Ao longo dos quatro anos de guerra na Síria, muitos dos antigos monumentos e artefatos do país foram demolidos pelo ISIS e pelas bombas sírias lançadas sobre militantes islâmicos. Em agosto, o Estado Islâmico destruiu Palmyra, uma antiga colônia romana de mais de dois mil anos.
Neste contexto, um grupo de artistas sírios refugiados na Jordânia, com o apoio das Nações Unidas, tem se dedicado a salvar algumas memórias dos artefatos destruídos em seu país. Desde novembro de 2014, estes artistas vêm construindo modelos em miniatura da arquitetura antiga da Síria para um projeto conhecido como "Syria History and Civilization".
"Os artefatos que foram destruídos são uma perda para todo o mundo, não apenas para a Síria", comentou o coordenador do projeto, Ahmad al-Hariri, ao Buzzfeed News. "O objetivo é preservar nosso patrimônio e provar nossa identidade, e a mensagem mais importante é acabar com a guerra," Ele diz que o projeto é importante porque algumas crianças refugiadas nunca sequer chegaram a ver sua terra natal. Os monumentos podem levar de 15 dias a três meses para serem concluídos, dependendo dos recursos disponíveis no momento.
Ismail Hariri,um artista refugiado, disse que o projeto o ajudou a redescobrir sua paixão pela arte, segundo o UNHCR. Hariri era um designer de interiores antes de ser relocado para o Campo Za'atari em 2013 com sua esposa e sete filhos. Seu projeto favorito é um modelo do Portal de Nabatean que esculpiu a partir da rocha original do monumento.
Os projetos foram realizados com uma ampla variedade de materiais, incluindo pedra local, poliestireno, madeira descartada, rochas vulcânicas e mesmo espetos de kebab. Até o momento, os artistas construíram modelos da ponte suspensa de Deir ez-Zor que transpassa o rio Eufrates, da Mesquita de Umayyad em Damasco, do Portal de Nabatean, do arco de Bosra e uma estátua do militar e líder político Ayyubid Sultan Saladin, entre outros monumentos