O que é necessário para um estudante de artes de 22 anos começar uma relação profissional duradoura com "o maior arquiteto americano de todos os tempos"? Originalmente publicado na Curbed como "How a 22-Year-Old Became Wright's Trusted Photographer", esse artigo revela que para Pedro E. Guerrero foi necessário coragem e muita sorte - mas uma vez que começaram a trabalhar juntos, esse par improvável era uma dupla perfeita.
Quando Frank Lloyd Wright contratou Pedro E. Guerrero para fotografar a Taliesin West em 1939, nenhum dos dois sabia que isso levaria a uma das relações mais importantes na história da arquitetura. Wright tinha 72 anos e já havia sido publicado na capa da Time devido à Casa da Cascata. Guerrero tinha 22 anos e acabara de sair da faculdade. Seu primeiro encontro aconteceu a pedido do pai de Guerrero, um pintor que conhecia vagamente Wright da vizinhança e esperava que o arquiteto oferecesse a seu filho um trabalho. Qualquer trabalho.
O jovem Guerrero teve a audácia de se apresentar ao famoso arquiteto como "fotógrafo". Na realidade, ele não havia ganhado nenhum tostão com isso até então. "Eu tinha o pior portfólio do mudo, incluindo uma foto de um pelicano morto", confessou Guerrero mais tarde. "Mas eu também tinha nus feitas na praia em Malibu. Isso pareceu capturar o interesse de Wright."
Na época, Wright havia acabado de perder um fotógrafo. Essa foi mais uma na série de coincidências que catapultou Guerrero para dentro da história da arquitetura moderna: quando tentou entrara na Art Center School de Los Angeles aos 20 anos, foi-lhe dito que era tarde demais - todos os cursos estavam lotados exceto o de fotografia. Quando Wright e Guerrero se conheceram dois anos mais tarde, o arquiteto contratou o jovem fotógrafo na mesma hora. "Fotografe tudo e qualquer coisa", instruiu Wright. O salário era mínimo. Guerrero estava empolgado.
"Eu tinha finalmente encontrado a felicidade plena - estudar as sombras, padrões e ângulos, notar o momento em que o sol daria a máxima definição a todos os elementos", escreveu Guerrero em suas memórias.
"Cortez não poderia estar mais surpreso ao descobrir o mundo dos Astecas que eu quando a Taliesin West se abriu diante de mim", escreveu Guerrero. "Eu percebi que aquilo era uma escultura, uma escultura de madeira e pedra erguendo-se no deserto."
Enquanto muitos americanos conhecem Frank Lloyd Wright, poucos sabem dizer quem foi o fotógrafo com quem o arquiteto trabalho nos últimos vinte anos de sua vida. Isso pode mudar em breve. Em janeiro, o livro de Guerrero, intitulado Picturing Wright, será relançado com um capítulo extra e novas fotografias. Ainda na primeira metade do próximo ano, o canal americano PBS transmitirá um documentário de uma hora sobre o fotógrafo.
Após Wright contratá-lo, Guerrero trabalhou sem supervisão e se encontrou com Wright para discutir quais fotos o arquiteto gostou e quais seriam descartadas. O descarte de uma fotografia incluiria a destruição de seu negativo, assim, alguns dos primeiros trabalhos de Guerrero foram perdidos. As ideias de Wright sobre fotografia eram tão fortes quanto suas ideias sobre arquitetura. Ele instruiu Guerrero a evitar fotografar de cima ou de baixo de sua linha natural de visão e a remover todo e qualquer elemento que Wright considerava "não autorizado". Nesse aspecto, Wright era um renegado. Ele não pensava em reorganizar ou mesmo selecionar a mobília do cliente se esta entrava em conflito com sua estética "orgânica".
Leia a continuação na Curbed.