Fundamentos para projetar espaços públicos confortáveis

Ernst Neufert foi um arquiteto e professor de arquitetura alemão, membro da Bauhaus e companheiro de Walter Gropius. Sem dúvida, seu trabalho mais conhecido tenha sido criar um guia com as medidas padrão de Arquitetura, em seu livro "Arte de Projetar em Arquitetura". Hoje em dia, vê-se cada vez mais necessário ampliar este guia, não somente, às medidas mínimas considerando a ergonomia, mas agora também estamos conscientes de que existem fatores acústicos, de iluminação, temperatura, entre outros, que são imprescindíveis de considerar no momento de projetar. Por esta razão os arquitetos Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián e María Vera Moure criaram este guia chamado "Fundamentos para Projetar Espaços Públicos Confortáveis. Indicador do conforto no espaço público", o qual queremos compartilhar com vocês como uma ferramenta que auxilie tanto a estudantes, como profissionais, para a criação de espaços de qualidade.

Se quiser aprender do que se trata o livro, leia a seguir.

1. Dentro da definição de espaço público urbano se englobam conceitos com características muito distintas. Espaço de titularidade pública suscetível de ser utilizado por uma coletividade indeterminada. Espaço de reunião, lugar de encontro onde estabelecemos distintas formas de relação cidadã existindo liberdade de circulação e ocupação, como o indica M. Delgado (1) espaço de visibilidade generalizada onde as atividades dos usuários estejam submetidas à percepção dos demais. (Figura 1)

Espaço de visibilidade generalizada. Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou (Paris). Rogers/ Piano, 1977. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO CONFORTO URBANO

2.1. Características do Entorno

Definir algumas condições de conforto aplicáveis a qualquer tipo de espaço público urbano, a todas as atividades humanas suscetíveis de serem desenvolvidas nestes em qualquer momento e localização geográfica, resulta uma tarefa sumamente complexa e, em muitos casos, impossível dada a variedade de número de casos.

Entendemos o conforto como o conjunto de condições ideais que devem coincidir simultaneamente em um espaço público para alcançar seu máximo aproveitamento ou desfrute para uma atividade e um momento concreto.

O conforto no espaço público vem determinado por distintos fatores: condicionantes térmicos, escala urbana, ocupação do espaço público, percepção de segurança, condições acústicas, qualidade do ar, ergonomia, etc. Todos estes parâmetros estão interconectados. A alteração de um deles repercute na qualidade dos demais. Planejamos analisar os fatores que influenciam no Conforto Urbano e suas Estratégias de Melhorias para garantir espaços públicos confortáveis. (Figura 2)

Espaço Público Confortável. Praça das Flores. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Espaço Público Confortável. Praça das Flores. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

2.2. Condicionantes

- Condições Térmicas: Dados climáticos, Materiais do Espaço Público 
- Escala Urbana: Largura da Seção, Altura das Edificações
- Ocupação: Uso Previsto, Medições, Massa Crítica 
- Paisagem: Atrativos do entorno
- Percepção de Segurança: Transparências e visibilidade, Ocupação
- Condições Acústicas: Decibéis dia/noite
- Qualidade do ar: T CO2 hab/ano
- Ergonomia: Qualidade do Desenho Urbano (Figura 3)

Esquema de Conforto em um mesmo Espaço Público. Superposição entre dia e noite. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE CONFORTO

3.1. Condicionantes Térmicas

São as condicionantes necessárias para atingir algumas condições térmicas ideais do espaço urbano, atendendo a características bioclimáticas: orientação, temperatura, radiação solar, época do ano, umidade, vento e a características ambientais: vegetação, espelhos d'água, entre outros. (Figura 4)

