O laboratório de pesquisa e design SPACE10 anunciou os vencedores do seu primeiro concurso mundial de design que convidava os participantes a reimaginar projetos residenciais utilizando inteligência artificial (IA). Um júri internacional composto por dez arquitetos, designers, artistas de IA e jornalistas avaliou mais de 250 propostas de todo o mundo e selecionou as quatro vencedoras.
O júri foi composto por Tim Fu (Designer de Zaha Hadid Architets), Helen Job (Chefe de pesquisa no SPACE10), David Basulto (Editor-chefe & fundador do ArchDaily), Nick Jeffries (Especialista da Fundação Ellen MacArthur), Javier Torner (Divisão de Soluções Globais da ONU Habitat), Mawuena Tendar (Co-fundadora de Standard Deviation), Dragon Li (Editor-chefe da Design Boom), Asuka Kawanabe (Jornalista autônomo para Wired e Forbes), Dominique Petit-Frère (Co-fundador e Diretor Criativo da Limbo Accra) e Linus Karlsson (Diretor Criativo da IKEA of Sweden AB).
Estamos encantados por ter recebido um número tão elevado de propostas vindas de quatro continentes e de disciplinas tão diversas. Os resultados demonstram o potencial das ferramentas de IA emergentes para permitir novas visões do futuro, mais diversas e esperançosas, em uma época que requer e nos exige que imaginemos novas formas de vida. "Designing for the Future in Harsh Environments" de Kedar Deshpande recebeu o prêmio mais importante de nosso júri. A proposta exemplifica o potencial da colaboração entre o ser humano e a IA para imaginar uma forma de vida mais resiliente, imaginativa e acessível que seja regenerativa por design.
- Ryan Sherman, Criatividade e Estratégia, SPACE10
No último ano, as ferramentas de IA generativa deram a milhões de pessoas a oportunidade de visualizar mundos além do que jamais imaginamos ser possível. "Regenerative Futures" incentivou o lúdico e a imaginação para criar conceitos visuais de lares, comunidades e cidades do futuro que ajudem a enfrentar os desafios que a vida cotidiana apresenta hoje. Continue lendo para conhecer as propostas escolhidas.
VENCEDOR
Designing for the Future in Harsh Environments (Projetando para o futuro em ambientes hostis) / Kedar Deshpande (Designer de Experiência) EUA
O ChatGPT foi muito útil para pesquisar o design regenerativo de moradias no ecossistema para o qual estava projetando, e me trouxe ideias e informações sobre o futuro em relação ao uso de materiais naturais, arquitetura bioadaptativa e design resiliente a desastres. Tudo isso serviu como semente para imaginar estruturas em Midjourney. Trata-se de um conceito de habitação resiliente. Ela combina materiais de origem local, como areia e argila, com fibras naturais para criar materiais biocompostos que fornecem isolamento e são adequados para construção modular. A moradia alcança a independência energética sem depender de redes, integrando energia solar, jardins geradores de hidrogênio e dispositivos piezelétricos nos componentes estruturais da casa.
A proposta cria harmonia entre design e ambiente, incorporando características semiáridas para construir uma arquitetura integral que protege das temperaturas extremas e preserva os ecossistemas.
- Javier Torner, Divisão de Soluções Globais, ONU-Habitat
FINALISTAS
Futuros resilientes: Plant Pods (Vagens vegetais) / Branden Collins (Designer interdisciplinar) EUA
Trata-se de uma proposta de moradia regenerativa e inflável, portátil como uma roupa. O exterior do casulo é revestido por uma película de algas que capta a energia solar e gera toda a eletricidade necessária para alimentar a casa. Um sistema de coleta de água da chuva capta e filtra a água para seu uso na casa ou para uso em movimento. O design prioriza a portabilidade e a modularidade: quando não é usado como moradia autossuficiente, atua como se fosse uma roupa protetora que pode ser vestida. Foi projetado em colaboração com Midjourney e ChatGPT.
O autor desafia as respostas tradicionais à crise da moradia e se situa em um futuro em que precisamos adotar um estilo de vida nômade que se afaste da extração e conviva com a natureza. Ele imagina uma nova forma radical de viver e visualiza algo que não poderia ser fabricado hoje, mas que parece plausível e esperançoso.
- David Basulto, fundador e diretor do ArchDaily
Futuros simbióticos - WombHome (Casa-ventre): Descolonizar a natureza / Takbir Fatima (Arquiteto) e Abeer Fatima (Designer de interiores) Índia
É um bairro e uma comunidade simbióticos onde seres humanos e natureza prosperam. Em vez de sistemas de construção artificiais que não podem ser reciclados, WombHome propõe esculpir sutilmente o espaço dentro de estruturas naturais. Esta caverna imaginária fornece abrigo e segurança, sem consumir energia em excesso ou gerar emissões nocivas e resíduos de construção. A WombHome é resfriada e ventilada naturalmente, deixa entrar a luz do sol e tem pátios semiabertos para que a vegetação cresça e coabite com os humanos. Projetado em colaboração com Midjourney e ChatGPT.
A qualidade da imagem é extremamente alta e visualmente impressionante. A arquitetura mostra relações espaciais complexas e informa uma postura programática em relação à vida em comunidade. Os diferentes interiores revelam diversas configurações e formas de viver. O sistema de materiais e a forma rompem com a arquitetura tradicional que estamos acostumados a ver.
- Tim Fu, Arquiteto, Zaha Hadid Architects
Futuros coletivos - City After the Flood (Cidade depois do alagamento) / Gustavo Jimenez (Arquiteto) Espanha
Trata-se de uma visão alternativa, simbiótica e adensada da vida coletiva. Essas cidades seriam construídas com materiais extraídos de edifícios e casas destruídos por alagamentos. Uma rede de gerenciamento de resíduos recuperaria e classificaria os materiais, reduzindo a poluição ambiental. Seriam elaborados planos para realocar e reconstruir edifícios históricos, além de maneiras de reutilizar estruturas danificadas. Novas infraestruturas de madeira seriam construídas com estruturas leves para manter a terra livre e reduzir seu impacto.
Foi o único projeto urbano que apresenta um sistema criativo de materiais, combinando o uso de biomateriais com uma forma e montagem incomuns. As imagens apresentam uma linguagem visual que cria um projeto coeso.
- Tim Fu, Arquiteto, Zaha Hadid Architects
As visões dos finalistas a respeito das casas e cidades do futuro apoiadas por IA podem ser vistas na galeria SPACE10 em Copenhague, como parte da exposição Design in the Age of AI. A mostra investiga se os recentes avanços em IA podem nos ajudar a projetar casas melhores para as pessoas e para o planeta. Em colaboração com a dupla de artistas e designers de Copenhague, Wang & Söderström, a exposição interativa do SPACE10 apresenta quatro projetos especulativos, cada um usando ferramentas de IA em diferentes estágios do processo de projeto. Ao abordar essas ferramentas como colaboradores, o SPACE10 examina o futuro do design de móveis, produtos e arquitetura, repensando os arquétipos do design e os materiais que usamos.
Para mais informações visite SPACE10.
