O cobogó é a inspiração para a fonte digital Dingbat Cobogó desenvolvida por Guilherme Luigi. Os símbolos foram criados a partir da pesquisa realizada por Josivan Rodrigues para o seu livro Cobogó de Pernambuco.
Dingbats são fontes que utilizam símbolos e/ou ícones ao invés de letras e números. A fonte digital Dingbats Cobogó apresenta 36 símbolos em versão positiva e negativa. Disponibilizada para download gratuitamente através do site dingbatcobogo.com.br, a fonte pode ser utilizada em qualquer programa com editor de texto. “A intenção do projeto é popularizar o acesso dessa gráfica da cidade para o uso comum além de preservar sua memória”, explica Luigi.
Um dos usos possíveis, o Lambe-lambe Cobogó, foi aplicado na intervenção urbana homônima durante o 23º Festival de Inverno de Garanhuns se desdobrando em outras intervenções e usos após o festival.
A fonte ainda participou da exposição CIDADE GRÁFICA que investigou as relações poéticas e críticas entre o design gráfico e as questões urbanas através de 40 projetos em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo. Com curadoria dos designers Celso Longo, Daniel Trench e Elaine Ramos, a exposição reúne projetos gráficos (livros, cartazes, fontes), pesquisas acadêmicas e obras na fronteira entre design e artes visuais.
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O cobogó
Criado em Pernambuco, o cobogó é um elemento pré-fabricado vazado que se utiliza na construção civil em substituição à alvenaria, garantindo ventilação e iluminação naturais no interior dos edifícios. Seu nome vem das sílabas iniciais dos sobrenomes dos seus criadores, os engenheiros radicados no Recife no início do século XX Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis.
Cobogós: breve história e usos
Os cobogós podem apresentar desde os formatos mais simples, com uma geometria básica, até peças de geometria mais complexa e formas esculturais que compõem padrões gráficos sofisticados e vão além da função de ventilação, passando a funcionar como elemento decorativo, como acontece com revestimentos como azulejos e ladrilhos hidráulicos.
Encontrados em edificações de todo o Brasil, seja em pequenos conjuntos ou compostos em panos de diversas dimensões, o cobogós é importante elemento do nosso imaginário e do repertório arquitetônico. Um registro inédito dessa iconografia foi concretizado no livro “Cobogó de Pernambuco”, cuja autoria é de Josivan Rodrigues, Cristiano Borba e Antenor Vieira.
Texto por: Guilherme Luigi