"Em algum momento de sua vida, você foi um pedestre. Ame os pedestres como a você mesmo." Com este lema e considerando que as cidades nem sempre são os espaços mais acolhedores para os pedestres, em 2015 um grupo de cidadãos criou uma Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.
Mais conhecida como Cidadeapé, a associação defende as condições dos espaços da cidade para quem se desloca a pé, atuando representativamente perante o poder público. Como o próprio grupo se define, são "voluntários que trabalham por uma cidade acessível, amigável e, sobretudo, caminhável."
Cidadeapé pede às autoridades que o planejamento da cidade, as políticas de mobilidade e transporte, as condições das calçadas e ruas sejam pensadas primeiro em função de quem se desloca a pé, pois são "a maioria". Além disso, exige informações sobre os percursos que os pedestres podem fazer para chegar a um ponto ou outro da cidade e que as pessoas aprendam a caminhar em São Paulo, e que isso lhes seja prazeroso.
A coordenadora do movimento, Joana Canêdo, disse que, diferente de outras organizações pensadas para pedestres, que planejam passeios e percursos culturais, seu trabalho "é discutir com as autoridades e pedir mais respeito e melhores condições para aqueles que se movem a pé pela cidade."
Confiando que uma cidade cidade boa para viver é uma cidade em que qualquer pessoa pode se mover e ter acesso para chegar onde quer que seja, a organização defendeu diante das autoridades seus seis eixos principais: segurança absoluta para quem se desloca a pé. calçadas caminháveis para todos. valorização da mobilidade a pé como meio de transporte; sinalização adequada para quem caminha pela cidade; tempo de semáforos que favoreçam os pedestres; estabelecer e consolidar uma rede de mobilidade a pé.
Em três meses de trabalho e divulgação, a iniciativa alcançou um grande feito: a criação de uma câmara temática sobre mobilidade a pé no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte. Até outubro, apenas dois atores tinham uma câmara específica: os taxistas e os ciclistas. Isso significa que agora pedestres, ciclistas e taxistas se reunirão com a Secretaria Municipal de Transportes para definir conjuntamente o Plano de Mobilidade Urbana de São Paulo.
No entanto,Joana destaca que o movimento não pretende disputar espaço com os usuários de outros meios de transporte: "em um mesmo dia posso ser pedestre, motorista e até usuária de transporte público. O primordial é que a prioridade do sistema seja a segurança de quem se desloca a pé". Por isso, outro lema da organização é "o maior deve garantir a segurança do menor."
Saiba mais sobre o Cidadeapé através de sua página oficial e sua página no facebook.