Pavilhão da Sérvia explora a colaboração global na Bienal de Veneza 2023

O Pavilhão Nacional da Sérvia, com curadoria de Iva Njunjić e Tihomir Dičić, acaba de anunciar seu tema na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023. A mostra explorará os futuros, presentes e passados da arquitetura através da análise da Feira Internacional de Lagos (Nigéria) de 1977, um produto da cooperação entre a extinta Iugoslávia e a Nigéria.

Em 1961, uma organização internacional chamada Movimento Não Alinhado valorizou o anti-colonialismo, anti-imperialismo, autodeterminação e coabitação pacífica. Como um dos precursores do Movimento, a Iugoslávia incentivou os estados membros a trabalharem juntos ativamente. Isso foi possível graças à vários projetos de construção destinados à modernização, industrialização e urbanização de nações africanas em desenvolvimento, com muitos arquitetos e engenheiros iugoslavos contribuindo significativamente para a criação desses projetos.

Pavilhão da Sérvia explora a colaboração global na Bienal de Veneza 2023 - Imagem 3 de 4
© Relja Ivanić

Nesse sentido, inúmeros arquitetos projetaram estruturas para a América do Norte e do Sul destinadas a serem expressões futuristas do desenvolvimento e independência dessas regiões. Após a colonização, muitos desses projetos - centros de congressos, hotéis, aeroportos e feiras internacionais - foram destinados a servir como nós na infraestrutura internacional, conectando cidades africanas com o resto do mundo.


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Como parte do projeto da Feira de Lagos, 350 hectares de áreas úmidas foram urbanizados e desenvolvidos entre 1974 e 1976 após serem escolhidos em uma competição internacional. A estrutura representava o estado multinacional recém-formado, uma janela para o futuro e uma ruptura com o passado colonial. A arquitetura dos pavilhões da feira precisa ser relida considerando o futuro, que ainda está aberto, em vez dos quartéis e depósitos construídos nos últimos vinte anos que os cercam.

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Cortesia de The National Pavilion of Serbia

A exposição irá delinear a anatomia da Feira Internacional, incluindo como ela afeta uma cidade, influencia a arquitetura e molda a consciência e a experiência imediata de uma pessoa. O projeto transforma o espaço do pavilhão em um mapa espaço-temporal elipsoidal que compila um arquivo pretendido. Dada a posição atual da feira, os visitantes são incentivados a considerar a potencialidade dos novos tipos de ambientes construídos.

A mostra, "Em Reflexões", chama a atenção para a arquitetura produzida a partir da colaboração global e a vê como um recurso e possibilidade para o futuro. Ela permite que os autores interajam com paradigmas arquitetônicos construídos por gerações que trabalharam em Belgrado e tiveram a chance de trabalhar em um "mundo não alinhado" como uma infraestrutura para o futuro.

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© Relja Ivanić

Desde o início do projeto, fomos atraídos para um período único no passado, quando arquitetos do nosso meio tiveram a oportunidade de projetar espaços em todo o mundo. As circunstâncias estatais e políticas em que trabalhamos pouco têm a ver com o passado de que falamos aqui, que nem sequer nos pertence geracionalmente. Fomos atraídos pelas mudanças dinâmicas que transformaram este projeto nos últimos vinte anos, de feira internacional a hipermercado caótico. Queríamos ouvir as pessoas que têm experiência direta neste espaço e desencadear os processos que irão atualizar este projeto.
--Njunić e Dičić

Muitos outros países anunciaram seus pavilhões para a exposição internacional de arquitetura com curadoria de Lesley Lokko. O tema geral da bienal é "O Laboratório do Futuro", e vários países também mergulharam em seu passado para tomar melhores decisões para o futuro de nossos ambientes construídos. Por exemplo, o Pavilhão da Romênia, “Now, Here, There”, apresentará ideias inovadoras, porém incomuns, e inovações tecnológicas anteriores como fonte de inspiração para a criação de ambientes urbanos mais agradáveis e resilientes. O Pavilhão de Taiwan, “Aparelhos Diacrônicos de Taiwan”, mostra como os habitantes locais ao longo da história do país usaram a intuição para moldar seu ambiente, redescobrindo o que podemos aprender com a natureza. Por fim, o pavilhão australiano "Unsettling Queenstown" aborda temas de decolonização, desconstruindo Queenstowns em todo o império britânico e encorajando o público a imaginar o futuro e suas possibilidades.

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Sobre este autor
Cita: Fakharany, Nour. "Pavilhão da Sérvia explora a colaboração global na Bienal de Veneza 2023" [The Serbia Pavilion Explores Global Collaboration at La Biennale di Venezia 2023] 03 Mai 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Ghisleni, Camilla) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1000224/pavilhao-da-servia-explora-a-colaboracao-global-na-bienal-de-veneza-2023> ISSN 0719-8906

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