Na sexta-feira, 8 de setembro, um terremoto de magnitude 6,8 atingiu a cordilheira do Alto Atlas, no Marrocos. O epicentro se localiza a apenas 72 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a quarta maior cidade do país e um destino turístico popular. O terremoto é o mais forte a atingir a região central do país em mais de um século. Estimativas apontam que o número de vítimas passa de duas mil e há ainda mais feridos, mas, como várias cidades e vilas permanecem inacessíveis nas montanhas, estima-se que esse número aumente. Além do impacto humano, vários lugares históricos, incluindo sítios da lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, foram afetados, e testemunhas oculares nas encostas das montanhas relatam que várias cidades remotas foram completamente destruídas, de acordo com a CNN.
Embora a extensão dos danos ainda não seja clara, há relatos de que a cidade antiga de Marrakech, conhecida como Medina de Marrakech, desde 1985 um Patrimônio Mundial da UNESCO, foi particularmente afetada. Ela contém edifícios que datam do século XI, quando a dinastia Almorávida transformou o assentamento em um centro político, econômico e cultural, com influência em todo o mundo muçulmano ocidental. O local inclui vários monumentos daquele período, incluindo a Mesquita Koutoubiya, a Kasbah, as muralhas, portas monumentais e jardins. Marcos arquitetônicos posteriores incluem o Palácio Bandiâ, a Madraça Ben Youssef, os Túmulos Saadianos e a Praça Jamaâ El Fna, um teatro a céu aberto.
De acordo com a Al Jazeera, o minarete de 69 metros de altura da famosa Mesquita Koutoubiya, um centro espiritual muito popular, parece estar intacto, mas outros relatos da mídia mostram que a estrutura, conhecida como o "telhado de Marrakech", sofreu rachaduras substanciais. O minarete da Mesquita Kharboush, localizada na esquina da famosa Praça Jemaa el-Fna, desabou, e acredita-se que toda a edificação esteja em risco. Relatos também mostram que partes das famosas muralhas de arenito vermelho que cercam a cidade antiga foram gravemente danificadas, enquanto destroços e entulho bloquearam becos, tornando difícil a chegada das equipes de resgate. A mesquita Tinmel do século XII, um importante exemplo da arquitetura almóada localizada a 100 quilômetros a sudeste de Marrakech, também foi destruída.
Nas partes modernas de Marrakech, o impacto foi mínimo. No entanto, a pior destruição ocorreu nas áreas remotas das Montanhas do Alto Atlas. A província de Al Haouz, conhecida pelas aldeias pitorescas espalhadas pela cordilheira, foi uma das mais afetadas. De acordo com a AP News, na aldeia de Ijjoukak, localizada perto do pico mais alto do norte da África, os moradores estimam que 200 edifícios foram completamente destruídos. Muitas das aldeias estão isoladas e sem acesso, tornando os esforços de primeiros socorros ainda mais difíceis.
Aqui está uma lista de links onde você pode contribuir para ajudar as vítimas nas regiões mais afetadas do Marrocos, organizada pelo The New York Times:
- A Moroccan Red Crescent Society mobilizou equipes de resgate no terreno com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Você pode contribuir para o Fundo de Emergência de Resposta a Desastres deles.
- A Global Giving está coletando doações para fornecer alimentos, combustível, água potável, medicamentos e abrigo para os sobreviventes.
- A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) disse estar pronta para enviar equipes para Marrocos para avaliar as necessidades locais e fornecer apoio. Eles estão aceitando doações aqui.
- A CARE, uma organização que trabalha com comunidades carentes, está aceitando doações para fornecer água, comida, abrigo e apoio médico.
- Para aqueles que estão próximos à área do terremoto, o Centro Regional de Transfusão Sanguínea de Marrakech está incentivando as pessoas a doarem sangue.