A energia solar é considerada por muitos como o futuro da eletricidade mundial. Cidades como Houston e Mumbai estão adotando a incorporação de infraestruturas solares em coberturas de edifícios e também em zonas rurais, sistemas que em sua maioria estão padronizados e compostos por painéis fixos dispostos de forma que otimize a absorção do sol nos horários de pico. Somente os painéis mais sofisticados são ajustáveis e acompanham o sol ao longo do dia e, são capazes de absorver a máxima quantidade de luz permitida pela tecnologia, o que significa que metade do painel do edifício perde uma quantidade significativa da energia disponível.
Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um sistema de energia solar que pode absorver a maior quantidade de luz reduzindo ao mesmo tempo a liberação da pegada de carbono proveniente da produção dos próprios painéis. Os resultados são surpreendentemente interessantes: através da utilização da antiga arte japonesa do Kirigami, uma variação do Origami, os pesquisadores foram capazes de aumentar em até 40% a absorção da luz solar em relação aos painéis tradicionais.
A ideia é simples: ao fazer cortes estratégicos na película solar convencional e conectando-a a um sistema de seguimento simples, os painéis podem acompanhar o sol durante o dia todo podendo, assim, absorver ainda mais os raios solares. O corte Kirigami foi eleito pelos pesquisadores porque evita as sombras fundidas nos painéis e é capaz de mover-se sem prejudicar a frágil película solar. Quando puxada em ambas extremidades, a película se desloca para criar um painel tridimensional original capaz de ajustar-se todos os dias em coordenação com o movimento do sol.
A utilização do corte Kirigami pode gerar de 20 a 40% mais de eletricidade a partir da mesma quantidade do material solar semicondutor. O desenvolvimento proposto pelos pesquisadores da Universidade de Michigan permite que a película solar possa se mover entre duas folhas de vidro com a ajuda de um sistema simples de movimento, eliminando a necessidade de girar todo o painel e resolver um problema essencial para os 80% dos sistemas de painéis solares instalados nos telhados de duas águas.
Com painéis testados usando arsenieto de gálio flexível, o projeto se encontra nas primeiras etapas de testes para serem comercializados. A equipe da Universidade de Michigan está otimista sobre a aceitação do corte Kirigami no mercado solar emergente e já começou a desenvolver a infraestrutura necessária para acompanhar os delicados painéis.
Notícia via MIT Technology Review, Inhabitat e Gizmag.