Paris, a cidade que “é sacudida pelas ondas, mas não afunda”, vai abrir as ruas ao longo do rio Sena para pedestres e ciclistas. O ex-prefeito Bertrand Delanoë, junto ao governo nacional, realizou em seu mandato incursões para transformar as “vias rápidas urbanas” ao longo do rio Sena em espaços para caminhada e ciclismo. A ação parisiense de estimular a construção de ciclovias e rotas de ônibus complementa a transformação de verão que ocorre no Sena, o Paris Plages (Praias de Paris) que transforma a orla em uma praia com areia, cadeiras, vendedores ambulantes e concertos musicais.
Madri
Transformar orlas em espaços urbanos mais amigáveis para pedestres e ciclistas não é propriamente uma novidade em nível mundial. Atravessando a fronteira da França para a Espanha, encontramos o Parque Madrid Rio – um espaço verde de quase 10 km, 300 hectares e US$ 5 bilhões – que transformaram parte de uma avenida de oito pistas na orla de Madri em 43 km de novos túneis. No local, existem 25 mil árvores e acesso pedonal direto ao rio Manzanares.
São Francisco
São Francisco, uma cidade rodeada, em três lados, por água, priorizou veementemente a recuperação de suas orlas para pedestres e ciclistas. Após o terremoto Lomo Prieta de 1989, San Francisco recuperou os estragos causados pelos tremores na Embarcadero Freeway, transformando a monstruosidade urbana em uma estrada multi-modal. O icônico San Francisco Ferry Building, que antes seduzia pelo concreto, tornou-se um próspero mercado e centro de balsas. Mais recentemente, o caminho para a Golden Gate Bridge, na Doyle Drive, tem previsão para receber um caminho verde, conectando Crissy Green e a marina da cidade ao Park Presidio pela primeira vez em meio século.
Portland
Subindo pela Costa do Pacífico, chegamos em Portland que está trazendo o conceito de desenvolvimento de trânsito-orientado para a sua antiga zona industrial no sul da orla. Embora a cidade não tenha escondido as suas vias rápidas sob a água, ela instalou uma passarela que cruza a estrada Interestadual 5, ligando uma área vital de um campus médico e passeio pela orla, conectada ao bonde de Portland.
Parece que a recuperação do espaço urbano – combatendo a tristeza dos resíduos industriais e o rugido dos automóveis – veio para ficar, do noroeste do Pacífico ao Rive Gauche.