Histórias embaixo d'água: Pavilhão do Panamá na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023

A 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza inaugurará em 20 de maio de 2023. Com curadoria de Lesley Lokko, terá o tema O Laboratório do Futuro, apresentando o continente africano como uma força impulsionadora na configuração do mundo por vir. Dividida em 63 pavilhões nacionais, 89 participações individuais e nove eventos paralelos pela cidade, a Bienal reunirá profissionais de diferentes disciplinas e origens.

Recentemente, o Ministério da Cultura da República do Panamá e a curadora, arquiteta e designer Aimée Lam Tunon, apresentaram as plantas preliminares para o pavilhão panamenho intitulado Panamá: Histórias embaixo d'água. Trata-se de uma análise de três áreas diferentes dentro da antiga Zona do Canal do Panamá, que abordam questões de divisão e integração: as estruturas e sistemas arquitetônicos divisores; as identidades apagadas das comunidades submersas; e a ilha de Barro Colorado, examinada criticamente a partir dos conflitos entre as noções de proteção e controle.

Desde a antiguidade, os trópicos têm sido amplamente reconhecidos como um símbolo de beleza exótica, animais perigosos e vegetação exuberante. Apresentada como um lugar distante, com diferentes histórias, idiomas e culturas, esta área geográfica representa uma amalgama de características que definem a natureza fantástica e misteriosa da realidade. Muitas vezes considerados de uma perspectiva ocidental como um ambiente hostil ao progresso, os trópicos representam tudo o que não é Europa e Estados Unidos (Lasso, 2019), a antítese da modernidade civilizada. A exposição do Pavilhão do Panamá deveria fornecer uma contranarrativa a esse status quo, com o Panamá como um estudo de caso para uma visão futura de uma nação tropical, recuperando e conectando suas diversas influências históricas. - Aimée Lam Tunon.


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Aimée Lam Tunon, junto com Jasper Zehetgruber na direção criativa, indicam que o espaço expositivo será uma primeira sala que se concentra nas intervenções divisoras que marcam a antiga Zona do Canal do Panamá, direcionando a atenção do visitante para seu impacto. Para enfatizar a conexão com Veneza, serão usadas luzes azuis para atrair mosquitos e outros insetos, cujas sombras são projetadas nas paredes, conectando a perspectiva do colonizador com a alegoria da caverna de Platão. Além disso, um pátio servirá como um lugar seguro para reflexão que evitará o confronto direto com o trauma do colonialismo. Isso desafiará a percepção ocidental dos trópicos como uma "terra mágica". Finalmente, uma segunda sala abordará a pergunta de qual é a função que isso desempenha na preservação da biodiversidade em nível local e global. Ela servirá como um local para ouvir e refletir criticamente sobre a relação entre controle e proteção, e para imaginar uma visão futura para a ciência e a modernidade no Panamá e em outros lugares.

Na exposição, poderão ser encontradas referências à obra de Dante Furioso, arquiteto da Escola de Arquitetura de Yale e estudante de doutorado em História e Teoria da Arquitetura na Universidade de Princeton; Marixa Lasso, atual diretora do Centro de Pesquisas Históricas, Antropológicas e Culturais do Panamá (AIP) e autora de diversas publicações; Danilo Pérez, músico e compositor fundador do festival anual de jazz do Panamá; Alejandro Pinto, Diretor de Vendas e Comércio da maior empresa madeireira submarina do Panamá, CoastEcoTimber; Luis Pulido Ritter, Professor da Universidade do Panamá e escritor, acadêmico e ensaísta radicado entre o Panamá e Berlim; e Joan Flores-Villalobos, atual Professor assistente no Departamento de História da University of SouthernCalifornia (USC).

Créditos:

Comissão: Itzela Quiroz

Curadoria: Aimée Lam Tunon
Conceito / Direção criativa: Jasper Zehetgruber

Participantes / Pesquisa baseada em: Dante Furioso, Dr. Marixa Lasso, Danilo Perez, Joan Flores-Villalobos, Dr. Luis Pulido Ritter, Dr. Fahim Amir.

Gestão de relações públicas: Desiree Lam Tunon.
Desenho de Produção / Pesquisa Visual: Marvin Flores Unger.
Identidade Gráfica / Arquivo Web: Finn Steffens & Conrad Weise.
Estagiário de pesquisa / mapeamento: Maik Stricker.
Instalação Ilha Barro Colorado : Marda Zenawi.
Produção Veranda: Emmanuel Maria Marchi e Gaspard Diatta.

Videografia documental / Edição: Valentin Duggon.
Exposição Fotografia: Naaro Studio.

Patrocinadores: Banco Nacional do Panamá, Coast Eco Timber, , Europanamena S.A., Fundação Strelitzia, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Biblioteca Linda Hall, Senacyt, Ximena Eleta de Sierra.

Agradecimentos especiais: Art Events, Francesca Noia, Peter Nicastro, Smithsonian Institution, The Architecture Story.

Sobre este autor
Cita: Dejtiar, Fabian. "Histórias embaixo d'água: Pavilhão do Panamá na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023" [Historias bajo el agua: El Pabellón de Panamá en la Bienal de Arquitectura de Venecia 2023] 25 Mai 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Daudén, Julia) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1000833/historias-embaixo-dagua-pavilhao-do-panama-na-bienal-de-arquitetura-de-veneza-2023> ISSN 0719-8906

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