O escritório de arquitetura Parabase foi selecionado para desenvolver uma série de lotes da Areal Walkeweg, na Basileia, visando criar um edifício de habitação social integrado a um centro migração. A solução arquitetônica, intitulada "Elementa", reutiliza componentes de projetos desconstruídos, transformando as antigas colunas e lajes de piso em paredes e elementos de fachada. O projeto foi escolhido a partir de um concurso aberta, em que o júri elegeu a solução da Parabase pela sua forte estética aliada ao reuso criativo de elementos pré-fabricados de concreto.
O empreendimento habitacional está localizado em Walkeweg, uma das maiores áreas de desenvolvimento, próximo de Dreispitz, Wolf e Irène Zurkinden-Platz. Um programa com mais de 1.000 unidades habitacionais está planejado para essa área, incluindo habitação social para 650 pessoas, uma escola primária e um jardim de infância. Na primeira etapa do desenvolvimento, duas cooperativas assumiram a tarefa de construir cerca de 150 novos apartamentos até 2025. A segunda etapa inclui a construção de cerca de 120 apartamentos sociais juntamente com um centro de migração integrado até 2026. Para essa etapa, foi realizada uma competição internacional, que resultou no projeto vencedor da Parabase, o Elementa.
O elemento mais distinto do projeto é a reutilização de elementos de concreto, uma estratégia que foi utilizada pela primeira vez nesta escala na Suíça. Essa abordagem reduz a necessidade de novos materiais e economiza "energia cinza". Os elementos são recuperados da desconstrução do estacionamento Lysbüchel e são utilizados tanto como estrutura de suporte dos edifícios quanto para a construção das fachadas. Os componentes do edifício com aspecto industrial ganharam uma imagem mais doméstica por meio de detalhes minuciosos e da criação de um design diferenciado para as fachadas.
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21 Projetos em que Kengo Kuma (re)usa materiais de maneiras incomunsDe acordo com os arquitetos, essa estratégia economiza cerca de 1.000.000 quilogramas de emissões de CO₂ no desenvolvimento do projeto. Os edifícios residenciais também priorizam o baixo consumo de energia. Além dos esforços para conservar materiais existentes, todo o empreendimento será aquecido sem o uso de combustíveis fósseis. A maior parte da energia necessária será gerada pelo próprio sistema fotovoltaico do empreendimento.
Reuso adaptativo é um tópico emergente no mundo da arquitetura, pois é uma alternativa mais sustentável à criação de novas estruturas, além de preservar e reintegrar o patrimônio cultural do local. O direcionamento para a reutilização pode ser feito em várias escalas, desde edifícios inteiros, como foi o caso da Refinaria de Açúcar Domino da PAU, recentemente inaugurada no Brooklyn, em Nova York, até materiais de construção específicos, como o tecido de polipropileno usado no L'Arc de Triomphe, Wrapped, de Christo e Jeanne-Claude, ou as transformações e adaptações de materiais de Kengo Kuma, como exemplificado em vários de seus projetos.
Créditos do projeto:
- Arquitetos Responsáveis: PARABASE GmbH: Carla Ferrando, Pablo Garrido Arnaiz
- Projeto Estrutural: Monotti Ingegneri Consulenti SA / Mario Monotti
- Paisagismo: USUS Landschaftsarchitektur AG / Roger Keller, Ana Olalquiaga
- Consultoria de Sustentabilidade: Senn Technology AG / Sandro Infanger
- Projeto de Climatização: Anima Engineering AG
- Localização: Areal Walkeweg Nord, Basileia
- Programa: Edifícios de Habitação Social, Centro de Migração, Espaços Verdes Urbanos
- Cliente: Immobilien Basel Stadt
- Tipo: Concurso Aberto, 1º Prêmio
- Área Bruta Construída: 20.000 m²
- Ano: 2023-Em andamento