Corte bioclimático. Praça Santa Lucia. Cartagena. E. Minguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Pesquisadores sobre o conforto térmico das cidades concluem que a qualidade, a quantidade e forma do uso dos espaços públicos urbanos são determinados em grande parte por suas condições climáticas. O usuário deve ter a possibilidade de encontrar espaços adequados para a situação de inverno e verão, cada uma com suas respostas próprias. A zona de conforto térmica, tanto no inverno como no verão, determina-se de uma maneira objetiva utilizando diagramas climáticos (ASHRAE-KSU) e suas tabelas de correções para adaptação a diferentes latitudes. "(...) A maior porcentagem de indivíduos confortáveis no inverno se dá ante uma temperatura efetiva de 23°C, enquanto que no verão corresponde a 25°C (...), medidas em ambientes em calma com cerca de 50% de umidade relativa." (2)

Estas condições de conforto tem sido amplamente estudadas em diversos indicadores de Sustentabilidade Ambiental (i). A Agência de Ecologia Urbana de Barcelona AEUV (ii), em distintos documentos, tem fixado as condições necessárias para obter espaços termicamente confortáveis. O indicador "Dotação de árvores segundo a projeção vertical de sombra no solo" pretende alcançar um mínimo de 50% de horas úteis em condições de conforto ao dia (6 horas) e o Indicador "Potencial de habitabilidade térmica em espaços urbanos" indica o percentual de tempo em que uma pessoa se encontra em condições críticas, tolerantes ou de conforto térmico em função das características dos materiais, a configuração espacial e as condições do microclima. (3)

Mediante o uso de programas de informática (Envi-met, Townscope, Radthem…) é possível analisar simultaneamente todos os fatores que influenciam no conforto de determinado espaço público. Trabalhando com estes fatores podemos melhorar o conforto térmico do espaço analisado. O Conforto Térmico dos Espaços Públicos implica garantir sua exposição à radiação solar, condicionando zonas para cada uma das estações com temperatura e umidades diferentes. Deverão ser projetados ditos espaços com zonas de sombra no verão e áreas suficientemente protegidas no inverno. (Figura 5)

Zona de Sombra. Praça de Balsa Vieja. Totana. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhorias:

Utilizar a vegetação como elemento gerador de microclimas, zonas de sombras e corta-ventos em ambientes muito expostos. Mediante o Indicador "Dotação de árvores para a melhoria do conforto térmico" podemos atingir tal melhora através da sombra produzida pela vegetação, naturalizando e conseguindo que a vegetação se integre ao longo de todo o espaço público.

Prancha 1. Indicador Dotação de árvores para a melhoria do conforto térmico. Plano Estratégico de Intervenção da Travesia Urbana de Pliego, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Considerar para melhorar a insolação: a orientação e largura das ruas, a altura das edificações e a tipologia das edificações. Conhecer os ventos locais para alcançar o bem estar dos espaços externos urbanos e melhorar as condições do microclima local. A presença de quadras, edifícios e elementos urbanos, diminui as correntes de ar, com respeito ao entorno circundante, formando uma bolsa de ar que freia outras correntes do entorno. Se as ruas são largas e com pouca altura de edificações, as correntes de vento são diluídas. As praças e espaços abertos precisam ser ventilados no verão e protegidos nos meses frios através de elementos de proteção, como a vegetação, por exemplo.

3.2. Escala Urbana

A relação entre a altura das edificações e a separação dos blocos tem sido motivo de estudos, desde o início do Movimento Moderno, por sua incidência na insolação das habitações, ainda que sem analisar suas importâncias no espaço público. Desde este último ponto de vista, a AEUB (ii) propõe o indicador "Proporção da rua", onde a relação h/d é de 0,5 a 1,2 para climas frios e de 0,8 a 1,5 em climas quentes ( sendo h a altura da edificação e d a largura da seção). (4)

A proporção da rua também é determinante para a colocação da vegetação de porte grande ou pequeno nas calçadas, praças, jardins e a criação de corredores verdes urbanos. A forma e o tamanho dos espaços livres devem guardar proporcionalidade com os níveis de assiduidades e atividades esperadas, sendo que uma maior área não pressupõe uma maior qualidade como tem demonstrado a experiência dos espaços entre blocos da cidade funcional. Se as atividades são multiplicadas nos espaços livres, a vida é enriquecida entre eles, aumentando o número de usuários e os retornos dos investimentos.

