Há uma enorme intensidade de informações, conhecimentos e ideias na Bienal de Arquitetura em Veneza este ano, intitulada Reporting From the Front. Com todos os editores executivos e editores-chefe do ArchDaily Inglês, Espanhol e Português reunidos em Veneza para a abertura - além do co-fundador David Basulto e do editor James Taylor-Foster, curadores do Pavilhão Nórdico -selecionamos este ano doze das nossas exposições favoritas que devem ser visitadas.
Apresentadas sem nenhuma ordem particular, essas são algumas das nossas principais sugestões para a Bienal - e ainda há mais por vir!
Escola Flutuante Makoko / NLÉ [Silver Lion]
Onde: Arsenale
Por que? NLÉ aperfeiçoou o projeto da sua, altamente elogiada, Escola Flutuante Makoko, reconstruindo-a nas águas do Arsenale. A sua presença na Bienal nos dá uma oportunidade imperdível para experimentar a engenhosidade do projeto, bem como, ver e sentir como ele respondeu a um desafio programático único.
Sala Introdutória, Arsenale / ELEMENTAL
Onde: Arsenale
Why? Para a sala introdutória de uma exposição que reúne o trabalho de um grande grupo de arquitetos que operam internacionalmente, Alejandro Aravena reutilizou 100 toneladas de "resíduos" que foram utilizados anteriormente na Bienal de Arte de Veneza, em 2015. A reciclagem de 10.000 m2 de placas de gesso e 14 km de metais montou o palco para o processo que Aravena, ao lado de sua equipe ELEMENTAL, destacou na própria exposição: talento e diligência.
In Therapy no Pavilhão Nórdico / David Basulto & James Taylor Foster
Onde: Giardini
Por que? Tanto na forma construída quanto na conceitual, esta exposição divertidamente faz algumas perguntas profundas e necessárias: entre elas, como a arquitetura pode ocupar um legado enquanto ainda está em progresso - uma questão de particular importância nos países nórdicos (Finlândia, Noruega e Suécia) neste momento. Além disso, é comissariada por dois membros da equipe de conteúdo do ArchDaily!
Pavilhão Venezuelano / Miguel Braceli, Rolando Carmona, Marcos Coronel, Alejandro Haiek, José Naza Rodríguez, Maximillian Nowotka, Gabriel Visconti
Onde: Giardini
Por que? Embora não seja um pedido específico de participações nacionais este ano (ao contrário de Fundamentals, em 2014), este Pavilhão responde bem à chamada de Aravena, —Reporting From the Front— mostrando como uma jovem geração de arquitetos latino-americanos está baseando sua arquitetura no trabalho coletivo e na gestão comunitária. Ele também oferece a oportunidade de revisitar o único pavilhão desenhado por Carlo Scarpa, cujo edifício para o Pavilhão Venezuelano esteve fechado por muitos anos, para reforma.
Neighborhood: Siza Meets Aldo no Pavilhão Português / Roberto Cremascoli & Nuno Grande
Onde: Giudeca
Por que? A contribuição portuguesa para a Bienal deste ano está localizada fora do Giardini e do Arsenale - a exposição começa, portanto, com a jornada de chegar e acessar o pavilhão que só pode ser feita a pé através do Campo di Marte (1985) de Álvaro Siza. Os laços curatoriais juntam o trabalho de Siza nas habitações sociais no Porto, Berlim, Haia, e Veneza, com quatro documentários e textos de exposições lúcidos que contextualizam seu trabalho em temas sociais de hoje: gentrificação, a participação da comunidade e a integração dos "outros" (leia-se: imigrantes).
Our Amazon Frontline no Pavilhão Peruano / Sandra Barclay & Jean Pierre Crousse
Onde? Arsenale
Por que? Esta exposição educativa, inesperadamente emocional, apresenta trabalhos que combatem a pobreza lado a lado com a preservação da flora amazônica. Qualquer pessoa pode participar do "Plan Selva", um programa em larga escala para a reconstrução de escolas em regiões de difícil acesso na Amazônia do Peru, que permite aos visitantes a oportunidade, exclusivamente interativa, de desenvolver os seus próprios desenhos e enviar as propostas via um código QR.
Pavilhão Australiano / Amelia Holliday, Isabelle Toland & Michelle Tabet
Onde: Giardini
Why? A forma como os diretores artísticos do Pavilhão Australiano - na sua nova "caixa preta" - optaram por apresentar um aspecto cultural significativo do desenho urbano cria uma exposição sensorial envolvente. Desde a mudança de reflexões na parede, na medida em que você entra em contato com a superfície da água, as histórias em movimento e a trilha sonora que acompanha, o Pavilhão Australiano permite que você fuja do calor do dia e contemple um mundo distante que é, ao mesmo tempo, estranhamente familiar.
Breaking the Siege / Gabinete de Arquitectura [Golden Lion]
Onde: Giardini (Pavilhão Central)
Por que? Esta estrutura, vencedora do Golden Lion, construída a partir de tijolo e cimento parece desafiar a gravidade, enquanto amplifica o poder e o significado destes materiais aparentemente humildes. Com a "Breaking the Siege", Gabinete de Arquitectura (projetado por Solano Benítez, Gloria Cabral e Solanito Benítez) apresenta uma manifestação singular do caráter da arquitetura latino-americana.
Home Economics no Pavilhão Britânico / Jack Self, Shumi Bose & Finn Williams
Onde: Giardini
Por que? Uma das condições fundamentais da vida humana- domesticidade -está sendo desafiada pela condição atual de uma sociedade globalizada de tecnologias rapidamente crescentes. Os curadores apresentam uma declaração poderosa do que é "Lar" hoje, apresentando um projeto cuidadosamente concebido e uma exibição holística.
Unfinished no Pavilhão Espanhol / Iñaqui Carnicero & Carlos Quintáns [Golden Lion]
Onde: Giardini
Por que? O Pavilhão da Espanha assumiu um tema forte, com base em como a crise econômica global atingiu a Espanha de uma forma muito profunda e, talvez menos claramente, de uma forma muito duradoura. A instalação em si reflete sobre este período de crise, empregando elementos simples e cuidadosamente concebidos para apresentar projetos de arquitetura em que arquitetos espanhóis tiveram de "fazer mais com menos."
V.D.N.H Urban Phenomenon no Pavilhão Russo
Onde: Giardini
Por que? O VDNH é um dos lugares mais exclusivos do mundo - uma visita obrigatória se você vai para Moscou. É um espaço que perdurou por décadas, mostrando a evolução e o orgulho do poder soviético. Agora que o governo da cidade de Moscou assumiu a sua administração, sua "front" é como eles podem transformar um parque temático soviético em um elemento durador do legado urbano.
The Evidence Room / Anne Bordeleau, Sascha Hastings, Donald McKay & Robert Jan van Pelt
Onde: Giardini (Pavilhão Central)
Why? Em 2000, um processo por difamação perante os Tribunais de Justiça em Londres desafiou com sucesso a falsa afirmação de um historiador revisionista e negacionista de que não houve câmaras de gás em Auschwitz e que, portanto, o Holocausto não aconteceu. O principal ponto do processo foi a interpretação judicial da evidência arquitetônica de Auschwitz e do testemunho do perito Robert Jan van Pelt. Esta instalação é composta por réplicas, em tamanho real, da evidência arquitetônica de Auschwitz que provou, além de qualquer dúvida, que a negação de que um Holocausto na Europa aconteceu, é inútil.