A Bienal de Design de Londres foi inaugurada em 1º de junho de 2023, na Somerset House, reunindo participantes de todo o mundo para celebrar novas formas de cooperação internacional por meio da arquitetura. A bienal, agora em sua quarta edição, apresenta mais de 40 instalações focadas no tema O Jogo Global: Remapeando Colaborações, definido pelo Nieuwe Instituut, sob liderança de Aric Chen, responsável pela direção artística desta edição. Além dos participantes nacionais, a exposição Eureka apresentará trabalhos interdisciplinares dos principais centros de pesquisa do Reino Unido.
O programa público da Bienal começou com uma palestra de abertura do arquiteto japonês Shigeru Ban, seguido de uma série de palestras, workshops, exibições e apresentações. O Pavilhão Humanitário também apresentará o sistema de Divisórias de Papel do arquiteto, utilizado em situações de emergência para fornecer privacidade e dignidade aos refugiados alojados em grandes espaços abertos. Outras intervenções também estão focadas na concepção de colaborações humanitárias, incluindo o projeto da Polônia de redistribuir as janelas recuperadas do Reino Unido para a Ucrânia e o Bidi Bidi Bidi Music & Arts Centre abordando as necessidades de refugiados no norte de Uganda.
O tema geral desta edição propõe uma compreensão da arquitetura como prática colaborativa, convidando os participantes a explorar a importância da colaboração entre fronteiras e disciplinas. Leia mais para descobrir três instalações criadas por arquitetos apresentadas durante a Bienal de Design de Londres.
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Bienal de Design de Londres convida arquitetos e designers a pensarem "soluções radicais" para a criseBidi Bidi Music & Arts Centre, Uganda / Hassell, Arup
A Bienal de Artes de Londres dedicou um pavilhão ao Bidi Bidi Music & Arts Centre, no assentamento de refugiados de Bidi Bidi, em Uganda. O pavilhão visa reformular a narrativa em torno da palavra "refugiado", mostrando o processo único por trás da construção do edifício do Bidi Bidi Music & Arts Centre, atualmente em construção no norte de Uganda. O projeto é desenvolvido pela to.org e projetado pela Hassel em parceria com a Arup. Após a conclusão, o centro fornecerá espaço para expressão criativa, treinamento e apresentações no maior assentamento de refugiados da África, atualmente lar de mais de 270.000 refugiados que fugiram da violência do vizinho Sudão do Sul.
"A palavra "refugiado" deve se referir a um status, não à identidade de um indivíduo. Assistimos regularmente a uma retórica humilhante sobre a existência de pessoas deslocadas. Quando as palavras são usadas para "outros", os mais vulneráveis entre nós, temos uma responsabilidade compartilhada de recuperar e reformular este conceito". - Nachson Mimran, Co-fundador e Executivo Criativo da to.org.
Ephemeral / PLP Architecture e Universidade de Cambridge
O Centro de Inovação em Materiais Naturais da Universidade de Cambridge se associou à PLP Architecture para criar uma casa protótipo com paredes/divisórias de madeira flexíveis. Apresentada na Bienal de Design de Londres, na Somerset House, a estrutura visa ser uma solução sustentável e econômica para as necessidades em constante mudança dos moradores ao longo de suas vidas. Para garantir essa flexibilidade, as paredes divisórias são criadas para serem dobráveis e móveis, permitindo que as pessoas reconfigurem os espaços internos. As divisórias flexíveis de madeira são construídas a partir de madeira engenheirada com uma técnica chamada kerfing, permitindo que dobrem sem quebrar.
"A automontagem e os móveis modulares melhoraram a vida de muitas pessoas. Desenvolvemos algo semelhante, mas para paredes, para que as pessoas tenham total controle de seus espaços internos". - Ana Gatóo, investigadora principal de Cambridge
Inner Peace / Foster + Partners e Royal College of Art
A Foster + Partners colaborou com a estudante Amelia Peng, do MA em Têxteis - Royal College of Art, além de músicos e compositores do Royal College of Music para criar uma instalação que combina têxteis inteligentes com performance musical. Intitulada "Inner Peace", a instalação assume a forma de uma cachoeira têxtil que flui a partir da escadaria Nelson na Somerset House. Apresentações musicais ao vivo estão agendadas durante a bienal, nas quais os músicos usarão um fone de ouvido que ilustra o efeito da música no cérebro. O Grupo de Modelagem Especializada da Foster + Partners desenvolveu uma programação de dados que converte as ondas cerebrais em movimento e cor, integrados no têxtil através da fibra óptica.