Este post foi publicado originalmente em The Architectural Review com o título "Size Doesn't Matter: Big Ideas for Small Buildings."
O último volume da Taschen reúne os desconhecidos arquitetônicos que, apesar de sua forma minuciosa e excêntrica, estão definindo novas tendências em relação ao projeto.
Quando a economia falha e a construção pára, o que acontece com a arquitetura? Ao invés de projetos pessoais indulgentes, a carência por espaços pequenos e perfeitamente concebidos está se tornando uma necessidade econômica, forçando designers a irem cada vez mais longe com menos. Em seu novo volume Small: Architecture Now!, a Taschen reuniu casas de chá, cabines, saunas e casas de bonecas que definem as tendências para o pequeno, sensível e sustentável, com projetistas que vão desde o laureado do Pritzker , Shigeru Ban, a escritórios jovens emergentes.
BEETLE’S HOUSE NO V&A MUSEUM, LONDRES, POR TERUNOBU FUJIMORI
Construído como parte da exibição "1:1 Architects Build Small Spaces 2010" no Victoria and Albert Museum, a casa de chá sobre pilotis de Fujimori faz referência à tradição japonesa de casas de chá independentes e pequenas. Como Fujimori escreve, "a casa de chá japonesa é o único exemplo de uma pequena edificação reconhecida como um tipo de construção".
O carvão, representando o chá preto, foi utilizado para os acabamentos interiores e exteriores para criar um pequeno e íntimo paraíso. Fujimori inicialmente queria suspender a casa de chá, no entanto, para a exposição isso se provou inviável e ao invés disso a estrutura foi erguida com pequenos pilotis.
HUT ON SLEDS, NOVA ZELÂNDIA, POR CROSSON CLARKE CARNACHAN
Localizada em uma zona costeira na Península de Coromandel, o projeto dessa "cabana" tinha como uma das condicionantes ser removível. O resultado é uma pequena construção de madeira que pode ser movida por toda a praia em trenós de madeira e carregada facilmente em uma barcaça.
Com uma paleta natural de materiais inspirados em artefatos de praia e quiosques de salva-vidas, a cabana é revestida de madeira e pode acomodar uma família de cinco pessoas. O revestimento pode ser levantado, criando áreas cobertas. O resultado é uma configuração sensível e flexível que respeita sua implantação delicada numa paisagem de dunas.
ENDÊMICO RESGUARDO SILVESTRE, MÉXICO, POR GRACIA STUDIO
O Gracia Studio, fundado pelo mexicano Jorge Gracia Garcia, espalhou esse projeto para chalés de hotel por um terreno de 99 hectares na Califórnia; a proposta conta aina com uma vinícola que atenderá à produção de vinho da região. O estúdio deveria a respeitar ao máximo o ambiente, o resultado foram estruturas levas que de aço que não tocam o solo.
O revestimento de aço Corten dá continuação a tonalidade laranja da paisagem e oferece resistência às intempéries. Os quartos do hotel foram imaginados formando um camping de luxo, oferecendo ao mesmo tempo proximidade com a natureza e condições de conforto.
FIREPLACE FOR CHILDREN, NORUEGA POR HAUGEN/ZOHAR
Trabalhando com um orçamento limitado (algo que Marit Justine Haugen - nascida em Oslo - e o israelense Dan Zohar estão familiarizados) esta pequena cabana em Trondheim utilizou materiais descartados de um local de construção nas proximidades. 80 camadas circulares de madeira de pinos são colocadas sobre uma base de concreto, seus raios reduzindo gradualmente de maneira a criar uma chaminé com formato de gota. A porta de correr curva pode ser usada para fechar a lareira interior. Além de receber uma Menção Honrosa no Prêmio de Edifício Municipal de Trondgeim, a lareira foi incluída no top 25 do AR para a premiação de Arquitetura Emergente de 2009.
HOME-FOR-ALL EM IWATE, JAPÃO POR TOYO ITO
Depois de 70% da cidade de Rikuzentakata ter sido destruída por um terremoto em março de 2011, Toyo Ito convidou três jovens arquitetos, Kumo Inui, Sou Fujimoto e Akihisa Hirata, para projetar uma "Casa para tudo, um local onde os residentes poderiam ter paz de espírito e cultivar sua energia para a reconstrução da cidade.
O fotógrafo Naoya Hatakeyama, a Japan Foundation e várias outras organizações apoiaram a construção da estrutura de cedro de 10 metros de altura, o plano espiral que cria plataformas elevadas que parecem ficar suspensas no espaço.
RIVERSIDE HOUSE EM TÓQUIO POR KOTA MIZUISHI
Em um pequeno terreno triangular, situado entre um rio e uma estrada, Kota Mizuishi projetou esta pequena moradia para um casal e sua filha. Uma área de jantar e cozinha ocupam a maior parte do espaço, a área de estar tem janelas em ambos os lados para enfatizar a situação da casa.
