Desde o início da era moderna, sempre houve uma forte relação entre a arquitetura e o carro, especialmente na obra de Le Corbusier.
Le Corbusier era fascinado por seu carro (o Voisin C7 Lumineuse); a estética desta máquina funcional produzida em massa influenciou profundamente seus projetos. A ênfase na função é traduzida através da ideia de que casas devem ser "máquinas de morar" e inspirou uma série de experiências de casas prefabricadas produzidas em massa (como a Maison Citrohan). A maior parte destes conceitos foram posteriormente materializados através da icônica Villa Savoye, cuja planta térrea fora concebida para acomodar o raio de giro de um carro.
“Se casas fossem construídas industrialmente em massa, como chassis, uma estética de precisão surpreendente seria formada" - Le Corbusier, Por uma Arquitetura
Recentemente tive a oportunidade de visitar a fábrica da Audi em Ingolstadt e me vi fascinado da mesma forma que Corbu deve ter se sentido, mas agora com os robôs. Ver materiais crus sendo montados por robôs com precisão extraordinária em uma sedutora coreografia, saindo da linha de montagem completamente prontos a cada 30 segundos, é algo impressionante. O que teria acontecido se Le Corbusier tivesse tido sucesso em fazer da casa um objeto industrializado?
A engenharia precisa dos robôs na fábrica da Audi nos permite projetar carros mais leves, feitos a partir de estruturas híbridas de alumínio, com soldas e juntas super precisas. Mas - você deve estar se perguntando - e a monótona padronização que uma linha de produção industrial criaria? Pois bem, acredite, nenhum carro é igual a outros nesta linha de montagem; apenas uma pequena mudança no software que controla os robôs proporciona milhões de diferentes combinações a disposição dos clientes.
Com o rápido crescimento da população urbana - previsão é de outros 3 bilhões de pessoas vivendo em cidades até 2050 - nós, como arquitetos, deveríamos nos questionar sobre como a robótica poderia nos ajudar tendo em vista este crescimento exponencial. Como poderíamos aumentar a escala e criar não apenas elementos eficientes e sustentáveis para residências mas, no caso de máquinas muito maiores - as próprias cidades.
Recentemente tive a oportunidade de ver o HygroSkin-Meteorosensitive Pavilion no ArchiLab, uma experiência sobre arquitetura responsiva ao clima, projetada através de meios digitais e fabricada por braços robóticos por uma equipe de arquitetos da ICD University de Stuttgart. Neste vídeo temos uma visão do que pode ser alcançado com estas tecnologias.
Saiba mais sobre o assunto em outro artigo publicado em nossa página: 5 Robôs Revolucionando o Futuro da Arquitetura
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