Para a 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, o Pavilhão da Albânia se propôs a responder ao tema geral O Laboratório do Futuro com a exposição Meditações Intempestivas ou: Como Aprendemos a Viver em Realidades Sintetizadas. O projeto procura introduzir e compreender novas tipologias de espaços cívicos, reaproveitando a renderização como um mecanismo de exploração. A equipe curatorial é composta pelos arquitetos Martin Gjoleka e Era Merkuri, que expõem juntamente com o arquiteto Ani Marku e o artista digital 3D Geraldo Prendushi.
O conceito da exposição parte de uma série de observações feitas em dois espaços cívicos de Tirana: um estádio vazio e um lago artificial, ambos abandonados. A partir dessas experiências, a exposição examina questões globais como o papel das transformações digitais e a crise climática. A conexão entre os seres humanos, o meio ambiente e a tecnologia é explorada por meio das várias possibilidades de ocupação desses espaços cívicos esquecidos.
Usando o lago como ponto de origem e o estádio como ponto de referência, a exposição convida os visitantes a explorar espaços cívicos através de uma série de meditações e atividades envolventes durante o período de seis meses da exposição. Para navegar pelas complexidades desses espaços, os curadores propõem o uso de máquinas de computação como um novo meio para contar histórias e brincar de forma holística. A renderização foi muitas vezes usada como uma ferramenta especulativa, um dispositivo para vender uma versão higienizada de um estilo de vida futuro. A equipe por trás do pavilhão pretende ir além desses usos, tentando entender as maneiras pelas quais as renderizações e os duplos digitais podem informar e influenciar o mundo físico.
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Lesley Lokko sobre a Bienal de Veneza 2023: "Espero que ela provoque o público a pensar com mais empatia"Trabalhando em colaboração com universidades e especialistas interdisciplinares como cosmólogos, filósofos, arquitetos, urbanistas, artistas, formuladores de políticas e antropólogos, o projeto propõe uma série de oficinas para explorar o trabalho exibido. Esses exercícios incentivarão os alunos e visitantes a expandir o campo para explorar outros locais da cidade, levando à coprodução de um mapa autêntico e abrangente. Mesas redondas e jantares completam a imagem da proposta, acrescentando perspectivas perspicazes sobre o limite entre a paisagem natural e a artificial.
A exploração de realidades virtuais e seu impacto em ambientes físicos tem sido um tema recorrente na forma como outros pavilhões nacionais responderam ao tema escolhido pela curadora Lesley Lokko, O Laboratório do Futuro. O Pavilhão Polonês visa permitir que os visitantes experimentem dados em forma física por meio de sua exposição intitulada “Datament”. O Pavilhão do Japão se concentra na tendência pós-pandemia de construir empreendimentos sem rosto, questionando como as pessoas podem encontrar admiração na arquitetura e alegria em espaços físicos compartilhados, enquanto o Pavilhão de Singapura apresenta uma exposição interativa que busca medir as qualidades imensuráveis de nossas cidades.