A Biblioteca Municipal de Pequim, projetada pelo Snøhetta, abriu suas portas ao público, apresentando um espaço único para aprendizado e compartilhamento de conhecimento na cena cultural de Pequim. Um dos projetos mais aguardados de 2024, a biblioteca destaca-se pelo maior espaço de leitura climatizado do mundo, além de diversas instalações voltadas para criar um destino cultural vibrante na cidade. O escritório foi premiado com a Biblioteca Municipal de Pequim em 2018, por meio de um concurso internacional, e o projeto foi concluído com o parceiro local ECADI.
O Snøhetta viu a biblioteca não apenas como um repositório de livros, mas sim como um centro de aprendizado, cultura e comunidade. O projeto segue esse conceito, integrando áreas para conferências, exposições, performances e restauração de livros antigos. Em vez de encarar as bibliotecas como uma tipologia do passado, o projeto buscou explorar seu potencial para cultivar uma "conexão emocional entre livros, pessoas e a paisagem natural".
A Biblioteca Municipal de Pequim harmoniza a paisagem natural com a arquitetura. No centro, um fórum de 16 metros de altura recebe os visitantes e serve como a principal via de circulação dentro do prédio. Cercado por terraços curvos escalonados, o fórum reflete a paisagem do rio Tonghui nas proximidades. Esses terraços funcionam como uma área informal para relaxamento, conversas ou leitura, mantendo a conexão com o espaço mais amplo. Pequenas áreas de leitura semi-privadas estão incorporadas às "colinas". Esta paisagem interior está sob um telhado em forma de dossel inspirado nas árvores de ginkgo, permitindo a entrada de luz natural através das pequenas aberturas entre as pétalas. Árvores reais de ginkgo nas entradas intensificam ainda mais a atmosfera natural, celebrando o patrimônio de Pequim através da integração de leitura, performance e paisagem.
É o amor das pessoas pelos livros que tem permitido às bibliotecas sobreviver à era digital e ter novos potenciais para contribuir ainda mais com a cidade e seu público. Depende de nós reinterpretar a relação entre corpo, mente e ambiente para reavivar a alegria da leitura longe das telas. As bibliotecas estão aqui para ficar. - Kjetil Trædal Thorsen, Cofundador e Sócio da Snøhetta.
O projeto visa enfrentar os desafios climáticos ao incorporar tecnologias para minimizar tanto a pegada de carbono embutida quanto a operacional do edifício. Para reduzir o desperdício de fabricação, são empregados componentes modulares com uma grade estrutural racionalizada. Uma única unidade modular é utilizada para as colunas em forma de árvores de ginkgo, as quais são rotacionadas para criar uma aparência variada. Essas colunas também são equipadas com tecnologias de controle climático, incluindo iluminação, controle acústico e coleta de água da chuva. As aberturas envidraçadas são ajustadas conforme a exposição solar, enquanto o telhado possui elementos fotovoltaicos integrados para garantir a produção de energia renovável.
O papel das bibliotecas na sociedade e a forma como as pessoas as utilizam mudaram consideravelmente. Agora, elas são necessárias para funcionar como espaços comunitários vibrantes, possibilitando a interação social e o compartilhamento de conhecimento. - Robert Greenwood, Sócio e Diretor da Ásia e Pacífico na Snøhetta.
O Snøhetta divulgou recentemente imagens que mostram o progresso da construção da Shanghai Grand Opera House, também na China, com previsão de abertura para 2025. Além disso, o escritório também espera concluir, ainda este ano, a construção da instalação cultural e educacional Čoarvemátta, localizada no norte da Noruega. Ainda sobre espaços culturais, o Snøhetta apresentou o projeto de uma outra opera house a ser integrada à área histórica de Diriyah, na Arábia Saudita, bem como o projeto da Biblioteca de Charlotte Mecklenburg, na Carolina do Norte.
