A Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023 abriu suas portas em 11 de novembro, apresentando um amplo programa centrado no tema principal A beleza da impermanência: uma arquitetura de adaptabilidade. Enquanto estava em Sharjah, a equipe da ArchDaily teve a oportunidade de conversar com a curadora Tosin Oshinowo sobre sua visão curatorial, o desenvolvimento dos temas do programa e os objetivos mais amplos por trás do evento. Influenciada por suas experiências em Lagos, Oshinowo concentrou a Trienal na celebração de lugares que prosperam mesmo em condições de escassez, destacando modelos alternativos do Sul Global para construir um futuro mais justo e habitável.
Na entrevista, ela explora os valores e princípios que moldaram o programa deste ano. Oshinowo destaca a importância de reconhecer o valor em todas as regiões e formas de prática, ressaltando a dupla responsabilidade: garantir que o Sul Global compreenda seu próprio valor e mostrar ao Norte Global que há alternativas e lições a serem aprendidas nessas regiões.
Tudo que fiz foi destacar algumas das condições existentes e celebrar sua sofisticação, condições frequentemente negligenciadas em nome do que consideramos progresso.
Essa visão orientou a escolha do tema da Trienal, A beleza da impermanência: uma arquitetura de adaptabilidade, e a seleção das práticas apresentadas. Os arquitetos e designers convidados compartilham um interesse comum em trabalhar com a ideia de contexto e tradição, ao mesmo tempo em que integram as condições da modernidade. O ponto de partida da exposição foi a ideia de renovação contextual, mas ganhou novas nuances a partir das respostas dos arquitetos convidados, resultando na definição de novas seções, como corpos intangíveis, que explora o caráter efêmero e emocional da arquitetura, e políticas de extração, que destaca as tensões entre economia e meio ambiente.
Plataformas como a Trienal de Arquitetura de Sharjah proporcionam voz, acessibilidade e um ambiente propício para discussões em áreas geralmente esquecidas. Não existe um centro; há diversidade e força em todas as partes do mundo. Garantir que se compreenda completamente os valores presentes aqui, celebrá-los e aprender com eles, isso é realmente crucial.
Um dos critérios essenciais do evento foi a imersão no contexto de Sharjah, resistindo à globalização para examinar cuidadosamente o contexto imediato, sua identidade única e valores que oferece. Oshinowo descreve como sua visão curatorial foi influenciada pela edição anterior da Trienal de Sharjah, centrada no tema Direitos das gerações futuras, com curadoria de Adrian Lahoud. A curadora também destaca o esforço da Trienal para oferecer uma interface mais ampla que os eventos de arquitetura tradicionais, apresentando uma variedade de abordagens e explorando maneiras alternativas de fazer as coisas. Através dessa interface, o evento contribui para o discurso crítico, a exploração de materiais e princípios, e a disseminação internacional de ideias.
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