Em parceria com o Centro pesquisas urbanas responsável pela Revista Centro, editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), semanalmente publicaremos fragmentos da publicação online gratuita que propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.
A ecologia se tornou, predominantemente, a “ecologia do medo”, cabendo perfeitamente na política atual – a “política do medo”
Hoje é fácil fazer graça com a noção de Francis Fukuyama a respeito do fim da história, desenvolvida nos anos 90. Mas estamos cientes que a maioria de nós aceita o capitalismo liberal democrático como a fórmula final encontrada para a melhor sociedade possível? Até mesmo grande parte da esquerda atual propõe apenas fazer um pouco melhor: “mais serviços sociais para os desprivilegiados”, “mais tolerância” e por aí vai.Porém, praticamente ninguém questiona fundamentos básicos. A democracia política é um fórum definitivo? Precisamos de um estado? O capitalismo sobreviverá? Todas essas questões formuladas nos anos 70 acabaram por desaparecer. Eu traduziria a atual situação em apenas uma pergunta: aceitamos essa naturalização do capitalismo ou o capitalismo global contém alguns antagonismos fortes o suficiente para prevenir sua reprodução indefinida?A razão pela qual me mantive marxista não é pela crença numa nova classe operária conduzida pelo partido leninista. Sou pessimista. Vejo na atual constelação global quatro antagonismos nos quais os problemas não podem ser resolvidos automaticamente a longo prazo, dentro da estrutura capitalista da democracia liberal. Siga lendo aqui
Tradução do Original: Gabriel Kogan