Arquivo: O Serpentine Pavilion ao longo dos anos

Com duração de quase duas décadas, a exibição anual do Serpentine Gallery Pavilion tornou-se um dos eventos mais esperados tanto para a comunidade de arquitetos londrinos quanto para comunidade global. Na edição deste ano foi apresentado não apenas um pavilhão, mas quatro "casas de verão" adicionais, evidenciando que programa não mostra ainda nenhum sinal de abrandamento. Cada um dos dezesseis pavilhões anteriores foram instigantes, deixando uma marca indelével e forte mensagem à comunidade arquitetônica. E mesmo todos os pavilhões sendo removidos após suas curtas temporadas de verão para ocupar propriedades privadas distantes, eles continuam sendo compartilhados através de fotografias e em palestras de arquitetura. Com o lançamento do Pavilhão, que ocorreu dia 16 de junho, vamos olhar para trás e relembrar todos os pavilhões anteriores e sua importância para o público arquitetônico.

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A premissa por trás da criação dos pavilhões é simples: um arquiteto que não tenha construído no Reino Unido tem a oportunidade de mostrar seu talento e conquistar a exposição. Eles são convidados a construir um pavilhão temporário no Hyde Park de Londres, na Inglaterra. Para cada arquiteto convidado são dados seis meses que incluem receber a comissão, construir o pavilhão e, em seguida, a exposição é aberta para a exploração do público durante o resto do verão. A pequena duração e o âmbito limitado cria o ambiente perfeito para a experimentação - seguramente distanciado das funções pragmáticas, esta é a arquitetura em prol da arquitetura. Por 17 anos, a Serpentine Gallery forneceu uma plataforma significativa a partir da qual divulga a experimentação arquitetônica e vanguardismo, um arranjo a partir do qual os arquitetos e o público são beneficiados.

2000: Zaha Hadid

Serpentine Pavilion 2000. Imagem © Hélène Binet

Talvez não haja arquiteta mais perfeita do que Zaha Hadid para definir o tom do programa Serpentine. Simultaneamente elogiada e criticada por muitos no seu início de carreira como uma "arquiteta do papel", Hadid é muito conhecida por geometrias selvagens e projetos altamente experimentais. Para seu primeiro projeto no Reino Unido, a arquiteta agora mundialmente famosa, criou uma espécie de tenda o que foi apoiada por uma estrutura triangular.

2001: Daniel Libeskind com Cecil Balmond

Serpentine Pavilion 2001. Imagem © Hélène Binet

Intitulado “Eighteen Turns,”(oito voltas), o Serpentine Pavilion de Libeskind foi criado a partir de planos metálicos que foram reunidos em uma sequência, a mesma operação de origami e mesma fachada de metal rígido que vemos em um dos seus projetos mais significativos: O Museu Judaico de Berlim. Como foi lançado no mesmo ano, ele implora para ser perguntado se o pavilhão foi simplesmente inspirado pelo design do museu ou se o pavilhão foi deliberadamente concebido para servir como um teaser para um projeto altamente antecipado, maior e mais permanente que estaria por vir.

2002: Toyo Ito com Cecil Balmond

Serpentine Pavilion 2002. Imagem © Sylvain Deleu
Serpentine Pavilion 2002. Imagem © Sylvain Deleu

Embora pareça composto por formas triangulares e trapezoidais aleatórias, a fachada do Pavilhão de Ito foi, de fato, baseada em um algoritmo derivado de um cubo que se expande na medida em que ele é rotacionado. A interação criou uma condição espacial interessante de luz, sombra, transparência e solidez no interior.

2003: Oscar Niemeyer

Serpentine Pavilion 2003. Imagem © Sylvain Deleu

O pavilhão de Oscar Niemeyer levou-nos para a idade de ouro do Modernismo. Construído em concreto, pintado de branco e acessado por uma rampa, o desenho foi aparentemente criado através de uma exposição dos próprios elementos de seus edifícios mais notáveis de meados do século. O famoso arquiteto brasileiro, cujos desenhos são amplamente publicados, feitos no início de que cada projeto, devem ser simples o suficiente para resumir o conceito em uma ilustração. E é certamente o caso deste projeto.

