Quando se faz uma bagunça, geralmente é mais fácil levantar as mãos e começar do zero. Mas, embora possa ser mais difícil, o reuso adaptativo — quando a arquitetura pega algo velho e quebrado e o traz de volta à vida — pode trazer benefícios para todos.
Ao planejar edifícios sociais e culturais tão necessários para o uso público, em vez de usar materiais novos (ou mesmo materiais reciclados que precisam ser coletados, desmontados, reformulados e transportados), existem muitos recursos locais já disponíveis: tudo o que precisamos fazer é enxergá-los.
Esses projetos de reutilização adaptativa transformam edifícios desativados, projetos esquecidos e ambientes desprezados em algo novo, trazendo vida e novo propósito.
kHaus Cultural Center / Focketyn Del Rio Studio
Apesar da proximidade do quartel militar de Basel com o centro da cidade, o complexo de treinamento do exército suíço permaneceu fechado ao público por 150 anos. E, embora muitos dos edifícios menores do local tenham sido atualizados e transformados em um centro social e cultural estimado desde que o exército suíço se mudou em 1966, o edifício principal do Kaserne - como é conhecido atualmente - sempre foi negligenciado.
Finalmente, depois de uma jornada de nove anos que começou com um concurso internacional de arquitetura e culminou com dois dos espaços públicos mais emblemáticos da Basileia - o Rio Reno e o Pátio Kaserne - conectando-se e tornando-se acessíveis pela primeira vez. Ao manter seus espaços internos flexíveis, a "poli-tipologia" das salas do kHaus, nomeado pelos arquitetos do Focketyn Del Rio Studio, a reforma não apenas permite que o edifício antigo seja usado novamente hoje, mas também garante seu uso amanhã.
Pavilhão Brekstad / ASAS arkitektur
Também transformando defesa e ataque em respeito e apreciação, o Pavilhão Brekstad se orgulha de ocupar o local de um bunker abandonado na península de Fosen, na Noruega. Em uma justaposição de seu papel anterior de esconder as pessoas do perigo, o novo pavilhão multiúso se expõe para celebrar seu entorno deslumbrante, inserido entre o Mar da Noruega e o pitoresco Trondheimsfjord.
Sintetizando o briefing do cliente de "ver e ser visto", o pavilhão usa paredes de vidro para oferecer uma visão 360 graus da natureza e da vida selvagem local. Mas nem tudo está acima da superfície, o 'caráter pesado e maciço do bunker original é preservado, com suas paredes de concreto e textura visíveis', explicam os arquitetos do projeto da ASAS arkitektur, enquanto a luz natural é capaz de fluir através da estrutura acima do solo e iluminar o espaço subterrâneo.
Centro Social El Roser/ Josep Ferrando Architecture + Gallego Arquitectura
Como uma antiga prisão, o Centro Social El Roser costumava ajudar a sociedade removendo e reformando os criminosos da cidade. Depois da prisão, o edifício foi transformado primeiro em uma escola – qual a diferença? Alguns podem perguntar. Agora, no entanto, a unidade oferece assistência aos menos favorecidos da cidade como um programa inovador, que inclui "um abrigo para os sem-teto, um refeitório e um espaço comunitário, reunindo todos os serviços sociais da cidade, tornando-o a primeira instalação abrangente do gênero". Explicam os arquitetos dos escritórios Josep Ferrando Architecture e Gallego Arquitectura.
Passando de um ambiente severo e segregado para um ambiente mais aberto e acolhedor, 'a geometria da planta em forma de H' acrescenta dois novos pátios e 'uma permeabilidade no estilo palladiano marca o fim dos espaços fechados', explicam os arquitetos, enquanto o pátio da prisão é transformado em um espaço aberto e público com a eliminação do muro ao redor.
Centro de Inovação IzQ / Ofisvesaire
Anteriormente como centro administrativo da Câmara de Comércio de Izmir, o edifício IzQ pode não ter literalmente trancado ninguém em seu interior, mas sua luxuosa localização com vista para uma baía crescente na costa do mar Egeu, na Turquia, teria parecido muito com uma prisão - acorrentando os funcionários a seus espaços de trabalho por trás de uma fachada escura, destinada a protegê-los do sol. 'O uso de uma fachada cinética, um telhado responsivo e um espaço semelhante a um anfiteatro no nível do solo voltado para o mar', explicam os arquitetos Ofisvesaire, no entanto, 'criam uma sensação de consciência visual e tátil da luz do sol, da brisa do mar e da paisagem de tirar o fôlego.
Pioneiro na introdução, adoção e aplicação da inovação, o edifício cria um senso de união ao ordenar estrategicamente "níveis variados de permeabilidade visual e física", afirma Ofisvesaire, desempenhando um "papel transformador na vida de seus diversos usuários com um diálogo mais forte estabelecido entre o usuário, o mar e a cidade".