Estratégias de Melhoria:

Proporção de ruas. Fragmentação de espaços superdimensionados. Plano Estratégico de Intervenção na Travesia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Projetar espaços com a escala adequada para as atividades a realizar segundo as prioridades de cada clima; levar em conta o tamanho das quadras para gerar mudanças na cena urbana, fragmentar os espaços super dimensionados (Figura 6) utilizando elementos temporários ou definitivos (arborização, bulevares, entre outros) de modo que se possam adaptar às necessidades dos cidadãos. (Figuras 7 e 8)

Avda. Alfonso X. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Campos Elíseos, París. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.3. Ocupação do Espaço Público

Este parâmetro depende diretamente da atividade que se vá realizar no espaço público. É fundamental conseguir um equilíbrio na ocupação dos espaços públicos que nos garantam o grau de segurança e diversidade necessárias para o conforto sem cair na sobreexploração. Devemos criar o cenário ideal para o encontro, regulação, intercâmbio e comuniação entre pessoas e atividades constituintes da essência das cidades. “Para gerar uma diversidade exuberante nas ruas e distritos de uma cidade (…) deve haver também uma concetração humana suficientemente densa, sejam quais forem os motivos que os levem lá.” (5) (Figuras 9 e 10)

Avda. de la Libertad. Murcia. Dia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Avda. de La Libertad. Murcia. Noite. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Ao definir os parâmetros de ocupação é importante distinguir entre diferentes tipos de espaços. As atuações urbanas deverão reservar uma dotação mínima de 10 m² de espaço de permanência por habitante (parques e jardins, ruas de pedestres, alamedas, praças e calçadas com mais de 5 metros de largura) (6). No caso de áreas verdes, a OMS indica um mínimo de 15 m²/habitante. Atualmente a ocupação do espaço público é uma das armas sociais mais importantes, o que supõe uma condicionante a levar em conta na hora de projetar uma cidade. (Figura 11)

Puerta del Sol. Madri. Concentração 15 M. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhoria:

Estabelecer um equilíbrio urbano entre espaços dedicados à funcionalidade e espaços de permanência. Projetar atividades em planta baixa que fomentem a interação urbana delimitando a longitudide das frentes edificadas. Potencializar o espaço de pedestres frente ao espaço público  (Figura 12)

Modelos de Controles de Ocupação no Espaço Público. Plano Estratégico de Intervenção na Travesia Urbana de Pliego. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.4. Paisagem Urbana

Existem múltiplas formas de paisagem: comercial, histórica, arquitetônica, natural, todas elas com grandes cargas subjetivas. O componente estético da paisagem é uma ferramenta muito valiosa para gerar conforto. Paisagem urbana entendida desde uma perspectiva puramente visual, como a ideia da percepção que temos do entorno e de uma posição específica dentro da área urbana. (Figura 13)

Passeio na Orla de de La Manga del Mar Menor. Murcia. E. Mínguez, 2010. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Independentemente de seu atrativo podemos criar um ambiente confortável rompendo a monotonia e criando interesse no passante através da existência de focos de atração intermitentes e marcos ao longo da paisagem urbana (Figura 14). 

Times Square, Nova York. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estes focos de atração não têm necessidades em ser esteticamente atrativos, "quando tratamos com as cidades, lidamos com a vida em toda sua complexidade e intensidade. E como é assim, há uma limitação estética no que se pode fazer com as cidades: uma cidade não pode ser uma obra de arte" (5). Os marcos podem ser edifícios, lojas, elementos culturais, grupos de edifícios 'singulares', mobiliários urbanos, fontes, esculturas, ... Em todo caso, ainda que os focos de atração projetados sejam destaques, é importante sua integração num tecido urbano homogêneo

Estratégias de Melhoria:

