Se você pudesse projetar a casa ideal do futuro, como ela seria? Dada a oportunidade de responder a essa pergunta, a designer de interiores e de produto Louise Campbell se voltou para uma inspiração improvável - Alice no País das Maravilhas. Para saber como a estória influenciou o projeto, leia o artigo a seguir, publicado originalmente como Through the Looking Glass no Metropolis Magazine.
Todos os anos a feira de móveis imm Cologne recebe Das Haus, um modelo em escala real de uma casa ideal do futuro; este ano Louise Campbell assumiu a tarefa. Designer de interiores e de produto, Campbell criou o que parece ser uma máquina de vida comunitária (ou talvez a residência de uma sofisticada comuna escandinava).
De 0 a 100 (Feita sob medida), Campbell dispensou elementos funcionais como escadas e divisórias internas e, ao invés disso, "se concentrou no que é realmente importante numa casa", acrescentando, "quero que o projeto seja um lugar onde os moradores se sintam genuinamente em casa." Colchões colocados lado a lado sobre plataformas ocupam uma parede inteira da área central; uma grande mesa domina o meio do espaço. Na cozinha, centenas de ferramentas e utensílios estão dispostos num painel sobre um balcão, muitos deles fora de alcance. Essa não é uma casa ideal para os mais reservados: uma banheira está colocada à vista de todos logo na entrada, e divisórias de tecido que podem ser enroladas quando estão sendo usadas são os únicos elementos de divisão espacial.
Essas escolhas se tornam claras após descobrirmos as inspirações de Campbell (Alice no País das Maravilhas) e vermos sua versão lunática de uma casa de bonecas. "Eu queria a liberdade do mundo de Alice para ser constantemente puxada de volta para a terra pela IMM - afinal, essa é uma feira comercial", disse Campbell. "O conflito inerente torna isso emocionante para mim."
O modelo foi concebido como uma série de caixas modulares em estrutura de madeira, empilhadas duas a duas e alinhadas numa longa fileira. Plantas e luminárias irrompem das paredes e pisos. Painéis de cobertura dispostos aqui e acolá e divisórias internas e externas tornam o modelo bastante lúdico. "A casa é aberta e, ainda assim, privada; íntima e, ainda assim, flexível", diz Campbell. "Todos esses contrastes com os quais eu sempre trabalhei foram incorporados à casa."