2004: MVRDV (não construído)

Serpentine Pavilion 2004 (unbuilt). Image Courtesy of MVRDV

Devido ao tempo e as restrições orçamentais, MVRDV foi incapaz de realizar seu plano de construir uma estrutura montanhosa.

2005: Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura

Serpentine Pavilion 2005. Imagem © Sylvain Deleu

Esta dupla foi procurada para prestar homenagem ao edifício neo-clássico permanente da Serpentine Gallery e a paisagem montanhosa do local. O projeto resultante foi realizado através de uma grade retangular distorcida para criar formas curvilíneas.

2006: Rem Koolhaas

Serpentine Pavilion 2006. Imagem © John Offenbach

Koolhaas, em parceria com Cecil Balmond, criou um pavilhão circular de um único nível que foi protegido dos elementos por uma cobertura inflável "ovóide", que seria recuada ou flutuaria acima do pavilhão para moderar os efeitos do clima. Com um prazo mais longo do que os pavilhões anteriores, Koolhaas imaginou um programa ocupado para o pavilhão, incluindo entrevistas 24 horas. O arquiteto criou uma atmosfera para o pavilhão como um local para atração em vez de ser apenas a própria atração.

2007: Olaffur Eliasson e Kjetil Thorsen

Serpentine Pavilion 2007. Imagem © Luke Hayes

A colaboração artista-arquiteto entre Eliasson e Thorsen, do Snøhetta, criou outro pavilhão complexo - causando seu atraso para a anual festa de verão que coincide com a inauguração da estrutura. A madeira do pavilhão, que tinha a forma de um pião, foi a mais elaborada de todos os pavilhões até então e recebia "experimentos" semanais públicos liderados por artistas, cientistas e profissionais.

2008: Frank Gehry

Serpentine Pavilion 2008. Imagem © John Offenbach

O Pavilhão de Gehry poderia ter sido facilmente descartado como apenas mais uma interação de sua arquitetura "selvagem", porém ele encontrou maneiras de desafiar o seu trabalho. Enquanto seus projetos pré-existentes podem ser interpretados como uma "explosão" de formas, o pavilhão de Gehry era uma inversão dessa ideia. As coberturas de vidro do pavilhão aparentemente "implodiam" dentro de uma estrutura bem articulada. Colaborando pela primeira vez com seu filho Samuel, a estrutura resultante foi imaginada para ser um híbrido entre uma rua urbana que conduz à galeria Serpentine e um anfiteatro hospedando um conjunto de palestras e eventos.

2009: SANAA

Serpentine Pavilion 2009. Imagem © Claire Byrne

O projeto de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa foi talvez o mais direto e estruturalmente simples: uma peça plana de alumínio altamente reflexiva apoiada por pilares delicados. Mas, a simplicidade da sua estrutura parece "soar como a fumaça, derretendo como uma folha de metal, pairando como uma nuvem ou fluindo como água." Visto em planta, que também incorporou uma forma recorrente em seu trabalho: apresenta-se como um conglomerado de formas curvilíneas.

2010: Jean Nouvel

Serpentine Pavilion 2010. Imagem © John Offenbach

Impressionantemente vermelho é pavilhão de Jean Nouvel para 2010, que coincidiu com o 40º aniversário da Serpentine Gallery. O pavilhão, que continha um auditório, um café e espaços públicos gerais é visto mais como um edifício "regular", embora no contexto dos pavilhões, isto não importe muito. A estrutura de policarbonato e tecido vividamente de cor vermelha encarna um espírito brincalhão e contrasta com o gramado verde em todo Kensington Garden semelhante ao Parc de la Villette de Bernard Tschumi.

2011: Peter Zumthor

Serpentine Pavilion 2011. Imagem © John Offenbach

Zumthor continuou seu jogo de cheios e vazios durante seu turno no Serpentine Pavilion. Muito parecido com seu trabalho anterior, para as Termas de Vals, o jogo tornou-se um meio de criar vários efeitos e definir momentos contemplativos ou viscerais dentro de seus edifícios. Zumthor em última análise, se propôs a realizar um hortus conclusus (jardim fechado): destinado a agir como um espaço íntimo, que foi projetado pelo paisagista holandês, Piet Oudolf.