Fomentar a diversidade de usos em planta baixa, projetar frentes edificadas alinhadas às vias com uma longitude máxima de 30/40 metros, brincando com a distribuição da arborização como elemento paisagístico de grande interesse, utilizar pavimentos atrativos, projetando com as cores. (Figura 15)

3.5. Percepção de Segurança

Para que um local esteja livre de ameaças deve existir coesão social e deve-se projetar a cidade de modo a potencializar a visibilidade do espaço e sua transparência, utilizando elementos arquitetônicos que fomentem a vigilância natural entre os citadinos (Figura 16). "O sentimento de segurança precisa levar em conta os entornos físicos e sociais conjuntamente" (6)

Espaços seguros. Plano Estratégico de Intervenção na Travessia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Também é necessário uma ocupação mista, para evitar espaços onde unicamente funcionem usos terciários, já que quando esta atividade cessa, aparecem os espaços desertos. Isso ocorre em zonas exclusivamente de escritórios ou comércios, (Bairro La Défense em Paris, La City em Londres, entre muitos outros). Devemos conseguir a diversidade suficiente para garantir fluxos variáveis ao longo de todo o dia.

Espaços seguros. Plano Estratégico de Intervenção na Travessia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhoria:

Utilizar elementos de proteção como a topografia, elementos vegetais ou construtivos. Promover a diversidade para alcançar a massa crítica suficiente. Projetar traçados urbanos que promovam a transparência garantindo a visibilidade natural. (Figura 17)

Plaza de Santa Lucia. Cartagena. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.6. Conforto Acústico

O ruído pelo tráfego de carros é um fenômeno tão típico de nosso entorno urbano invadido por veículos motorizados que integrou-se plenamente à paisagem urbana. (Figura 18)

Proteção acústica. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Em indicadores para Cidades Grandes e Médias, a AEUB(ii) estabelece que a porcentagem de população precisa estar exposta a determinados níveis sonoros para conseguir conforto acústico.

Prancha 2: Plano Estratégico de Pliego. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Os valores do indicador são: 
- As condições mínimas são: ao menos 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- As condições ideais são: ao menos 75% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído diurno: mais de 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído noturno: mais de 80% da população exposta a menos de 55 dbA. 

Estratégias de Melhoria:

- Criar barreiras antirruídos com elementos vegetais dispostos em faixas. (Figura 19)

Elemento vegetal como barreira antirruído. Plan Estratégico de Intervención en la Travesía Urbana de Pliego. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

- Projetar estruturas urbanas em superquadras, o que permite liberar espaço público, aumentando os espaços para pedestres. 
- Adotar pavimentos de materiais absorventes, como o asfalto redutor de sons em vias locais.
- Diminuir a velocidade a 30 km/h.
- Projetar levando em conta um urbanismo desenvolvido em três níveis, asim como a conectividade da rede verde em altura.

3.7. Qualidade do Ar

A qualidade do ar em nossas cidades é uma das variáveis fisiológicas que afetam a habitabilidade do espaço público. Não somente é um problema de conforto, mas de saúde. A lei espanhola 34/2007, de 15 de novembro, de qualidade de ar e proteção da atmosfera, fixa os valores máximos de cada um dos agentes contaminantes. Mesmo assim a AEUB, em vários de seus documentos, lida com indicadores de controle da qualidade do ar. "Indicador Emissão de gases de efeito estufa na atmosfera: Valor Mínimo: <2 TCO2/hab ao ano. Valor Ideal: 0 TCO2/hab ao ano”

Estratégias de Melhoria:

Os dois pontos básicos para melhorar a qualidade do ar são o controle do número de automóveis em circulação (aumentando as áreas para pedestres e ciclistas, dificultando o estacionamento, etc...) e a implantação de arborização elegendo as espécies com mais capacidade de absorção de CO2.

