Esta semana, em nossa série de Tecnologia e Arquitetura, apresentamos o estúdio Diagonal Arquitectura, que se dedica há mais de um ano à visualização em arquitetura .
Neste escritório, seus sócios fundadores David Santos, Pedro Camacho, Ana Cristina Salgado e Eleonora Egge acreditam firmemente que a arquitetura deve responder a dois princípios que denominaram de A e B. O primeiro, constitui de uma relação entre as condições pré-existentes de uma necessidade, podendo ser de lugar, de época e de pessoas. O segundo, o princípio B, se refere ao estado final do objeto, funcionando em seu meio. Desta forma, eles são a diagonal que busca interpretar os fatores do ponto A para transformá-los ao ponto B, através de um conceito de desenho que integre aspectos abstratos, realidades construtivas e aproximações sensoriais do espaço.
A seguir, apresentamos uma seleção das melhores imagens e uma entrevista exclusiva com este estúdio com sede em Quito, Equador.
1. Quando e como começaram a trabalhar com o tema da visualização de arquitetura?
O Diagonal Arquitectura se formalizou como estúdio de visualização e arquitetura em agosto de 2012, no entanto, temos feito projetos juntos há quase 3 anos. Além de arquitetura, decidimos nos especializar em visualização, já que este é um tema pouco desenvolvido no nosso país. Enquanto grupo, somos unidos pelo interesse em buscar novos mecanismos de representação gráfica para a arquitetura e elaborar uma proposta distinta.
2. Todos são arquitetos?
Sim, os quatro fundadores do estúdio são arquitetos da Universidade San Francisco de Quito, onde nos conhecemos. Em um futuro breve, nos interessaria formar um grupo interdisciplinar que enriqueça o resultado de nosso produto.
3. Por que gostam de trabalhar com visualização em arquitetura?
Estamos convencidos que a visualização é fundamental como mecanismo de expressão atual em arquitetura. É por esse motivo que não apenas tratamos de gerar imagens mas de transmitir ideias, conceitos e sensações. Na era da informação visual, pensamos que a arquitetura deve ser representada de uma maneira compreensível e não limitar-se a simples apresentações, mas ir a favor da tecnologia contemporânea, que se encontra em constante mudança e desenvolvimento. Em cada imagem tratamos de capturar as diferentes sensações proporcionadas por um espaço arquitetônico e, assim, revelar a sua verdadeira qualidade espacial.
4. Como poderiam resumir seu trabalho?
Nosso trabalho se resume como uma solução da comunicação visual. Buscamos ser aliados de nossos clientes no momento de fazer uma proposta. Revisando todos os aspectos de materialidade, iluminação e ambientação para propor uma visão mais completa. Buscamos oferecer mais que um serviço, queremos ser parte de uma solução integral.
5. Qual é o arquiteto favorito de vocês?
David Santos: É complicado definir um arquiteto favorito, mas creio que um referencial importante na minha visão arquitetônica é Renzo Piano. O tratamento sincero e direto do material, buscando sua expressão máxima, e o fato de levar o detalhe arquitetônico a um nivel de arte total, em conjunto com um forte componente conceitual são princípios que compartilho totalmente.
Pedro Camacho: Tenho vários, mas pelo tipo de trabalho que fazemos aqui na Diagonal me parece bastante interessante e inspirador o trabalho de Bjarke Ingels e sua equipe. Ele trabalha em um nível superior quanto a representação das ideias e os conceitos que se refere, simplifica-os quase como um jogo, de forma que sejam entendidos por todos.
Ana Cristina Salgado e Eleonora Egger: Peter Zumthor é uma referência importante para nossa obra. Admiramos como seus projetos conseguem uma integração total com o entorno, seja através da materialidade ou da espacialidade.
6. E qual seria a obra favorita?
David Santos: Exter Library de Louis Kahn, realmente é um edifício que establece um diálogo material em múltiplos níveis. A complexidade do edifício é decifrada apenas através de um entendimento total da obra deste arquiteto.
Pedro Camacho: O terminal marítimo em Zeebrugge, na Bélgica projetado pelo OMA. Me parece muito interessante organizar todo o caos que ligado a um terminal de uso em escala mundial conjugado com a ideia da Torre de Babel, onde as diferentes línguas e culturas não são um problema, mas esta globalização surge como parte da resolução do projeto.
Ana Cristina Salgado: No projeto "Termas de Vals" de Peter Zumthor, distingo alguns parâmetros que considero guia para nossas imagens. Por exemplo, o trabalho correto dos materiais, a forma de gerar sensações através da iluminação e os contrastes de espacialidade que são capazes de comover.
Eleonora Egger: Acredito ser o Museu Judaico de Berlim, do arquiteto Daniel Liebeskind, seja uma obra que te transmite de uma maneira sensorial o que aconteceu com os judeus durante a guerra. Através de materiais, iluminação, sons e diferentes espaços, transmite diferentes sensações.