*[Alta qualidade, baixo perfil]
por Gica Fernandes
A mensagem que o prêmio Pritzker esta transmitindo nos últimos anos, parece estar mudando do reconhecimento retrospectivo à trajetória – de arquitetos que marcaram a arquitetura de seu tempo – ao reconhecimento à capacidade de influenciar a construção do entorno presente e futura.
A sensação é que deixou para trás a nostalgia do reconhecimento [histórico]: o que esses arquitetos fazem hoje, no ápice das suas carreiras, é o melhor da sua obra e provavelmente será ainda melhor no futuro.
Os últimos três premiados pelo Pritzker: Peter Zumthor, Sanaa e Eduardo Souto de Moura, assim como o laureado deste ano Wang Shu, apesar de suas diferentes linguagens e formas de aproximação à arquitetura, compartilham a capacidade de trabalhar como modelo próximo e tangível para a arquitetura em todos os lugares, incluindo os países em desenvolvimento. Ao contrário da arquitetura High-Tech ou Blob (estilo “bolha”), que gera apenas tristes e patéticos exemplares quando feitos sem recursos ou sem talento, estes arquitetos têm abordagens capazes de fornecer lições para melhorar o ambiente construído, mesmo em circunstâncias adversas, porque todos eles estão em busca da eliminação do supérfluo. [...]
Em países como a China ou a Índia, com um ritmo tão acelerado de crescimento e urbanização, assim como na América Latina, onde nos deparamos com a falta de recursos econômicos e de mão de obra qualificada, é exatamente este tipo de arquitetura que nós, arquitetos, que trabalhamos no dia-a-dia de nossos escritórios construindo o tecido médio das cidades, precisamos ver, entender e fazer para contribuir positivamente no processo de urbanização de nossos países.
A continuação apresentamos uma entrevista a Alejandro Aravena, jurado do premio Priztker desde 2009, exclusiva para ArchDaily, em que descreve a obra sublime de Wang Shu e as razões pelas quais recebe o prêmio este ano, além de citar extratos de conversas com o premiado.
Desfrutem!