Hoje, o arquiteto de origem alemã radicado no Brasil Hans Broos, completaria 97 anos de idade. Nascido no dia 10 de outubro de 1921, em Gross-Lomnitz na Áustria (atualmente Eslováquia), Hans Broos titulou-se engenheiro-arquiteto pela Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, em 1948. Trabalhou como assistente do Professor Friedrich Wilhelm Kräemer, na cátedra de Grandes Composições e também após sua formação na reconstrução de edifícios e conjuntos urbanos. No ano seguinte, mudou-se para Karlsruhe onde trabalhou como assistente do professor Egon Eiermann - arquiteto de grande projeção no cenário da arquitetura moderna alemã - na Universidade Técnica de Karlsruhe e em grandes projetos como na Indústria Têxtil de Blumberg e na Usina Experimental da Universidade de Karlsruhe.
Em 1953, muda-se definitivamente para o Brasil, instalando-se em Blumenau. Não se sabe até hoje os motivos pela mudança, mas acredita-se que os efeitos pós guerra tenham impulsionado a reconstrução de inúmeros edifícios por todo o país de sua origem, o que pelo espírito de experimentação e inovação tenham sido os responsáveis para que o arquiteto viesse a instalar-se no Brasil, onde encontra a liberdade criativa e técnica para a materialização de suas criações.
Broos também viveu por vários anos no Rio de Janeiro, onde lecionou na então Faculdade Nacional de Arquitetura. Mas foi em São Paulo que, desde 1968, o arquiteto decidiu viver e construir a maior parte das suas obras. No país, o arquiteto concebe suas obras a partir da ideia de modernidade pairada sobre o grande conhecimento técnico adquirido na Europa, permitindo que uma série de experimentações sejam concretizadas, como é exemplo a Igreja de Itoupava Seca, em Blumenau; Residência Wittich Paul Hering, também em Blumenau; Igreja e Centro Paroquial São Bonifácio, em São Paulo; Mosteiro de São Bento, em Vinhedo; Abadia de Santa Maria, em São Paulo; entre outros.
Na segunda metade da década de 1970, Broos passa introduzir novas materialidades no conjunto de seus projetos a partir da exploração de novas competências técnicas. Com a adoção do aço, a materialidade torna-se a responsável por vencer grandes vãos, como é exemplo o projeto da Fábrica Hering do Nordeste.
Nesse momento, a constante busca pela inovação indo contra a estagnação de ideias, permite que o arquiteto evolua constantemente tanto no quesito técnico, quanto plástico. Assim, o arquiteto passa a buscar contante progresso de seu trabalho para além da ação do tempo e compreensão do programa dos projetos encomendados, no modo como estes poderiam quebrar certo tradicionalismo e buscar novas habilidades.
Hans Broos faleceu no dia 23 de agosto de 2011, em Blumenau, aos 89 anos. Infelizmente, ainda é pouco o material bibliográfico de sua produção, permanecendo em certos momentos da história da produção arquitetônica nacional, desconhecido.
Relembre a seguir suas principais obras.
Clássicos da Arquitetura: Igreja São Bonifácio / Hans Broos
Clássicos da Arquitetura: Hering Matriz / Hans Broos
Clássicos da Arquitetura: Casa e escritório do arquiteto / Hans Broos
16 Por Bernardo Brasil Bielschowsky e João Serraglio Em meio a grandes muros, que mais parecem barragens de rios, surge um muro de tijolos estruturais, mais baixo, aproximando-se da escala humana. O muro deixa aparecer um volume circular, de concreto aparente moldado in loco.
Referência:
Blog Angelina Wittmann - Arte - Cultura - História - Antropologia. https://angelinawittmann.blogspot.com/2013/10/arquiteto-hans-broos.html