O Pavilhão da República Tcheca apresenta a exposição The Office for a Non-Precarious Future [O escritório para um futuro não precário] na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. A exposição investiga questões urgentes enfrentadas pela profissão, especialmente pelos jovens profissionais, fazendo a pergunta inicial: "Como os arquitetos podem projetar um mundo melhor se eles mesmos trabalham em um sistema de trabalho tóxico?". O pavilhão é comissionado por Helena Huber-Doudová e apresentará obras dos expositores Eliška Havla Pomyjová, David Neuhäusl e Jan Netušil. Como o Pavilhão da República Tcheca e Eslováquia nos Giardini está em reconstrução, a República Tcheca usará excepcionalmente o Arsenale na seção Artiglierie como espaço expositivo.
O tema da exposição é baseado no relatório de pesquisa "Condições de Trabalho de Jovens Arquitetos", que concluiu em 2020 que quase 50% dos jovens profissionais do país trabalham como freelancers para um único contratante, sem benefícios de emprego, como seguro saúde ou seguridade social. O alto percentual vem acompanhado de outros indicadores problemáticos: 62% dos jovens arquitetos trabalham horas extras, incluindo trabalho regular ou ocasional nos fins de semana, e 32% não têm uma renda regular ou fixa.
A exposição é dividida em duas partes. A Fábrica é uma representação do status quo da profissão, um espaço de produção segmentado onde estações de trabalho e monitores brancos sugerem uma composição de altar, com tarefas e hierarquias claramente definidas. Uma infografia animada de dados e diagramas tem como objetivo ilustrar as complexas condições de trabalho dos jovens arquitetos na República Tcheca. A segunda seção é O Laboratório, um espaço experimental onde os arquitetos podem dar à disciplina uma reinterpretção especulativa e coletiva. Através dessas instalações interativas, os autores da exposição têm como objetivo ir além da simples apresentação da condição atual e buscar novas soluções.
Os arquitetos são educados no espírito do chamado da profissão, o ímpeto de transformar o mundo por meio de um único ato de genialidade criativa. Mas como podemos mudar o mundo se não conseguimos oferecer condições de trabalho decentes para nós mesmos? "The Office for a Non-Precarious Future" é um projeto de exposição que metaforicamente assume a forma de uma Fábrica e um Laboratório. A Fábrica, como um ambiente distópico, reflete o status quo negativo da profissão. O Laboratório fornece análises críticas, ferramentas e exemplos de melhores práticas.
Outros pavilhões nacionais também se concentram em questões sociais urgentes. O Pavilhão do Canadá tem como objetivo chamar a atenção para os desafios gerados pela crise habitacional por meio de uma exposição intitulada "Not for Sale!" (Não está à venda!). Com uma abordagem semelhante, o Pavilhão da Turquia questiona as percepções aceitas de edifícios não utilizados, a fim de descobrir propostas mais esperançosas para o futuro, enquanto que o Pavilhão da Bulgária escolheu focar no tema do despovoamento, declínio urbano e êxodo rural, expresso por meio da imagem de escolas abandonadas.