O Pavilhão Desabitado é a manifestação territorial do Projeto Transmídia "Desabitado"; uma instalação desenvolvida no fim de 2012 pela República Portátil, companhia criativa formada por arquitetos e designers, em conjunto com a produtora cinematográfica Terkofilms.
Desabitado nasce como uma história e um curta-metragem focados no gênero fantástico, é o relato de uma cidade vazia e em ruínas; propõe um imaginário do território em crise existente na cidade de Concepción e deriva para a transmídia, buscando transitar esta história por distintos suportes e plataformas. Assim, adota o cinema, a arquitetura e a narrativa mediante a montagem de uma página virtual, um livro impresso, uma exposição numa sala de arte e uma instalação temporal no centro da cidade. Esta última ação é a qual decanta a construção do Pavilhão Desabitado, edifício temporário de 8 x 8 x 8 metros, que propõe alojar durante sete dias as atividades geradas em torno à transmissão e posicionamento territorial do projeto.
A seguir, mais imagens e informação.
Instalado no centro da cidade, entre os Tribunais da Justiça e os edifícios comerciais, o Pavilhão funciona como uma grande caixa preta, que em seu interior é capaz de acolher a 50 pessoas. Acima, uma cobertura permite dominar a praça, a qual possui um alto trânsito de pessoas durante o dia e uma baixa intensidade de uso durante a noite.
Os transeuntes são submergidos em um ambiente audiovisual, presos pelo espaço no qual se projeta o curta-metragem Desabitado, que mostra imagens da cidade de Cocepción, vazia, desabitada, envolvida pela natureza. São fragmentos frenéticos que mostram um quebra-cabeça de seis telas, extratos do curta-metragem, buscando que o espectador seja um participante consciente desta atmosfera futurista.
A cobertura do pavilhão é um pátio a céu aberto a oito metros de altura. Equipado para descansar e dormir, trabalhar e se reunir. Durante o dia é um laboratório e durante a noite suas escadas são levantadas, separando-se do solo público para celebrar festas. Permitir o descanso e oferecer um lugar de reunião completamente novo dentro da cidade.
Desde este espaço mais privado é possível se comunicar reportando, interagindo pelas redes sociais, o que sucede no pavilhão. Uma casa aberta na cidade, transmitindo a ocupação do espaço público via streaming para todo o mundo.
Em torno de sua condição temporária, o projeto foi baseado em conceitos de: leveza, flexibilidade e eficiência na implementação de seus elementos constitutivos. Estes, deveriam permitir uma instalação e desmontagem veloz, fácil movimentação e a possibilidade de ser construído com ferramentas básicas, utilizando a menor quantidade de máquinas possível e economia de tempo em sua realização.
Para sua execução foi adotado um entramado de andaimes que constitui a estrutura principal, totalmente modular e desmontável. Sobre ele há uma trama de tecido para o forro interior e outra para o exterior. Através de entramados de madeira, com base em pallets reciclados, efetuou-se a realização do mobiliário que serviu ao espaço exibido na cobertura do pavilhão durante os sete dias que durou a ocupação.
Esta plataforma não pretende um uso produtivo específico, útil, nem comercial. É um experimento controlado e artificial, que responde à características próprias do nosso tempo, emissão e recepção de informação, ativismo e intensificação do espaço público.
Através do encontro e do trabalho coletivo, propõe-se refletir sobre as práticas artísticas, a compreensão do território, sua intervenção e apropriação. Está orientado a espectadores ávidos de informação, àqueles que além de ingressar e observar, habitam o espaço físico e o virtual de maneira simultânea, registrando e expondo em aparatos móveis o acontecimento neste espaço público temporal, cruzado por fluxos digitais.
Arquitetos: República Portátil
Arquitetura: Luis Felipe Maureira I., Julio Suárez H.
Desenho: Andrés Moreno N., Felipe Zúñiga F., Cristina Vergara M., Javiera Pereda V.
Iluminação: Luis Caamaño
Audiovisual: Francisco Olivares, Mauricio Faúndez S., Mario Anselmi V., Jorge Alvarado, Carlos Faúndez
Roteiro: Alexis Figueroa
Estrutura: Valentina Torres P.
Colaboradores: Valeria Valenzuela, Pablo Garcés
Construção: República Portátil, en colaboración con alumnos de la Escuela de Arquitectura de la Universidad del Biobío
Localização: Plaza de Tribunales, Concepción, Chile
Área do Projeto: 146 m²
Ano de Construção: Novembro de 2012
Fotografias: Ricardo Vidal, Daniel Regla, Fernanda Suarez, Julio Suarez,Valeria Valenzuela
Material predominante: Estrutura modular de andaime multidirecional PERI UP ROSET
Revestimento exterior: Tela black out impermeável, engomada, largura 150 cm
Revestimento interior: Tela micro falha branca, retroprojetável, largura 150 cm
Revestimento pavimento superior: Cobertura de grama sintética e=10mm, largura 200 cm
Mobiliário: Madeira de pinho de pallets reciclados, pintados com látex branco.