Por décadas uma das questões mais inquietantes da arquitetura e do planejamento urbano tem sido "quem decide o que é construído?". Diversos sistemas foram colocados em prática, porém, uma das estratégias mais populares a surgir nos últimos anos é o "voto popular". Graças às novas possibilidades oferecidas pela internet, está se tornando cada vez mais comum expor todas as propostas de um concurso ao público, assim como foi feito no concurso para o Guggenheim Helsinki, e convidá-lo a votar em seu projeto favorito. De algum modo essa abordagem parece ser a resposta perfeita para anos de reclamações em relação às decisões tomadas a portas fechadas, distante do público para o qual estes projetos são, em última instância, concebidos.
Mas poderia o público cometer erros? É sabido que as decisões tomadas por autoridades são raramente as mesmas que o público tomaria, sobretudo quando se trata de arte e arquitetura. Também é verdade que alguns dos edifícios mais aclamados hoje em dia teriam sido demolidos se deixados à mercê das decisões populares. Onde se situam os limites entre a opinião do público e a dos especialistas? E se a opinião dos especialistas é solicitada, então quem, de fato, toma as decisões.
Queremos iniciar uma discussão entre nossos leitores, que estão convidados a deixar suas opiniões sobre a participação do público nas decisões relativas à arquitetura e urbanismo. Estaria o voto popular representando uma nova era para a democratização da arquitetura, ou ele reduz a arquitetura a uma série de imagens sedutoras produzidas para receber aprovação do público? Seria a votação o equilíbrio perfeito entre experiência profissional e opinião popular, ou a participação popular deveria ser requisitada antes mesmo de qualquer outra decisão ser acertada?
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