Desde 2011 temos visto iniciativas que buscam melhorar a qualidade dos espaços públicos da cidade de Bogotá, Colômbia, através de manifestações culturais que têm sido denominadas "arte urbana".
Após estabelecer as regras que regem estas práticas artísticas, os coletivos artísticos puderam começar a experimentar a cidade não apenas a partir de suas características urbanas, mas também da importância iconográfica de sua imagem. Incorporando o cidadão, estas intervenções artísticas perderam o caráter de vandalismo com o qual eram anteriormente associadas.
A prefeitura da capital colombiana designou o IDARTES (Instituto Distrital das Artes) e a SDCRD (Secretaria Distrital de Cultura, Recreação e Desporte) como entidades encarregadas de acompanhar estes programas, formulando políticas que inserem este fenômeno artístico na esfera das práticas culturais e pedagógicas, fortalecendo o caráter cívico destas práticas.
Como resultado, o papel do grafiti na arte urbana começou a ter uma participação cívica significativa, indo além de referências visuais que se desprendem das relações espaciais e das pautas urbanas. Deste modo, foram estabelecidos espaços de uso público para a apreciação destas imagens e o fortalecimento de sua função comunicativa; entre estes espaços estão as calçadas, parques e espaços residuais.
Como maior representante deste processo de "semiotização" da cidade e suas formas de entretenimento urbano, a Prefeitura Municipal criou um Corredor Cultural na Calle 26, que conecta o Aeroporto El Dorado ao centro de Bogotá. A ideia é que esta manifestação plástica traga uma importante contribuição ao espaço público de Bogotá. A revitalização destes espaços cria relações entre pontos estratégicos da capital, buscando desfazer limites culturais, sociais e físicos.
Este projeto metropolitano parte de três pilares que atendem à análise funcional da apropriação da Calle 26 como espaço público estruturante da cidade: a macro escala; os projetos urbanos integrais; e as atividades cívico-culturais. O projeto é coordenado por cinco coletivos artísticos - Bogotá Street Art, M30, 20.26 DC, Vértigo Grafiti e Bicromo - que, seguindo algumas diretrizes, buscam fortalecer a memória urbana, a imagem da cidade e a criação de espaços significativos para a população.