Curitiba é selecionada como cidade-modelo em projeto da ONU

Escrito por Marcia Sousa
Publicado em 23 de Novembro de 2023

Curitiba tem realizado diversas atividades para fortalecer a biodiversidade e melhorar a qualidade da vegetação na paisagem urbana. Por isso, a capital do Paraná, junto a outras 18 cidades do mundo, foi selecionada para participar do projeto Generation Restoration do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

As áreas urbanas ocupam menos de um por cento da superfície terrestre da Terra, porém concentram mais da metade da população. A estimativa da ONU-Habitat é que a população mundial será 68% urbana até 2050, uma situação que pode agravar ainda mais a vida nas cidades se medidas não forem tomadas.

“À medida que as cidades crescem, ocupam espaço de terras agrícolas e industriais que precisam então de se expandir para outros ecossistemas”, aponta o programa Generation Restoration. Uma das alternativas para mudar essa realidade seria a “adoção de soluções baseadas na natureza a nível urbano para proteger, conservar e restaurar estes ecossistemas degradados”. O PNUMA também entende que a integração da escala paisagística no planejamento urbano é “fundamental para reconectar as cidades com a natureza e mitigar o impacto das alterações climáticas”.

O órgão da ONU parte da compreensão de que as cidades são, ao mesmo tempo, impulsionadoras da degradação dos ecossistemas e vulneráveis a ela. Neste sentido, a escolha das “cidades-modelo” tem como intuito compartilhar e aprimorar ações que visem a restauração de ecossistemas.

Ao participar do projeto, a capital paranaense afirma que deve adotar Soluções Baseadas na Natureza para restaurar o vínculo entre cidades e natureza, além de diminuir os efeitos adversos das mudanças climáticas.

“Ao restaurar nossos ecossistemas urbanos, não apenas melhoramos o meio ambiente, mas também o bem-estar de nossos cidadãos, promovemos a coesão da comunidade e incentivamos o crescimento econômico”, afirmou o prefeito Rafael Greca.

Generation Restoration

O projeto Generation Restoration acontece de 2023 a 2025 buscando implementar um pacote de medidas para enfrentar desafios políticos, técnicos e financeiros para promover a restauração, especialmente em áreas urbanas, como uma contribuição para a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas.

Como parte da iniciativa, foram selecionadas 8 cidades ao redor do mundo na implementação de projetos piloto para catalisar a restauração de ecossistemas em áreas urbanas, sendo uma delas Manaus, confira abaixo:

Douala, nos Camarões, está a restaurar mangais e a criar estruturas de governação com a comunidade para garantir a sua participação na restauração e preservação dos ecossistemas.
No Senegal, Dakar-Plateau & Thies estão criando uma cinturão verde em torno da região metropolitana para permitir o movimento de espécies entre terras protegidas nos arredores da cidade.
A cidade de Quezon, na região metropolitana de Manila, Filipinas, está trabalhando com comunidades locais e estudantes para identificar espaços urbanos a serem transformados em áreas de restauração e projetar corredores ecológicos, espaços verdes e jardins polinizadores na cidade.
Na Índia, a cidade de Kochi está realizando uma restauração para melhorar a qualidade da água do ecossistema do Lago Vembanad, para benefício das pessoas e de toda a bacia.
Sirajganj, no Bangladesh, está restaurando as costas fluviais da cidade através da criação de um corredor verde, que irá reabilitar, restaurar e melhorar a biodiversidade em torno do rio.
O cantão equatoriano de Samborondon está restaurando manguezais ao longo dos rios Daule e Babahoyo. Esta atividade irá reintroduzir espécies locais de mangues, remover espécies invasoras e restaurar habitats naturais.
A Cidade do México, capital do México, está reforçando a participação dos cidadãos na promoção da restauração ecológica para ajudar o governo a trazer a natureza de volta ao ambiente urbano.
A cidade amazônica de Manaus, no Brasil, está promovendo a agroecologia na agricultura urbana e periurbana como uma solução baseada na natureza para aumentar a segurança alimentar e reduzir a pressão sobre a floresta amazônica.