A China se tornou nos últimos anos o lar dos ícones arquitetônicos mais estranhos do século XXI. Hangzhou tem uma réplica da Torre Eiffel como parte de um empreendimento imobiliário e o World Financial Center de Xangai é frequentemente descrito como o maior abridor de garrafas do mundo. No entanto, projetos deste tipo poderão, em breve, ser anulados por uma medida tomada pelo Conselho Estatal e pelo Comitê Central do Partido Comunista, de acordo com o New York Times.
A medida impede a construção de qualquer arquitetura considerada "superdimensionada, xenocêntrica, estranha e desprovida de tradição cultural". Em seu lugar, deverão ser projetados edifícios "adequados, econômicos, sustentáveis e agradáveis ao olhar."
A nova diretriz também impõe o fim das comunidades residenciais muradas. Estas medidas foram divulgadas após o governo chinês ter se reunido para discutir questões relacionadas ao rápido crescimento urbano do país. Atualmente, mais de 700 milhões de chineses vivem em cidades.
O conjunto de normativas segue a ideia de um discurso de quase duas horas proferido pelo presidente da China, Xi Jinping, em 2014, em que ele pede o fim destes "edifícios estranhos", particularmente na capital Pequim. Visto como um "parque de diversões para as estrelas da arquitetura" -- com edifícios como o CCTV do OMA, conhecido pelos moradores locais como "calças grandes"-- o país não financiará mais este tipo de edifício icônico quando se tratar de projetos públicos.
"Para projetos residenciais ou comerciais privados, ainda há espaço para inovação", comentou Wang Kai, vice-presidente da Academia Chinesa de Planejamento e Desenho Urbanno, ao New York Times.