Prancha 3. Capacidade de absorção de CO2 de algumas espécies arbóreas. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.8. Aplicar a Ergonomia ao Desenho Urbano

A ergonomia será aplicada tanto no desenho do espaço urbano, como no projeto de cada um dos elementos que o configuram (mobiliários, luminárias, pavimentos, entre outros), levando em conta sua correta distribuição e quantidade. (Figura 20)

Ilhas de Vegetação. Plaza de la Balsa Vieja, Totana. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhoria:

Sistema de faixas funcionais. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estudar o entorno e suas características (climatológicas, geográficas, de uso, durabilidade,...) antes de selecionar os elementos que constituem o espaço público e utilizar sistemas de ordenação contrastados, (sistema de faixas funcionais ou similar). (Figuras 21 e 22)

Ordenação por faixas funcionais. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

4 . CONCLUSÕES: FUNDAMENTOS DO CONFORTO NO ESPAÇO PÚBLICO URBANO

Prancha 5. Matriz de Conforto. Como as estratégias influenciam na melhoria dos parâmetros de conforto? Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Depois de contrastar as estratégias para melhorar e sua superposição na Matriz de Conforto, podemos concluir quais são as chaves que contribuem para a melhora do conforto no espaço público urbano.

- Dentro da definição de espaço público incluem-se distintas atividades, funções e tipos de espaços. As condições de conforto são específicas para cada caso.
- Não existem condições únicas de conforto para cada espaço público, pois as condições de conforto modificam-se de acordo com o momento e a atividade.
- Aplicando Indicadores Ambientais (implantação de árvores para a melhoria do conforto térmico, potencial de habitabilidade térmica em espaços urbanos, proporção da rua, etc…) podemos avaliar e melhorar o conforto do espaço público.
- Os parâmetros de conforto se mostram importantes segundo as características e a implantação do espaço público.
- As estratégias de melhoria no projeto de espaços urbanos basear-se-ão em uma maior transparência e diversidade de usos do espaço público, na incorporação de corpos de vegetação e água para facilitar e aumentar a presença dos cidadãos em um ambiente urbano, confortável e segura.
- A forma e o tamanho dos espaços livres deve guardar proporcionalidades com os níveis de ocupação e com a atividade a desenvolver.
- A estratégia da vegetação é mais importante segundo a Matriz de Conforto, ainda assim entendemos que para atingir um espaço público confortável é necessário conseguir valores equilibrados entre os distintos parâmetros de conforto.

Notas:

(i)  BREEAM Comunities, www.bream.org; LEED for Neighborhood Development, www.usgbc.org; CASBEE for Urban Development, www.ibec.or.jp/CASBEE/
(ii)  Agencia de Ecología Urbana de Barcelona. http://bcnecologia.net

Bibliografia:

1.  DELGADO, Manuel. El espacio público como ideología. Barcelona: Libros de la Catarata, 2011.
2.  BEDOYA, Cesar; NEILA, F. Javier. Técnicas arquitectónicas y constructivas de acondicionamiento ambiental. Madrid: Murilla-Leria, 1997.
3.  RUEDA, Salvador (dir). Plan Especial de Indicadores de Sostenibilidad Ambiental de la Actividad Urbanística de Sevilla. Sevilla: Agencia de Ecología Urbana de Barcelona, 2007.
4.  RUEDA, Salvador (dir). Sistema de indicadores y condicionantes para ciudades grandes y medianas. Agencia de Ecología Urbana de Barcelona, 2010.
5.  JACOBS, Jane. Muerte y vida de las grandes ciudades. Madrid: Capitán Swing Libros, S.L., 2011.
6.  RUEDA, Salvador (dir). Guía metodológica para los sistemas de auditoría, certificación o acreditación de la calidad y sostenibilidad en el medio urbano. Madrid: Centro de Publicaciones Secretaría General Técnica Ministerio de Fomento, 2012.

Sobre este autor
Cita: Cabezas, Constanza. "Fundamentos para projetar espaços públicos confortáveis" [Claves Para Proyectar Espacios Públicos Confortables. Indicador del confort en el espacio público] 02 Out 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-143845/fundamentos-para-projetar-espacos-publicos-confortaveis> ISSN 0719-8906

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