Rodrigo Dávila é um fotógrafo de arquitetura com sede em Bogotá, Colômbia, formado em arquitetura pela Universidad de Los Andes. Após concluir sua graduação, trabalhou dois anos como arquiteto no escritório de Daniel Bermúdez e então se mudou para Melbourne para estudar fotografia comercial na RMIT University, onde se especializou também em fotografia de produtos. Através da fotografia, Dávila expressa sua paixão pelo design, arquitetura e edifícios contemporâneos.
Saiba mais sobre o trabalho de Rodrigo Dávila na entrevista publicada a seguir.
Você é arquiteto?
Estudei arquitetura na Universidad de Los Andes em Bogotá, Colômbia, e trabalhei no escritório do arquiteto Daniel Bermúdez antes de me tornar fotógrafo.
Quando e como começou a fotografar arquitetura?
A fotografia sempre foi minha grande paixão. Quando tinha 14 anos, herdei uma antiga câmera de meu avô e comecei a fotografar em preto e branco. Durante muitos anos, sobretudo na universidade, vivi o dilema de trocar o grafite e o escalímetro pela câmera. Ao me formar, pude viajar e fotografar edifícios de arquitetura importantes e tive a oportunidade de estudar fotografia comercial em Melbourne, Austrália. Unindo minha experiência como arquiteto e fotógrafo, me converti em um fotógrafo de arquitetura.
Por que gosta de fotografar arquitetura?
Encontrar este momento idôneo em que todas as variáveis externas convergem para um "momento perfeito". De alguma maneira, se espera que o clima, a luz e até mesmo as pessoas que habitam o edifício estejam e sejam o que se espera para fazer a fotografia.
Arquiteto favorito?
Meu arquiteto favorito é Alvar Aalto. Encantam-me suas formas orgânicas que, ao mesmo tempo, não são carregadas nem extravagantes.
Obra favorita?
A Ópera de Sydney de Jorn Utzon. Um exemplo perfeito de como um objeto arquitetônico é capaz de mudar um lugar e até uma cidade.
Artista ou estúdio de fotografia favorito?
Gosto da velha guarda, a obra dos fotógrafos de arquitetura Ezra Stoller e Julius Shullman. Através de sua fotografia, percebo que compreendem o funcionamento e a espacialidade da arquitetura moderna.
Como você consegue se manter, tendo em vista o que está acontecendo na indústria?
Além de estar permanentemente revisando publicações, reviso as novidades do mercado através dos fornecedores de grandes marcas.
Que softwares você usa?
Uso Photoshop e Lightroom. Sempre edito os arquivos nos dois programas ao mesmo tempo.
Que hardwares você usa?
Uso uma câmera Canon com lentes de correção de perspectiva e computadores da Apple. Esta é uma boa combinação para fotografia em locação, já que possibilita um trabalho pesado fora do estúdio.
SOBRE SUA PROFISSÃO
Como definiria seu estilo?
Busco em minhas fotografias uma composição contundente e clara. A ideia é que através da forma e cor, notem-se os diferentes elementos da cena que conformam uma imagem bidimensional.
Como resumiria seu trabalho?
Tenho um método de trabalho em que projeto a sessão fotográfica. Primeiramente, escrevo uma frase ou palavras-chave que definem o projeto. Posteriormente, através de uma planta ou croquis, defino os pontos de vista que vão ser fotografadas e que complementem essas palavras-chave. Junto com o assistente, organizo um cronograma para fotografar os pontos definidos.
De que modo, se é que existe, a aproximação da fotografia com a arquitetura transformou sua forma de ver a profissão?
A fotografia de arquitetura funciona de modo contrário ao projeto de um edifício. Em vez de projetar para construir, analisa-se através da imagem para desconstruir e entender as intenções do arquiteto. Em suma, meu trabalho fotográfico acontece de maneira inversa a se eu estivesse projetando um edifício.
Que conselho daria a alguém que quer começar a fotografar arquitetura?
Faça muitas, muitas, muitas fotos e lembre-se de qual é a ideia por trás do edifício que está sendo fotografado. Tenha em mente que a imagem é uma combinação de emoção, narrativa e técnica.