Neuroarquitetura em projetos corporativos: como o ambiente construído pode reduzir o burnout?

A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Especialmente durante e após a pandemia, ou seja, período atual, os índices de burnout estão aumentando. No entanto, pouco está sendo discutido sobre o tema. Tendo em vista o papel da concepção do espaço construído na vida dos colaboradores, como a neuroarquitetura pode auxiliar a qualidade de vida, mitigando o burnout?

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A arquitetura e o design salutogênico podem desempenhar um papel significativo na mitigação do burnout, pois criam ambientes que promovem o bem-estar, a saúde mental e a resiliência dos indivíduos. Aqui estão algumas das principais estratégias que essas abordagens podem adotar para combater o burnout:

Espaços de relaxamento e recuperação: Incorporar espaços de relaxamento, como áreas de descanso, salas de meditação e jardins internos, onde os funcionários possam se desconectar, relaxar e recarregar. Esses espaços permitem uma pausa mental, reduzindo o estresse acumulado.


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Luz natural e ambientes biofílicos: Maximizar a entrada de luz natural e incorporar elementos naturais (ambientes biofílicos) no design, como plantas, água e materiais orgânicos. Isso está relacionado à melhoria do humor, ritmo circadiano e aumento da conexão com a natureza, o que pode aliviar o estresse.

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Foto: Knight Frank

Flexibilidade e variedade de espaços: Criar ambientes multifuncionais que ofereçam opções de trabalho e atividades. Isso dá aos funcionários um senso de controle sobre seu ambiente, permitindo que escolham o espaço mais adequado às suas necessidades em um determinado momento.

Design ergonômico e conforto: Garantir que o mobiliário e os espaços sejam ergonomicamente projetados para promover o conforto físico. Isso ajuda a prevenir desconfortos físicos que podem contribuir para o burnout.

Controle sobre o ambiente: Permitir que os indivíduos controlem aspectos do ambiente, como temperatura, iluminação e ventilação, quando possível. Isso proporciona um senso de autonomia e bem-estar.

Redução de ruídos e estímulos distrativos: Minimizar ruídos excessivos e distrações visuais, criando espaços acusticamente bem isolados e visualmente organizados. Ambientes mais tranquilos favorecem a concentração e a redução do estresse.

Cores e estética agradável: Usar cores suaves e harmoniosas que contribuam para um ambiente calmo e agradável. Evitar cores muito intensas que possam causar ansiedade.

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Imagem via Depositphotos

Vínculos neurocientíficos

Há uma série de vínculos neurocientíficos entre o burnout, o ambiente construído e o design baseado em evidências:

Estresse e ativação neural: Ambientes estressantes podem levar a ativações neurais associadas ao estresse crônico. Espaços que promovem relaxamento, como aqueles com elementos naturais e luz natural, podem ativar áreas cerebrais relacionadas ao relaxamento e bem-estar.

Cortisol e neurotransmissores: O ambiente pode afetar a liberação de hormônios como o cortisol, que está associado ao estresse. Ambientes tranquilos e confortáveis podem ajudar a modular os níveis de cortisol e neurotransmissores relacionados ao estresse.

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Cicada Pavilion, por Tomás Ama. Imagem via Inhabitat

Conexões sociais: Ambientes que promovem interações sociais saudáveis podem ativar circuitos cerebrais ligados a emoções positivas e conexões sociais, contrabalançando os efeitos negativos do isolamento social, que é um fator de risco para o burnout.

Design baseado em evidências

O design baseado em evidências envolve a aplicação de pesquisas científicas e dados concretos para informar as decisões de design. No contexto do burnout e da arquitetura salutogênica:

Pesquisas sobre estresse e ambiente: Estudos neurocientíficos podem identificar como diferentes elementos do ambiente influenciam o estresse e o bem-estar. Esses resultados podem orientar as escolhas de design.

Feedback dos usuários: Coletar feedback dos funcionários sobre o ambiente de trabalho pode ajudar a identificar o que está funcionando e o que precisa ser ajustado. Isso pode ser usado para aprimorar continuamente o design do espaço.

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WALMART.COM. São Paulo, Brasil. 2013. Foto © Fran Parente

Mensuração de indicadores de saúde mental: Métricas de saúde mental, como níveis de ansiedade e fadiga, podem ser acompanhadas ao longo do tempo para avaliar a eficácia do design em mitigar o burnout.

Colaboração interdisciplinar: A colaboração entre arquitetos, designers, psicólogos, neurocientistas e profissionais de saúde pode criar abordagens mais abrangentes e eficazes para o design de espaços que promovam o bem-estar e previnam o burnout.

As estratégias de design baseadas em evidências, inspiradas na arquitetura salutogênica e na neurociência, podem, portanto, ajudar a criar ambientes que mitiguem o burnout ao promover o relaxamento, a resiliência e o bem-estar dos ocupantes.

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Sobre este autor
Cita: Ciro Férrer Herbster Albuquerque. "Neuroarquitetura em projetos corporativos: como o ambiente construído pode reduzir o burnout? " 23 Set 2023. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1006258/neuroarquitetura-em-projetos-corporativos-como-o-ambiente-construido-pode-reduzir-o-burnout> ISSN 0719-8906

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