Um longo balanço ajuda a aproveitar ao máximo o pequeno lote, com uma área de loft com vista para o céu e para o rio, coberta por uma cobertura de chapa de aço galvanizado.
SOL DUC CABIN, WASHINGTON, POR OLSON KUNDIG ARCHITECTS
Construído na Península Olímpica, a cabana de aço de Olson Kundig se ergue com colunas de aço que a protegem da inundação ocasional. O cliente pediu uma cabana virtualmente indestrutível, que necessitasse de pouca manutenção e que seria utilizada em seus passeios de pesca.
Um pequeno mezanino paira acima da área de estar e da cozinha, com um deck de aço que se estende oferecendo perspectivas para o rio.
DELTA SHELTER, WASHINGTON, POR OLSON KUNDIG ARCHITECTS
De forma similaro ao Sol Duc Cabin, este abrigo em Mazama também é erguida sobre pilotis, o que providencia vistas elevadas dos arredores naturais. Um mecanismo por manivela permite a abertura de portas de aço que oferecem proteção contra o mau tempo.
A localização remota do terreno fez com que o Delta Shelter precisasse ser pré-fabricado e construído no local.
MADISON AVENUE (DOLL)HOUSE, NOVA YORK, POR REX
O escritório REX foi procurado pela companhia Calvin Klein para projetar uma miniatura de casa que seria exibida na vitrine de sua loja na Madison Avenue durante a temporada de férias de 2008-9, mostrando as peças de vestuário da empresa.
REX elaborou a ideia de "mulher Calvin Klein", uma moradora da cidade, e criou uma casa frívola em miniatura, o desenho surge a partir do projeto minimalista da loja, de John Pawson, e a casa é mobiliada com acessórios da Calvin Klein em miniatura.
ARK BOOKTOWER AT THE V&A MUSEUM, LONDRES, POR RINTALA EGGERTSSON ARCHITECTS
Criado também para a exibição Small Spaces do V&A, Rintala Eggertson construiu uma torre de madeira independente temporária na escadaria da Biblioteca Nacional de Arte. Descrita como "um escape do espaço físico do museu em direção ao espaço mental da literatura", a torre possui centenas de licros de segunda mão, dispostos de modo que apenas no exterior da torre o papel branco das bordas dos livros é visível.
O interior é uma colagem colorida de lombadas e temas - "para aprender sobre o conteúdo dos livros, deve-se entrar na torre"
PORTAL DA CONSCIÊNCIA, CIDADE DO MÉXICO, POR ROJKIND ARQUITECTOS
Encomendado pela Nescafé, o Portal da Consciência passa sobre uma das avenidas mais importantes da Cidade do México - o Paseo de La Reforma
Sete artistas trabalhando em conjunto com Michel Rojkind utilizaram 1500 canecas de metal de café, pendurando-as em uma grelha metálica retorcida. A sensação desejada de movimento é enfatizada pelas mudanças sutis na cor, de marrom-avermelhado a laranja vibrante.
PAVILHÃO E SAUNA YINGST, MICHIGAN, POR SALMELA ARCHITECTURE
Localizada em um bosque de 6,5 hectare a cinco quilômetros do Lago Michigam, o Pavilhão e Sauna Yingst são parte de um complexo de retiro muito maior, também realizado por David Salmela do Salmela Architecture.
O pavilhão utiliza três estruturas de madeira e treliças planas revestidas com painéis Richlite preto, assumindo uma forma incomum, irregular. A sauna branca é muito mais discreta, um cubo branco simples com um telhado verde que permite a ele se misturar com a floresta.
PILLAR HOUSE, TÓQUIO, POR SUZUKO YAMADA ARCHITECTS
Construído no Museu Metropolitano de Tóquio, no Parque Ueno, a Pillar House foi apresentada pela primeira vez como um modelo para a competição "Arts & Life: A Housing for Living", em 2011.
Como o vencedor, Yamada teve a oportunidade de construir uma versão em grande escala do modelo. Yamada se baseou no que viu como o pilar "tradicional e familiar" como os que as antigas casas japonesas tendem a ter no seu centro, e imaginou vários destes em uma casa para criar uma sensação de abertura e abrigo.
QUINTA BOTÂNICA, PORTUGAL POR SHIGERU BAN
Construído sobre um penhasco acima do oceano na região sul de Portugal, o terreno da Quinta Botânica é de propriedade de um colecionador de arte e plantas. A estrutura de Shigeru Ban age como uma instalação e residência para artistas e botânicos visitantes. Estruturalmente idêntica à sua Paper House de 1995, juntas de madeira, tubos de papel e parafusos de montagem compõem a fundação, um sistema que é capaz de suportar tanto os esforços laterais quanto as cargas verticais. O projeto evita o corte de árvores, ocupando os meandros da massa arborizada. Devido a dúvidas locais sobre a estabilidade da estrutura, o proprietário encomendou ele mesmo os materiais, peça por peça, fazendo com que o projeto levasse dez anos para ser concluído.
- Autor: Philip Jodido
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