Com um portfólio de projetos diversificados e altamente característicos, sobretudo no que diz respeito às suas representações, o escritório de arquitetura fala é marcado por um processo criativo ousado, refinado e dinâmico. Fundado em 2013 pelos arquitetos Filipe Magalhães, Ana Luisa Soares e Ahmed Belkhodja, o fala tem sede na cidade de Porto, Portugal, e costuma trabalhar em diferentes escalas: "de territórios a casas de passarinho".
E para compreender a formação e produção do escritório, é preciso entender um pouco da trajetória de seus fundadores. Filipe e Ana Luisa estudaram nos mesmos locais em Porto, Ljubljana e Tóquio, enquanto Ahmed frequentou a ETH Zurich, para depois seguir com os estudos em Lausanne, Gotemburgo e Singapura. Mas foi no escritório de Harry Gugger, em Basel, na Suíça, que os três arquitetos se encontraram e trabalharam juntos pela primeira vez.
Depois do período suíço, o trio partiu para novas experiências em escritórios japoneses renomados: Filipe ingressou na SANAA, Ana Luisa trabalhou com Toyo Ito e Ahmed no Atelier Bow Wow. Depois de um tempo em Tóquio, aos 25 anos, os três arquitetos decidiram abrir seu próprio escritório, chamando-o de fala, que inicialmente foi alocado no Japão, na icônica Nagakin Capsule Tower, para depois se mudar para Portugal. É interessante notar que a formação e experiência japonesa continuaram a fazer parte das condutas de trabalho do trio, sobretudo a relação com o metabolismo japonês, suas visões de sociedade e elaborações utópicas.
A ingenuidade simplesmente se refere à forma como abordamos cada projeto. Sempre pensamos que tentar algo é mais importante do que fazer as coisas "corretamente". Até mesmo o simples fato de termos decidido abrir um escritório tão cedo - tínhamos 25 anos - é um gesto muito ingênuo. Muitas vezes, temos a sensação de que se não arriscarmos de maneira "ingênua", as coisas não se tornarão muito interessantes para nós. Tentamos fazer com que nossas ideias inocentes e iniciais se tornem algo importante. Isso pode, na verdade, criar uma trajetória muito complexa, porque o projeto ainda precisa ser coerente e fazer sentido no final. Nós abraçamos a ingenuidade como uma ferramenta, não um fardo — fala
A produção do escritório vai desde a escala residencial à propostas mais ousadas para competições, em que os arquitetos ressaltam trabalhar com o mesmo entusiasmo e vivacidade. Os projetos são um conjunto complexo de linguagens, desde suas primeiras ideias e representações, especialmente através das refinadas colagens que já se tornaram uma marca distintiva do grupo. O trio mescla minimalismo e textura, alvura com explosões de cor, dimensões que reiteram fazer parte do processo criativo do projeto desde seu início, para criar arquiteturas elegantes e dinâmicas.
Mesclando atuação projetual com reflexão teórica e artística, o trabalho do fala já foi exibido em diversas locações internacionais, desde a Bienal de Veneza até a Bienal de Arquitetura de Chicago, e o trio já ministrou palestras em diversas universidades e instituições ao redor do mundo, como a Architectural Association (AA), em Londres, The Graduate School of Architecture, Planning and Preservation (GSAPP), em Nova York, e na Casa dell'Architettura, em Roma. A seguir, reunimos alguns projetos do escritório:
Pequena casa com um chuveiro monumental