olhos de Le Corbusier: a paisagem representada nos croquis

Le Corbusier viu e desenhou muitíssimo. Sua desfunção ocular provavelmente colaborava à essa ação. Muitos artigos, investigações, teses de mestrado e doutorado foram realizados sobre o ínfimo tema "o que via Le Corbusier". (E seguem sendo feitos.) Neste artigo, não há mais discussão, não há novas interpretações. Estão apenas os croquis, frases soltas, e uma busca: ver o que via Le Corbusier, ou melhor, o que decidia ver Le Corbusier (e o que decidia não ver, e o que decidia transformar), e como retratava essa escolha através dos seus croquis.

Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio

Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio - Image 1 of 4Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio - Image 2 of 4Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio - Image 3 of 4Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio - Image 4 of 4Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio - Mais Imagens+ 56

Le Corbusier e Pierre Jeanneret construíram obras sublimes em meio à paisagem singular de Chandigarh, aos pés do Himalaia. Traçaram sobre ela uma nova ordem: novos eixos, novas manchas, novas perspectivas. Os edifícios erguidos na década de 1950 e começo da década de 1960 formam um dos conjuntos arquitetônicos mais significativos do século XX, e permitem uma das experiências mais singulares.

A arquiteta e fotógrafa Fernanda Antonio compartilhou conosco o registro da sua viagem pela cidade. Um passeio por oito edifícios e monumentos, com especial atenção para o complexo do Capitólio. Acompanhe o seu percurso e o seu olhar.

Em foco: Oswaldo Arthur Bratke

Hoje, Oswaldo Arthur Bratke completaria 108 anos de idade. Nascido no dia 24 de agosto de 1907, em Botucatu, o engenheiro-arquiteto teve uma forte produção residencial no estado de São Paulo, como a casa da sua família no Morumbi e a Residência Oscar Americano, todas projetadas e construídas com a fineza da sua mão de construtor.

Imobilidade Substancial / Rafael Moneo

Sempre me impressionou a definição que de arquitetura dava o teórico chileno Juan Borchers quando dizia que a arquitetura é “a linguagem da imobilidade substancial”. Sou consciente de que tal definição sublinha, uma vez mais, a vigência que para uma definição da arquitetura tem a noção de linguagem. Porém o que mais me surpreende de tal definição é o conceito de “imobilidade substancial” em que a definição de Borchers se fundamenta.

Em foco: Joaquim Guedes

Joaquim Manoel Guedes Sobrinho nasceu em São Paulo em 18 de junho de 1932. Hoje ele completaria 83 anos.

Paradoxos da Utopia / Marina Waisman

Nos tempos modernos, a produção arquitetônica tem sido, de maneira crescente, resultado da interação entre as tendências internacionais e as circunstâncias locais (históricas, técnicas, econômicas, políticas, urbanas, etc.). O jogo entre ambos grupos de forças se tornou cada vez mais desequilibrado devido à enorme pressão dos meios de comunicação e dos poderes econômicos e políticos, que tendem a uniformizar usos e costumes no planeta inteiro. Porém também é certo que essa mesma pressão tem produzido uma reação que pode observar-se na produção mais original do mundo considerado periférico. Neste rápido e necessariamente esquemático panorama da arquitetura latino-americana das décadas mais recentes, antes que buscar as linhas genealógicas das principais realizações da região, é esta tensão a que tentarei descrever. É um jogo no que amiúde triunfa a força internacional, produzindo-se o simples translado de modelos desde os centros em que foram criados a aqueles que tentaram emulá-los; em ocasiões mais felizes, esses modelos se aceitam criticamente, se adaptam a circunstâncias locais, e se logram versões próprias e até originais; e, por fim, ocorre que, na luta, as forças locais alcançam predomínio, e mediante operações de caráter sincrético logram assimilar aqueles elementos das tendências internacionais compatíveis com sua própria natureza, e criar uma arquitetura que represente simultaneamente o «espírito do tempo» e o «espírito do lugar», no dizer de Enrique Browne.

Joaquim Guedes: Depoimento

Procurei saber o que queria dizer a palavra "depoimento", e a versão do dicionário é muito estranha: "é um testemunho num processo judiciário". É bem estranha a nossa situação.

Sinto-me pouco à vontade para participar de um julgamento da arquitetura brasileira, destes últimos 15 ou 20 anos. Trago de minha experiência vivida dentro dela algumas impressões, algumas ideias que, mesmo que não abranjam muita coisa, talvez possam servir de base para o nosso diálogo.

Construir / Hannes Meyer

Todas as coisas deste mundo são um produto da fórmula (função por economia).

Todas essas coisas não são logo obras de arte:
Toda arte é composição e portanto inapropriada.
Toda vida é função e logo inartística.
A ideia da «composição de um porto» é absolutamente ridícula!

Problema de Architectura Civil (1777) / Mathias Ayres Ramos

Ainda duraõ hoje alguns dos amphitheatros, que a soberba Romana edificou para divertir hum povo soberbissimo. Ainda se mostraõ os vestigios das estradas famozas, que sahindo da Cidade capital daquelle Império, hiaõ ter a outras capitaes da sua vasta dominaçaõ. Ainda existem as magestozas piramides do Egypto. A voracidade dos seculos naõ tem podido anihilar tantos illustres monumentos; antes guardaõ nas ruinas hum authentico signal da sua grandeza; como se naquelles tristes restos quizessem competir com o tempo em duraçaõ; ou como se o tempo naõ tivesse força para os destruir, nem actividade para os acabar. Felices edificios, cujos fragmentos destroçados servem para conservar inteira a memória da sua pompa: e assim, que importa que a vicissidaõ das cousas lhes tenha feito perder o esplendor primeiro, se ainda sem uso, e depois de extincto o fim para que foraõ levantados, tem no mesmo abatimento tudo o que basta para infundir respeito; sendo maravilhas raras, ainda no estado inútil em que se achaõ, e sendo admiráveis nesse pouco que agora saõ, independentemente do muito que já foraõ?