2012: Ai WeiWei e Herzog & De Meuron

Serpentine Pavilion 2012. Imagem © Iwan Baan

Dado o enorme sucesso da colaboração anterior entre o artista chinês e os arquitetos suíços durante os Jogos Olímpicos de Pequim, o lançamento de seu primeiro trabalho colaborativo no Reino Unido era muito aguardado, já que também coincidiu com os Jogos de Londres de 2012. Com mais de 10 antecessores, a equipe tomou uma abordagem arqueológica. Indo um pouco mais abaixo do nível do solo, uma plataforma flutuante reflexiva foi erguida sobre 12 colunas de desenho único que prestam homenagem aos 11 pavilhões anteriores na Serpentine e uma para representar a si mesmo. O pavilhão, lido como uma escavação arqueológica local, incentiva os espectadores a refletir sobre o passado da Serpentine.

2013: Sou Fujimoto

Serpentine Pavilion 2013. Image © Iwan Baan

Apropriadamente apelidado de "a nuvem", o Pavilhão de Fujimoto era de um formato irregular semi-transparente composto por módulos de rede de luz. O projeto foi construído sobre um tema comum de trabalho do arquiteto que muitas vezes interroga a relação entre arquitetura e natureza. Em outras maneiras, o pavilhão foi fortemente um reminiscente de seu projeto de sucesso mais recente na época: Residência NA.

2014: Smiljan Radic

Serpentine Pavilion 2014. Imagem © George Rex
Serpentine Pavilion 2014. Imagem © George Rex

De todos os arquitetos escolhidos, o chileno Smiljan Radic era o menos conhecido antes de receber a comissão da Serpentine e do menos conhecido veio sem dúvida o projeto mais diferente. Em um artigo no The Guardian, o projeto de Radic foi comparado a "um casulo branco bulboso, ainda pegajoso com as excreções de qualquer criatura," mas a estrutura "estranha" tinha bases mais atenciosas. Respondendo à espessura e camadas de edifícios no Reino Unido, Radic queria criar um invólucro extremamente fino para o edifício. Com uma pele de fibra de vidro de apenas 10 mm de espessura, a estrutura em forma de anel foi justaposta com pedregulhos espalhados por todo o local.

2015: SelgasCano

Serpentine Pavilion 2015. Imagem © NAARO
Serpentine Pavilion 2015. Image © Iwan Baan

Seguindo o pavilhão mais estranho, porém mais aclamado pela crítica este foi talvez o mais criticado. José Selgas e Lucía Cano do estúdio com sede em Espanha SelgasCano foram requisitados para as bodas de cristal da exposição. A dupla imaginou uma estrutura poligonal amorfa constituída por painéis de ETFE translúcidos ou multi-coloridos de tecido. Como um brinquedo de gato do tamanho de um humano, a estrutura possuía múltiplos pontos de entrada e de saída o que consistiu em diferentes corredores. Articulando-se no conceito de experiência do visitante, a dupla começou a construir a estrutura no mais simples e elementar: estrutura, luz, transparência, sombras, mudança e surpresa.

2016: Bjarke Ingels

Serpentine Pavilion 2016. Imagem © Laurian Ghinitoiu

O projeto do BIG em 2016 brinca com o espaço e dimensão, transformando-se a partir de uma única linha de "tijolos" tubulares em seu topo até um espaço amplo contendo um café e um espaço público abaixo. O pavilhão é também acompanhado por quatro "casas de verão" cada uma projetada por um arquiteto que ainda deve construir um edifício permanente na Inglaterra, respectivamente Kunle Adeyemi, Barkow Leibinger, Yona Friedman, e Asif Khan.

Serpentine Pavilion 2017. Image © Iwan Baan

Serpentine Pavilion 2018. Image © Laurian Ghinitoiu

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Sobre este autor
Cita: Doroteo, Jan. "Arquivo: O Serpentine Pavilion ao longo dos anos" [Round-Up: The Serpentine Pavilion Through the Years] 06 Jul 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/790840/arquivo-serpentine-pavilion-ao-longo-dos-anos> ISSN 0719-8906

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