Miguel Losh compartilhou conosco a intervenção que fez em seu estúdio coletivo. Ao se deparar com uma parede com mais de 30 anos de história, ao invés de reformá-la e pintá-la de branco, como fazemos usualmente, ele teve a ideia de aproveitar a memória desta estrutura e emoldurá-la, criando um diálogo entre arte e arquitetura.
Saiba mais, a seguir.
Durante as remodelações do nosso estúdio colectivo em Lisboa, tínhamos uma parede com cerca de 7m de largura por 3m de altura, repleta de restos das primeiras obras executadas há mais de 30 anos.
A primeira ideia era simplesmente recuperar a parede e pintar tudo de branco, para depois pensarmos como decorar e intervir nela. Mas depois de prestar mais atenção e perder algum tempo a olhar para a quantidade de elementos interessantes que a parede tinha como restos de cola, tinta e apontamentos escritos a lápis, surgiu a ideia de que esses elementos deveriam não só ser preservados como também poderiam ser destacados, porque são memória original com mais de 30 anos.
Nessa lógica, juntamos várias molduras e estudamos uma composição para enquadrar partes interessantes da parede. O resultado é a transformação de uma obra ruidosa numa parede original.
Ficha Técnica
Autor: Miguel Losh
Equipe: João Mota, Ricardo Branco, Rita Proença e Fátima Marques.